Capítulo 10

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Pense num cap maceta!

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"Estou farto de sentir vergonha de coisas que minha filha, minha primogênita faz".
 
Acordei assustada com o pesadelo que tive, um sonho estranho onde eu me encontrava presa em uma caixa de vidro, sendo forçada a ouvir todos me julgando, mostrando meus erros, meus pecados.
 
Olhei no relógio e marcava 4:57 am, escutei o barulho de chuva do lado de fora do castelo, afundei meu rosto no travesseiro antes de me levantar e fazer minha higiene matinal, tomei um banho bem demorado, naquela manhã estava frio e chovia um pouco menos, saí do banheiro e coloquei uma calça jeans preta, uma blusa de moletom cinza e por cima minha jaqueta de couro, coloquei meus coturnos de cano médio, caminhei para a frente do espelho, passei um pouco de rímel e coloquei meu gorro cinza.

Olhei pela janela e notei que a grande quadra de corrida ia formando poças de água, ao fundo vi o grande estábulo.

Trevor.

Abri a porta lentamente e vi que Edgar e nenhum guarda estava ali, dei passos lentos para fora do meu quarto olhando para todos os lados, desci as escadas e encontrei alguns funcionários limpando o castelo, eles me olharam surpresos e confusos, sorri amarelo e segui pelo corredor, virei a direita e segui o mesmo caminho que tinha feito ontem.

Abri as grandes portas da lateral do castelo, e senti as gotas frias da fraca chuva beijar meu rosto, respirei fundo e peguei coragem para correr em direção ao estábulo.

Não demorei muito para chegar na grande casa de madeira, percebi que não tinha guardas ali, entrei rapidamente e escutei uma voz feminina falando em um tom baixo e calmo, tirei as gotas de chuva da minha jaqueta, andei lentamente pelo lugar escutando aquela voz conhecida, parei atrás de uma coluna de madeira e vi Juliette sentada em um pequeno banco ao lado de sua égua, a garota conversa com o animal e escovava seu pelo.
 
Juliette estava totalmente normal, não que ela seja anormal, mas o fato dela ser uma princesa faz com que ela seja algo raro, mas naquele momento ela se parecia como uma garota normal, ela não usava um vestido bonito, nem salto e muito menos uma coroa, a garota estava usando uma calça jeans, galochas pretas e um grande casaco na cor vermelho escuro, seus cabelos estavam molhados e suas bochechas um pouco avermelhadas.
 
— Você sabe que eu não vou deixar nada acontecer com você, não sabe? – Ela falou e passou a mão na crina de sua égua. – É apenas a chuva, está tudo bem.
 
Cheguei mais perto da garota, mas não perto o suficiente para que ela me notasse, a égua estava deitada com a respiração um pouco ofegante, ela me olhou e se levantou agitada.
 
— Ei garota. Ei, ei. – Juliette tentou acalmá-la. – O que foi? O que foi Suny? – Juliette virou para trás e assim que ela colocou os olhos em mim, soltou um grito fino e deu passos para trás, tropeçando na suas próprias galochas e caíu sentada dentro de um balde.
 
Comecei a gargalhar com vontade, Juliette resmungava baixo e tentava balançar os pés para sair do balde, me apoiei nos meus joelhos e peguei fôlego para gargalhar novamente, os cavalos se agitaram com o som da minha risada.
 
— Carolline, cala-te! – Ela falou brava, ainda presa no balde. – Eu ordeno que me ajude!
 
Olhei para Juliette e seu rosto estava vermelho de vergonha ou raiva, ela fez uma cara como se tivesse perguntando “O que você está esperando?”, comecei a gargalhar novamente, escutei ela choramingar.
 
— Por favor? – Ela choramingou, e tentou sair, porém fracassou.
 
— Calma, eu vou te ajudar! – Tentei controlar o riso e me abaixei para ajudar a Princesa. – Segura a minha mão! – Juliette segurou minha mão e eu puxei a garota.
 
Ela colocou os pés no chão novamente, mas a garota estava curvada com o balde preso em seu traseiro.

Gargalhei alto.

Ela me ignorou, empurrou o balde para trás e conseguiu desgrudar do seu traseiro.

𝘿𝙚𝙨𝙩𝙞𝙣𝙖𝙩𝙞𝙤𝙣 𝙏𝙧𝙖𝙞𝙩𝙨 • 𝙎𝙖𝙧𝙞𝙚𝙩𝙩𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora