Criando o Escolhido// Wolfstar

Lua Cheia - Parte 1

POV-Remus

Desde os meus 4 anos, eu sofro com a licantropia. Ela foi e é a pior coisa que já aconteceu comigo. Apesar de ter acabado com meu psicológico e destruído grandes oportunidades que eu teria na vida, ela me apresentou uma das provas mais bonitas de amizade. Quando, James, Sirius e Pedro se mostraram dispostos a se tornarem animagos por mim, eu soube que eles eram os melhores amigos que eu poderia ter... ou pelo menos, eu soube disso até 1981.

Com o tempo, me acostumei com esse problema e quando Harry chegou, minha condição foi a primeira preocupação. Sempre tomamos cuidado em deixá-lo na casa dos tios toda lua cheia, até que eles simplesmente saíram para viajar e não avisaram. Era óbvio o que tínhamos que fazer. 

Harry ficaria com Sirius em casa, enquanto eu iria para uma floresta próxima dali, sozinho, pela primeira vez em anos. 

Sirius não queria de maneira alguma me deixar passar uma lua cheia só na floresta, não sei se ele tinha medo que eu pudesse fazer algo com alguém que estivesse passando ou se apenas não queria me deixar desacompanhado, mas foi esse o grande problema.

Quando eu me transformo, tudo o que lembro são de flashes. A lua. Árvores. Dor. Um grito. "Harry". Um choro. Assim que acordo, estou deitado no chão da floresta e sinto a necessidade de correr desesperado para casa quando recordo dos poucos momentos guardados daquela noite.

Eu realmente teria feito isso? Matado ele? Mordido ele? Machucado uma das pessoas que mais amo? Ou talvez até os dois? Seja qual for a resposta, nem o fato de já ter me acostumado a ser um monstro, me acalmaria naquele momento.

Ao entrar pela porta da frente, tudo o que escuto é um silêncio. Bato a porta com uma força que não sei de onde saiu. As novas feridas doem, mas não tanto quanto o pensamento do que eu posso ter feito. Quando achei que tudo estava perdido, escuto uma porta abrindo, é o Sirius, corro até ele e dou um abraço equivalente ao mesmo de estar sem vê-lo por anos.

--Meu amor, por Merlin. Desculpa!-- Ele diz.

--Como assim? Eu lembro parcialmente de ter feito algo com você ou... com Harry, o que houve?

--Primeiramente -- Ele fala sentando no sofá -- Desculpa por não ter ficado com você depois que tudo aconteceu, Harry só adormeceu agora, eu juro que eu já ia atrás de você!

--Sirius, por favor não se desculpe, só me diga o que aconteceu!!

--Está bem, a noite começou e eu não aguentei o fato de ter que te deixar sozinho, então tive a péssima ideia de ir com Harry até a floresta e deixá-lo na moto. Ele estava dormindo, o que me fez imaginar que não teria problemas.

Fico imediatamente preocupado.

--Procurei você por 30 minutos mais ou menos -- Ele continua -- E apenas quando encontrei, vi que Harry tinha me seguido. O movimento brusco de pegá-lo no colo com força... acho que despertou seu instinto de defesa.

--S-S-Sirius, e-e-eu... o mordi?

--Não exatamente, foram... você sabe, as garras.

Sinto tudo virar de cabeça pra baixo, eu realmente tinha machucado ele. Eu realmente fiz isso. Não aguentei segurar o choro. Sirius veio me abraçar.

--Moony, você sabe que não foi realmente você que fez isso, além do mais, é tudo culpa minha por ter tido essa ideia burra e ter colocado o Harry em perigo, eu não deveria...

--Não precisa levar a culpa, eu sei que foi tudo eu, eu sou um monstro e já me acostumei com isso-- Nunca me acostumarei 100% -- C-c-como ele está? Ele contraiu li-

--Não, não se preocupe -- Pads me interrompe -- Foi só um arranhão, o levei no St. Mungus, vai ficar bem logo.

Ficamos em silêncio, exceto pelo som baixinho do meu choro.

--Está tudo bem Moony, nada disso foi culpa sua, vai ficar tudo bem! Eu estou aqui e Harry sabe que você nunca faria nada que o machucasse.

--Eu acabei de fazer.

--Não era você-

--PARA SIRIUS, EU SEI QUE AQUELE ERA EU, QUERENDO OU NÃO, EU FIZ ISSO! NUNCA DEVERIA TER ACEITADO CUIDAR DE HARRY JÁ QUE POR CONTA DESSA MERDA DE LICANTROPIA EU NUNCA VOU SER UM BOM PAI PRA ELE!-- Tudo sai tão rápido como um vulto, nem consigo raciocinar direito.

Sirius suspira.

--Está bem, vou te dar um tempo pra se acalmar, quer vê-lo? Está no quarto. Acho que seria bom ver que ele está bem.

Saio da sala devagar e paro na frente da porta segurando a maçaneta, respiro fundo e a abro. Harry está deitado na cama, dormindo como sempre, exceto por uma enorme faixa branca enrolada no braço. Uma pequena mancha de sangue colore o curativo. Não aguento ver a cena por muito tempo, quando viro de costas, Sirius está na porta olhando para baixo apenas esperando o momento certo para falar.

>>>NOTAS DA AUTORA<<<

Juro que não vou demorar para postar a parte dois! Enquanto isso, chorem o mesmo que eu chorei enquanto estava escrevendo.