Nada me deixava mais feliz do que o rosto alegre de uma pessoa que eu havia ajudado a curar. Adorava ser enfermeira, e essa foi a forma que eu encontrei de ajudar a humanidade. Aprendi com minha mãe, que também foi enfermeira, enquanto que meu pai tinha sido médico. Eles morreram de uma epidemia que teve na cidade quando eu ainda era criança. Há quatro anos atrás, trabalhava no hospital do distrito que morava: Shiganshina. Eu era uma das enfermeiras mais jovens, mas de acordo com meus colegas de trabalho e pacientes dos quais eu havia atendido, eu era uma das melhores. Isso me deixava muito feliz, pois eu fazia tudo aquilo com muito amor e dedicação. Eu realmente gostava de cuidar.
- Você é muito talentosa, Angelle! Um dia, com certeza, vai se tornar chefe de uma das enfermarias, e se depender de mim, eu mesmo a indicarei para o cargo!
- Ah, Dr Jaeger, é muita gentileza da sua parte! Fico realmente muito feliz que goste do meu trabalho. Hoje à tarde eu irei até a central de cuidados na muralha Maria. Tem alguns itens essenciais que estão faltando aqui no hospital, e eu irei até lá buscar.
- Tudo bem, então. Hoje à tarde não virei trabalhar, tenho um paciente particular que fiquei de visitar depois do almoço. Fique de olho na enfermaria por mim, tudo bem?
- Tudo bem, pode deixar! Até amanhã, Dr Jaeger!
- Até amanhã, Angelle.
O amanhã não veio.
Depois daquela tarde, eu nunca mais vira o Dr. Grisha Jaeger. Saí depois do almoço para a central de cuidados na muralha Maria, que era uma espécie de galpão onde os suprimentos ficavam guardados: medicamentos, talas, bandagens, anestésicos, pinças, agulhas, linhas de sutura... sempre que faltava ou estava perto de acabar na enfermaria, íamos até lá buscar. Na volta, sou informada que a cidade da qual eu nasci e cresci tinha sofrido o ataque de um titã maior do que as próprias muralhas, e esse titã havia destruído os portões da muralha. Ele não me deixou voltar para lá, e eu fui direcionada para a muralha Rose.
Meu lar, meu trabalho, meus amigos, minha vida. Tive que deixar tudo para trás. Tive que recomeçar do zero. Na verdade, praticamente do zero.
Lembrei da família do Dr Jaeger. Teriam todos eles morrido? Era um fim trágico para uma família tão bonita. Ajudei Dr Jaeger muitas vezes a cuidar do seu filho, Eren. Era um menino muito bonito, e bem ativo. Imagino que dava muito trabalho aos pais. Bom, até ele ganhar uma irmã adotiva, Mikasa. Ela parecia conseguir controlar o Eren muito bem. Ao menos, na medida do possível.
Com o desastre, me identifiquei como enfermeira para as autoridades e me voluntariei para cuidar dos sobreviventes do ataque à muralha que estavam feridos e enfermos, e eles me aceitaram. As coisas foram muito conturbadas, no início, mas aos poucos, as coisas foram ficando mais calmas. Consegui me fixar como enfermeira no hospital da cidade de Trost, e tinha conseguido recomeçar.
Quatro anos depois, eu estava sendo surpreendida por uma soldada da tropa de exploração, me fazendo um convite:
- Bom dia, Zahara Angelle! Meu nome é Hange Zoe, eu sou líder de esquadrão na tropa de exploração. Estamos precisando de pessoal na ala médica do nosso quartel general, e fomos informados de que você é uma das melhores enfermeiras desse hospital. Você teria interesse em se integrar à tropa de exploração como enfermeira?
A tropa de exploração era, na minha opinião, O orgulho da humanidade. Homens e mulheres que arriscavam suas vidas constantemente afim de derrotarem nossos inimigos gigantes que nos cercavam. Nunca fui boa com lutas nem com armas. Minha arma era minhas habilidades de cuidar. Já tinha os visto algumas vezes, indo e voltando de explorações fora das muralhas, mas sempre via de longe. Me lembro dela, que agora eu descobri que se chamava Hange, de um rapaz de cabelos negros na altura dos olhos, e de um loiro, dos quais as mulheres sempre se derretiam quando passava montado em seu cavalo: Erwin Smith, comandante da tropa. Sempre ouvia histórias de como ele era um homem centrado, inteligente, corajoso, cheio de bravura... e sim, era realmente um homem muito bonito.
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O preço de entregar o coração
Fiksi PenggemarZahara Angelle sempre quis ajudar a humanidade de alguma forma, e a forma da qual ela encontrou foi virando enfermeira, para ajudar os doentes e feridos. diante do fato de ser uma das melhores profissionais do hospital da cidade de Trost, ela foi co...