45. | CAPÍTULO 45

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O término entre eu e Nate me deixou triste, mas me fez conhecer uma outra Amelie que até então eu não conhecia. Nos próximos dois anos de faculdade, aprendi ainda mais a apreciar minha própria companhia, lidar com meus pensamentos, fazer meus próprios planos e principalmente, pensar nas minhas próprias vontades.

O meu pequeno e aconchegante apartamento no centro de Los Angeles estava do jeitinho que eu sempre sonhei, ele era exatamente a minha cara e tinha uma vista incrível da cidade. No fim do dia, tudo que eu mais queria era sentar na janela com uma xícara de café e prestigiar o por do sol dali.

Kate e Hunter continuaram juntos. Nos primeiros meses de faculdade, Kate se mudou de vez para o apartamento de Santa Mônica, e em torno de uns seis meses atrás, Hunter foi morar com ela. Nós ainda continuávamos muito próximas e nos encontrávamos semanalmente. Algumas outras vezes, fui a Nova Iorque encontrar Tyler que continuava cada vez mais apaixonado por Nancy, e nós nunca deixamos de ser grandes amigos, apesar de qualquer distância.

 Algumas outras vezes, fui a Nova Iorque encontrar Tyler que continuava cada vez mais apaixonado por Nancy, e nós nunca deixamos de ser grandes amigos, apesar de qualquer distância

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Já haviam se passado cinco anos desde a nossa formatura do ensino médio. Eu olhava para meu passado me lembrando da ingênua Amelie recém chegada em Los Angeles, e da mulher que havia me tornado. Daqui duas semanas eu estaria inaugurando a minha tão sonhada clínica própria de cuidados para animais, e não poderia estar mais feliz e realizada.

 Daqui duas semanas eu estaria inaugurando a minha tão sonhada clínica própria de cuidados para animais, e não poderia estar mais feliz e realizada

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Era meu último plantão na clínica que eu trabalhava, e já faziam cerca de 20 horas que eu estava acordada na espera do turno acabar. Estava sentada na recepção, enquanto fazia carinho em um cachorro recém operado. Era uma das únicas noites frias do ano em Los Angeles, e chovia pelas últimas três horas sem parar. Me assustei com o barulho da porta abrindo, e assim que levantei da cadeira e me aproximei do balcão, meus olhos se encontraram com os dele. Era aquele par de olhos azuis, eu os reconheceria em qualquer momento e em qualquer lugar do mundo.

Mike estava com a roupa toda molhada, vestia um abrigo preto e segurava nos braços um filhote gordinho de golden dourado que estava tão encharcado quanto ele. Foi como se o tempo tivesse parado quando nossos olhares se encontraram. Haviam se passado exatos cinco anos, mas eu senti todos os sentimentos que eu sentia toda vez que olhava para aqueles olhos hipnotizantes.

- Você pode me ajudar? Ele comeu o veneno que colocamos para o gambá.

[...]

Sai da sala de atendimento, tirei as luvas e as coloquei no lixo. Me aproximei do balcão e assim que Mike notou minha presença, se levantou ansioso para saber o que eu tinha a dizer.

- Ele vai ficar bem, você conseguiu trazê-lo a tempo. Só precisamos esperar ele acordar.

Entreguei a ele o receituário com os devidos cuidados que ele precisava ter com o filhote. Ele suspirou de alívio, passou a mão pelos cabelos loiros e deu uma risadinha nervosa.

- Que bom ver você assim! - disse olhando pra mim e para a clínica em volta. - Eu lembro do quanto você queria viver isso.

- Pois é, é um sonho. Daqui duas eu semanas vou inaugurar minha própria clínica. - disse com orgulho.

- Eu sabia que você ia se dar bem! - ele deu um sorriso sincero.

- E você, como estão as coisas? - perguntei curiosa, fazia mais de ano que não tinha notícias dele.

- Tudo numa boa. Terminei a faculdade na Alemanha e vim exercer no escritório de direito do meu pai. Ele vai se aposentar e já era nossos planos que eu continuasse o legado.

- Ah, sim. Me lembro disso. Seus pais estão bem?

- Sim, estão. - ele sorriu enquanto lembrava deles. - Jake vai entrar no ensino médio no próximo semestre, da pra acreditar?

Nós rimos juntos e lembrei do pequeno Jake quando o conheci e todas as vezes que ele vibrava ao me ver.

- Minha nossa, passou rápido demais!

Ele concordou balançando com a cabeça.

- Ele vai ficar bem. É meu último plantão aqui, mas se ele não melhorar, pode me ligar. - falei, entregando o cachorro novamente no colo dele. - Qual o nome dele mesmo?

- Grim. - Nós dois rimos. Era o nome do personagem preferido de Mike e Jake, o mesmo da fantasia do Halloween em que fomos vestidos de Grim e Malaria. - Obrigado pela ajuda, Ame. Até mais!

Ele sorriu antes de se afastar e precisei respirar fundo quando a porta encostou após a saída dele. Não queria acreditar que meu peito se enchia novamente de todo aquele sentimento, que a voz dele abalava as batidas do meu coração e que eu quase derreti quando ele sorriu me agradecendo. Já haviam se passado cinco anos, mas a armadura que eu criei pós Mike Keneddy estava sendo destruída por ninguém mais, ninguém menos, que ele mesmo.

DE REPENTE LOS ANGELESOnde histórias criam vida. Descubra agora