38. | CAPÍTULO 38

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- Como você tá se sentindo com isso? - Kate perguntou, parada de frente pra gente enrolada na toalha, assim que viu a tela do celular.

- Não posso dizer que não me abalou, é claro que sim. Mas eu também segui minha vida, sabe. To do outro lado do país, saindo com outro garoto, postando foto, não tiro a razão dele também. - eu disse.

Por mais que não queira estar vendo nada daquilo, eu sabia que agora eu não tinha mais razão de cobrar nada de Mike. Na verdade, nós nunca tivemos nada concreto, e agora menos ainda. Ele não me devia nada e eu também não devia nada a ele.

- É uma merda, amiga. Vai ser foda, eu sei, mas tenta tirar isso da sua cabecinha. - Liza disse.

- Você mesmo disse, ele está do outro lado do país. - Kate acrescentou.

- Foda vai ser voltar e dar de cara com esse amorzinho todo entre eles. Achei que ele ia voltar a passar o rodo na escola toda, mas ver ele de romance com outra é ainda pior. - desabafei.

Em segundos meu telefone tocou e assim que olhei, havia uma mensagem de Nate. Sabia que era mais um sinal do universo me mandando focar no que estava ao meu alcance agora, e não no meu passado.

- Há coisas mais interessantes para se pensar agora

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- Há coisas mais interessantes para se pensar agora. - disse, mostrando o celular para as meninas e me levantando da cama. - Vocês não vão se importar se eu deixar vocês aqui?

- Claro que não, amiga. - Liza disse.

- Vai lá, aproveita! - Kate completou.

Tomei banho, me vesti e minutos depois desci para encontrar Nate.

- Uau, como você tá linda! - ele disse assim que eu me aproximei

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- Uau, como você tá linda! - ele disse assim que eu me aproximei.

- Você também! - respondi sorrindo, o abracei e nos beijamos.

- O que você quer comer?

- Hum, eu gostaria muito de um hambúrguer. O que você acha?

- Você quem manda. - ele sorriu, passou o braço por volta do meu ombro e fomos andando em direção a entrada, onde pegaríamos o taxi.

Nate me levou a um restaurante no centro de Nova Iorque exatamente como nos filmes adolescentes, tinha paredes verde água e os estofados vermelhos. Havia uma bancada com bancos altos ao redor, e próximo as janelas de vidro, aquelas mesas com sofás nas laterais. Eu e Nate nos sentamos na última mesa, um ao lado do outro, e assim que a garçonete se aproximou pedimos os hambúrgueres.

- Você não podia vir a Nova Iorque sem comer um lanche tradicional desses. Agora sim sua viagem tá completa! - ele disse.

- Que bom que eu tenho um guia turístico muito legal. - eu respondi e rimos.

Em breve a garçonete chegou com nossos lanches e o sabor era realmente muito gostoso. Ficamos mais um tempo conversando sobre diversas coisas. Nate me deixava muito confortável, tínhamos muitos assuntos em comum e eu nunca ficava entediada perto dele. Ele me contou que era amigo de Zoe e Brice desde que entraram na escola, ainda pequenos, e que continuaram amigos até hoje.

Pedimos um milk-shake e andamos algumas quadras em volta da lanchonete antes de pedir o táxi para ir embora. As ruas de Nova Iorque eram tão lindas a noite, quanto durante o dia.  Falamos dos filmes que gostávamos, músicas, lugares que já havíamos viajado e os que gostaríamos de conhecer. A hora ia passando e nós dois sequer percebíamos, como era sempre quando estávamos juntos.

- Não sei se essa feira vai me ajudar a conseguir a bolsa na universidade. Mas fico feliz que ela tenha me feito conhecer você. - ele disse olhando em meus olhos, afastou os fios de cabelo que caía em meu rosto e me beijou. Era aquele beijo calmo que me fazia parar no tempo, as mãos macias acariciavam minha pele e eu queria poder continuar ali por todo o tempo que eu pudesse.

- Eu digo o mesmo pra você, lindo. - eu sussurrei assim que paramos de nos beijar, em frente a porta do meu apartamento. - Boa noite!

Ele se afastou e mandou um beijo. Eu não sabia dizer o que eu estava sentindo, mas estava realmente feliz de ter o encontrado. Sabia que nossos momentos juntos seriam limitados pois em breve estaríamos longe de novo, mas queria aproveitar o máximo que nós tínhamos agora.

[...]

O despertador me acordou mais uma manhã e imediatamente lembrei que este seria o último dia em Nova Iorque. Estava feliz com o rumo que nosso projeto havia tomado, e a experiência incrível que havíamos vivido juntas. Ao mesmo tempo que eu estava feliz por tudo isso, estava triste por lembrar que essa viagem incrível estava chegando ao fim. Já fomos para a feira com as malas ajeitadas, pois assim que terminássemos iríamos direto ao aeroporto pegar nosso voo de volta à Los Angeles.

No meio da manhã, fiz questão de ir até o auditório assistir a apresentação de Nate, Brice e Zoe. Entrei e me sentei em uma das últimas fileiras, e assim que os olhos de Nate encontraram os meus em meio a plateia, ele abriu aquele sorriso lindo, me fazendo retribuir. Eu estava feliz por estar lá, o mesmo tanto que fiquei quando o encontrei sentado ali na minha apresentação.

- Parabéns, gente! Vocês arrasaram! - eu disse assim que eles saíram do palco. Abracei Brice e Zoe, e por último Nate, junto com um selinho.

- Obrigada por ter vindo! - ele disse sussurrando em meu ouvido enquanto eu o abraçava.

- Eu não perderia por nada.

Voltei rapidamente para minha estante para que as meninas não ficassem muito tempo sozinhas. Após mais algumas horas, encerramos o último dia de apresentação. Desmontamos tudo e fomos em direção ao estacionamento, onde encontramos nossos novos amigos pela última vez antes de embarcar.

- Ai, eu não acredito que vai ter despedida. Desse jeito eu vou chorar! – Zoe disse enquanto me abraçava.

- Foi muito bom conhecer vocês! Espero que a gente possa se ver mais vezes por aí. - eu respondi.

Em seguida abracei Brice, as meninas também iam se despedindo deles. Quando cheguei em Nate, ele me esperava com aquele sorrisinho lindo estampado no rosto e os braços abertos pronto para me abraçar. Demos um abraço demorado e apertado, ele segurou o meu rosto e me deu um último beijo.

- A gente se vê em breve, linda. Boa viagem!

- Com toda certeza. Acho bom você me avisar quando pisar em LA. Se cuida!

Enquanto íamos em direção ao aeroporto e eu contemplava a grande e linda Nova Iorque pela janela do ônibus, me senti imensamente grata por todas as experiências que eu havia vivido. Grata por ter me aproximado das meninas e por termos vivido algo tão legal juntas, e por tudo que essa viagem havia me proporcionado. Mal sabia eu que estes dias seriam um grande divisor de águas em minha vida.

DE REPENTE LOS ANGELESOnde histórias criam vida. Descubra agora