Já deixo de início que este capítulo aborda detalhadamente aut0 mut1laçã0 e pensamentos su1c1das, caso seja sensível não continue lendo!
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Eu pude sentir, sentir cada centímetro... sentir cada defesa sair do meu corpo como algum líquido corrosivo para ser substituído pelo objeto laminado em minhas mãos, que eu passava lentamente no meu pulso esquerdo. Minha pele ardia, o sangue saía, escorria. Mas, por outro lado, me senti pior. Me senti vivo, e não existe sensação pior do que essa.
Vocês podem, nesse momento estar olhando para mim fixamente e pensando: "por quê você está fazendo isso?!" e, eu respondo; por que, diferente de algumas pessoas, meu objetivo de vida, pelo mais engraçado que possa parecer, nunca foi viver. Ou, pelo ao menos, nunca foi viver como eu estou vivendo hoje...
É doloroso, e isso faz com que por milésimos de segundos, essa dor suma de mim. A dor de estar vivo suma de mim, eu acordo todos os dias pedindo para exatamente não acordar.
Sabe o que é mais doloroso do que isso? Ser espancado pelo próprio pai, ser traído pela própria namorada por você ser todo errado desse jeito. Ouvir coisas cruéis da mulher que te colocou no mundo, ouvir as pessoas com quem se diziam seus amigos, te rechassarem pelas costas e nossa, como isso dói. Mas eu encontrei um jeito que, de qualquer maneira, é mais perto de onde eu quero e posso chegar. Por que eu não tenho medo, eu nunca tive, porque eu teria agora?
Agora, entendem? Meu meio mais prazeroso é sentir uma pequena lâmina passando pelo meu pulso com um pouco de força. Isso deixa cicatrizes? Claro que sim, afinal, ainda é pele. Mas, eu garanto que é muito prazeroso.
A ardência, e sentir que sua vida se esvai aos poucos pro ralo é tão bom. Eu já vivi dezoito anos, para que ser arrogante e ocupar mais anos ainda, se não vale o incomodo para ninguém?
Agora, aqui estou eu. Sentado no banheiro do meu quarto, com a porta trancada, no chão com uma lâmina bem afiada, com meu sangue caindo em gotas gostosas no mármore branco e o manchando. Meus pais são incompetentes o suficiente para merecerem isso.
De qualquer forma, eu precisava ir para a faculdade. Afinal, não é por que eu quero morrer, que nesse tempo vivo eu quero ser um desocupado do cacete. Acreditem, até esses pensamentos cansam de vez em quando, e o celular não é uma boa distração para quem tem um nível bastante alto considerando depressão.
Me levantei ainda com a lâmina em mãos, com um moletom preto, de touca. Olhei minha face horripilante e cansada no espelho por alguns momentos, eu percebi como engordei, mas não sinto vontade nenhuma de comer. Vi como fiquei pálido como um vampiro, e os ferimentos arroxeados e meio marrons formavam um "belo" destaca sobre meus olhos, boca, nariz. Um pequeno sangramento na bochecha.
Quem me visse assim na rua, poderia pensar que sou algum tipo de delinquente. Ainda bem que vivo de capuz, então, ninguém repara muito no meu rosto abatido e patético.
Só passei uma água pelos machucados em meu braço, assim como fiz com os do rosto. Sequei em minha toalha ali perto, saindo sem olhar para o chão vermelho e manchado, a pia da mesma forma, ou até mesmo sem olhar para a lâmina em cima da minha pia.
A vida de um adolescente é um tanto conturbada normalmente, mas, já tentou me imaginar uma vida de um adolescente depressivo? É um inferno, vai por mim.
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DESORIENTE: Sete razões para Kim Taehyung | taeyoonseok - kth - myg - jhs
FanfictionKim Taehyung nunca foi de contos de fadas, mas sempre sonhou em viver no mundo das princesas e da fantasia, se livrar do mundo real e doloroso que insistia em viver. As vezes, era difícil ver um artefato místico e não se aguentar a encostar em sua p...