40. | CAPÍTULO 40

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Me esforcei ao máximo para ignorar o Mike nos próximos dias, eu e as meninas almoçamos na arquibancada do campo da escola algumas vezes, e em outras, ele nem fez questão de se aproximar da gente na área externa do refeitório, o que eu agradeci.

Já estava esgotada de gostar tanto de alguém que me fazia tão mal. Sempre tinha uma frase ou uma atitude que me machucava. Eu já havia entendido que o melhor a se fazer era ficar longe dele. Não que tenha sido fácil. O sentimento de culpa tomava meu coração por completo, culpa de ter me entregado tanto pra alguém, por ter permitido que ele tomasse uma proporção tão importante na minha vida, mesmo sabendo como ele era e no que isso ia dar. Eu tive esperanças o tempo todo de que nós podíamos fazer dar certo, mas desde o primeiro dia eu sabia que seria difícil.

As últimas semanas foram corridas, tirei um dia inteiro para pesquisar universidades que eu iria me candidatar. Uma coisa eu tinha certeza: não pretendia sair de Los Angeles. Era como se eu tivesse encontrado o meu lugar no mundo. Na escola as coisas também corriam muito mais rápido do que o planejado, os dias passavam num piscar de olhos. Precisávamos correr atrás das notas que faltavam e iniciar a preparação do baile de formatura. Apesar de encontrar Mike todos os dias, essa correria ajudou a ocupar minha cabeça com outras coisas e não pensar tanto nele.

Na sexta-feira, recebi duas notícias que me deixaram ansiosa para a próxima semana. Minha entrevista na Universidade da Califórnia em Los Angeles havia sido agendada e Nate havia me enviado uma mensagem que me fez sorrir de orelha a orelha.

Faltei a aula naquela segunda-feira ensolarada e fiz questão de ir ao aeroporto buscá-lo, sem dizer nenhuma palavra

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Faltei a aula naquela segunda-feira ensolarada e fiz questão de ir ao aeroporto buscá-lo, sem dizer nenhuma palavra. Eu estava na área de desembarque quando nossos olhos se encontraram e assim que Nate percebeu minha presença, abriu aquele sorrisinho lindo que me deixou boba e me fez sorrir de volta.

- Eu não podia querer uma recepção melhor! - ele disse assim que se aproximou.

Nós nos unimos em um abraço apertado cheio de saudade, um mês e meio depois de termos nos despedido em Nova Iorque. Desde que saí de lá, eu e ele mantivemos contato quase todos os dias, trocávamos mensagens diariamente e estávamos ambos ansiosos para a chegada dele em Los Angeles. Assim que ele me soltou, segurou meu rosto e me beijou. Senti meu corpo arrepiar da cabeça aos pés quando a boca dele encostou na minha, e mais uma vez paramos no tempo enquanto aquele beijo calmo e lento acontecia.

- Eu tava morrendo de saudade. - admiti.

- Eu também, você nem imagina. - ele sorriu.

- Mas, agora que você tá aqui, preciso fazer o meu papel adequadamente e te levar pra conhecer a cidade.

- Que bom que eu tenho uma guia turística muito legal. - ele disse, lembrando de quando eu falei a mesma frase no dia em que ele me levou pra jantar em NY.

Entramos em meu carro e fomos até o hotel que Nate ficaria hospedado para deixar suas bagagens e em seguida saímos para conhecer a cidade. Fomos ao centro, à praia, calçada da fama, e no fim do dia, compramos hambúrgueres e milk-shakes para assistir o por do sol no letreiro de Hollywood.

- Tá nervoso pra amanhã? - perguntei, sabendo que a entrevista dele seria no dia seguinte

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- Tá nervoso pra amanhã? - perguntei, sabendo que a entrevista dele seria no dia seguinte.

- Um pouco. Preciso dar o meu melhor, é a chance da minha vida.

- Você vai mandar bem demais, eu tenho certeza! - eu disse, repetindo a mesma frase que ele já havia me dito antes, o que nos fez sorrir outra vez.

- Obrigada pelo apoio, Ame. Foi perfeito passar esse dia com você! - ele disse, passou o braço por trás do meu ombro me aconchegando em seu abraço e me beijou. - Quando é a sua?

- Na quinta-feira.

- Você vai mandar bem demais também!

Continuamos ali contemplando aquela vista linda até que o sol se posse. Eu amava assistir o por do sol nessa cidade, amava o rumo que minha vida estava tomando ali, todas as coisas que eu havia construído naquele lugar, eu tinha certeza que não queria ir para outro lugar algum. Estava mais feliz ainda de olhar pro lado e ver Nate ali comigo.

Após mais uma hora, mais ou menos, deixei Nate no hotel e voltei para casa. Deitei em minha cama ainda pensando na tarde inteira que passei ao lado dele. Quando o vi pela primeira vez em Nova Iorque, senti um atração forte por ele, mas nem eu meus maiores sonhos pude imaginar que viveríamos um dia juntos como o de hoje. Estar ao lado dele me despertava sentimentos incríveis, eu não pensava em mais nada a não ser o que estivéssemos fazendo. Sempre tínhamos algo pra conversar, ele era gentil, engraçado, carinhoso. Ele era tudo que eu podia querer.

DE REPENTE LOS ANGELESOnde histórias criam vida. Descubra agora