26. | CAPÍTULO 26

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Eu e Mike passamos muito tempo juntos nas próximas semanas, tanto na escola quanto fora dela. Eu havia ficado na casa dele mais algumas vezes, dormindo lá e jantando com a família dele. Estava virando amiga de Jake depois da noite que cumprimos com o combinado e assistimos desenho com ele comendo os chocolates que arrecadamos no Halloween. Algumas vezes Mike foi até a minha casa também, dormiu lá uma noite ou outra, e em alguma delas pedíamos pizza com Hunter e Kate. Faltava apenas dois dias pro feriado de Ação de Graças e estávamos nós quatro jantando em minha casa.

- O que vocês vão fazer no feriado? - perguntei.

- Minha avó ama esse feriado, ela vai fazer o jantar de sempre. - Kate respondeu dando uma mordida na pizza de calabresa. - Vocês deveriam vir jantar com a gente!

- Seria legal. - Hunter respondeu e Kate sorriu assim que ele concordou com a ideia.

- Não sei. Não queria deixar o papai sozinho nesse feriado. - eu respondi para Hunter.

- É, você tem razão.

- Mas você já vai passar o natal com ele, Hun. Devia aproveitar esse com a Kate. - eu disse, sabendo que ele gostaria de ficar com ela e com sua família. As coisas entre os dois iam melhorando cada vez mais e eu sabia que isso seria importante pra eles.

- Tem certeza? - ele perguntou.

- Sim, eu vou.

- Eu posso ir com você, se quiser. - Mike sussurrou em meu ouvido.

Nós estávamos sentados no tapete da sala, a caixa de pizza aberta em cima da mesa de centro e nós todos em volta dela. Mike estava encostado no sofá e eu encostada em seu peito, enquanto mordiscava mais uma fatia de pizza.

- Eu ia amar! Sua mãe não vai se importar se eu roubar você um pouquinho? - perguntei.

- Ela já aprendeu a me dividir com você. - ele respondeu sorrindo pra mim.

- Viu, então perfeito! - eu disse agora para todos. - Mike vai comigo pra Santa Bárbara e você fica aqui com Kate.

[...]

Quando liguei para avisar meu pai que iria com Mike para Santa Bárbara no feriado, pude perceber que a animação dele era muito maior do que eu esperava. Esse era um feriado que ele amava. Ele sempre foi o responsável pelas refeições mais elaboradas da nossa casa e de datas comemorativas, não seria diferente esse ano. Saímos cedo de Los Angeles para chegar antes da metade da tarde e poder ajudar com tudo. Fui as duas horas de viagem admirando a vista tão bonita que somente a costa da Califórnia me proporcionava, enquanto Mike dirigia.

 Fui as duas horas de viagem admirando a vista tão bonita que somente a costa da Califórnia me proporcionava, enquanto Mike dirigia

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Nossa casa, que agora era a casa do meu pai, era uma casa de campo linda, afastada da cidade e da praia. Meus avós haviam construído anos atrás, com madeiras escuras lindas, já pensando em deixar essa casa para todas as nossas próximas gerações. Meu pai foi o único filho deles, e era tão apegado a todo esse amor que meus avós dedicaram a propriedade que nunca quis sair de lá. O terreno era enorme, tinha muita natureza por volta da residência e logo atrás dela um lago enorme. Quando criança, meu pai plantou uma árvore que meus avós batizaram com o seu nome. E anos depois, quando eu e Hunter éramos criança, ele criou uma pequena casa na árvore pra gente. Essa árvore ficava próximo da entrada do nosso pequeno píer de madeira que ia até um pedaço do lago. Eu e Hunter passamos parte da nossa infância e adolescente deitados lá, admirando o sol se escondendo atrás do lago em cada pôr do sol. Era o nosso lugar preferido do mundo.

Assim que estacionamos o carro e contemplei tudo aquilo, pude sentir a nostalgia que era estar longe dali e então voltar pra casa. Do lugar que eu cresci e que guardava tão bem a minha infância.

- Olha quem chegou! - meu pai disse e logo ouvi o som familiar dos sapatos dele encostarem no piso de madeira da área externa, descer os três degraus e me encontrar com um abraço apertado.

- Eu não perderia por nada esse feriado com você!

- Que bom que veio, minha filha! - ele me afastou do abraço, continuou me olhando sem tirar o sorriso do rosto e acrescentou: - E fico muito feliz que tenha trazido um convidado.

- Esse é o Mike, pai. - eu os apresentei.

- Seja bem vindo a nossa casa, Mike! - ele respondeu.

- Muito obrigado! É um prazer finalmente conhecê-lo. - Mike disse.

- Venham, vamos entrando! Temos muitas coisas pra resolvermos antes do jantar ainda. - meu pai disse e fomos o seguindo em direção a cozinha.

Esse foi um dos melhores feriados de Ação de Graças que eu tive. Meu pai estava animado demais com a nossa visita e muito receptivo com Mike, quando chegamos ao fim da noite parecia que se conheciam a anos. Fiquei feliz de saber que Mike teve a mesma recepção calorosa que eu tive quando conheci seus pais, quase dois meses atrás. Nós ficamos por horas conversando sentados a mesa depois do jantar. Meu pai falava com orgulho sobre a minha infância e de Hunter, o que nos rendeu boas risadas.

No outro dia, levei Mike pra conhecer um pouco da cidade que eu havia crescido. A pequena praia, o centro e a escola que eu havia estudado. E quando chegamos de volta a casa, meu pai fez questão de nos levar até o píer do lago pra pescar perto do fim da tarde.

- É uma tradição nessa casa, Mike. Hunter é um bom pescador, estamos há anos tentando ensinar a Ame. Agora é sua vez! - meu pai dizia.

- Vamos lá. Minha vez.

- Viu, você é bom. Já conseguiu um. - meu pai disse depois de quase 1 hora ensinando alguns truques pro Mike, quando ele finalmente conseguiu fisgar um peixe.

Eu observava os dois, sentada em uma das cadeiras de madeira que meu pai havia feito justamente pras nossas pescarias em família. Naquele fim de semana que comemorávamos por todas as coisas que éramos grata, agradeci justamente por todas as mudanças que minha vida levou nos últimos seis meses e me fez chegar até aqui.

 Naquele fim de semana que comemorávamos por todas as coisas que éramos grata, agradeci justamente por todas as mudanças que minha vida levou nos últimos seis meses e me fez chegar até aqui

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