POV - Sirius
Aquela merda toda, era tudo culpa minha. Toda a situação. Não é a primeira vez que faço uma burrice e deixo o Moony triste.
Quando éramos menores e estávamos em Hogwarts, eu fiz algo com o mesmo peso, ou até pior. Tudo por uma rivalidade de merda! Era só uma pegadinha, mas como sempre, eu nunca penso antes de agir. Moony ficou sem falar comigo por semanas, eu fiz ele ficar extremamente mal, pensando que realmente era um monstro e que naquela noite poderia ter matado alguém. Prefiro não entrar mais fundo no assunto.
De qualquer maneira, eu que sou o culpado aqui.
Quando cheguei no St. Mungus com o Harry chorando no meu braço, tinha em mente que havia feito a pior cagada da minha vida. A curandeira perguntou como aquilo aconteceu, e assim que percebi q deveria falar que foi arranhão de lobisomem, sabia que haveriam chances de Harry contrair a licantropia. Remus nunca iria me perdoar. Nunca.
Fiquei sentado com uma parte da camisa branca ensanguentada enquanto dividia meus pensamentos entre ter deixado o Moony sozinho e a possibilidade de Harry contrair a licantropia. Quando me falaram que ele ficaria bem, 30% do peso saiu dos meus ombros, apesar de ainda sobrar 70% dele.
Voltando ao presente, fiquei parado olhando Remus observar o curativo no braço de Harry, preparando o que iria dizer.
—Amor, eu juro. Foi tudo culpa minha, eu não deveria... Não deveria ter levado Harry comigo, eu pisei na bola, me desculpa!
Remus não falou nada, me olhou com os olhos marejados e seguiu para o nosso quarto.
Tudo o que consegui fazer foi chorar. Durante toda aquela manhã. Por volta das 10:30 Harry acordou. Chegou na sala coçando os olhos por dentro dos óculos. Meu olhar foi diretamente para o curativo, novamente sujo de sangue. Enxuguei as lágrimas.
—E aí filhote? Como você tá?
— Meu braço tá doendo!
—Vem cá, senta aqui do meu lado, deixa eu dar uma olhada.
Ele sentou e eu comecei a tirar a faixa, três garras exatamente marcadas, como se fosse de mentira. Fiz o feitiço que me passaram no hospital para parar o sangramento. Os curandeiros acharam melhor curar a ferida da maneira trouxa, com ataduras e essas coisas, mas caso o sangramento voltasse, o melhor era o feitiço.
—Papai Pads, cadê o papai Moony?
—E-ele chegou cansado, está no quarto dormindo. — Eu sabia que não, ouvi seu choro fazia pouco tempo.
—Eu quero falar com ele! Sobre o bicho que me arranhou!
A ficha caiu, nunca tínhamos falado com ele sobre Remus ser lobisomem.
—Filhote, você sabe o que é um lobisomem?
Ele fez que não com a cabeça.
—Lobisomem, é um homem que vira lobo, todas as noites de lua cheia.
—Foi um lobisomem que me atacou?
—Bom, mais ou menos. O que eu quero que você saiba é que, um lobisomem não ataca ninguém querendo. Quer dizer, alguns fazem isso, mas não vem ao caso.
Harry faz cara de quem está confuso.
— Alguns lobisomens são bons, alegram as pessoas, fazem elas sentirem-se acolhidas e em casa. — Continuo — Cuida delas com carinho e amor. Alguns lobisomens, tem filhos, e amam eles mais que tudo. Acontece que, nas noites de lua cheia, uma maldição não deixa que eles lembrem disso, eles apenas viram lobos. Entende?
— Sim.
— Filhote, o papai Moony é o lobisomem mais amável e mais carinhoso que você vai conhecer.
Ele faz cara de surpreso.
— Nunca deixe ninguém dizer o contrário. — Digo — Um dos seus pais é um lobisomem, e isso você não pode negar, mas ele sempre foi e sempre será o mais gentil existente.
— Ele fez isso sem querer? Que nem quando eu quebrei o tinteiro dele?—Sim — eu sorrio.
— Então não tem problema, posso dar um abraço nele?
No momento em que ia dizer sim, escuto a porta do quarto ranger. Remus saiu com os olhos inchados e vermelhos de chorar, mas se abaixou e deu um abraço em Harry com extremo medo de encostar na ferida.
—Filhote, eu te amo, muito! Me desculpa, por favor! — Ele fala com a voz trêmula.
—Você fez sem querer papai, não tem problema, eu também quebrei seu tinteiro sem querer, lembra? — Remus ri — Você é o melhor papai lobo de todos! Eu te amo.
O abraço dos dois me comove, preciso entrar no meio.Depois de alguns minutos ali abraçados, Harry sai para a cozinha dizendo que vai pegar chocolate pro papai.
—Moony, você... Me desculpa? — Falo.
—Você é um cachorro muito sem noção, mas sempre sabe como voltar com o rabo entre as pernas né?
Abro um sorriso de canto.
—Acho que podemos rachar a culpa meio a meio —Ele continua — Eu te desculpo! Sempre vou te desculpar, não consigo viver sem você!
—E eu ainda acho que você não tem culpa, mas já que Harry aceitou suas desculpas, só queria dizer que também nunca viveria sem você. Nos beijamos.
—CHOCOLATE!!!!!!! — Harry fala quando vem correndo.
—Só depois do almoço, projeto de Potter! — Remus diz.
—Tá vendo, você sabe como ser um bom pai — Falo.
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Criando o Escolhido// Wolfstar
RomanceTodos sabem mais ou menos como seguiu a história do bruxo Harry Potter, mas pouco sabemos como foi sua infância. Ele seria um bruxo, uma criança, um ser humano diferente se fosse criado em um lar amoroso, porém, não totalmente livre de problemas? Ne...