Capítulo 29

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Juliette Freire Point Of View

Duas semanas depois.

Corri para o hall de entrada do castelo e avistei Alexandre colocando sua pequena mala no chão. Ele esperou os mordomos levarem seu sobretudo para então me olhar.

— Pequena Juliette. – Ele sorriu abrindo os braços.

Abracei o homem carinhosamente, me afastei para olhá-lo melhor, ele estava mais velho, os cabelos brancos e as fortes marcas de expressões diziam isso, porém não deixava aquele sorriso juvenil e a elegância.
 
— Olha para você, está tão linda. – Ele analisou meu rosto.

— Obrigada!

— Não tem de quê.

— Como foi de viagem?

— Foi ótima, obrigado. Como você está? Cadê sua namorada? – Ele olhou para os lados. – Eu vi na internet, ela é muito bonita.

— Estou muito bem. Sarah está em horário de aula e sim, ela é muito bonita mesmo. – Sorri convencida. – Vamos, temos muito o que conversar.

— Verídico. – Fiz uma careta. – Não me julgue, estou acostumado a falar coisas formais.

— Eu te compreendo. – Indiquei para que andássemos.

— Os muros estão mais altos do que eu me lembrava.

— Por segurança. – Dei de ombros. – Onde está Sônia?

— Bem longe, graças a Deus. – Franzi o cenho. – Nos divorciamos.

— Oh… que pena.

— Pena?! Juliettezinha, aquela mulher era o cão.

— Não seja rude, Alex. – Ele estalou a língua.

— Cadê o velho do seu pai?

— Está te aguardando para um chá.

— Londrinos não conhece refrigerante, só chá?!

— Agora eu descobri de onde veio essa pança avantajada. – Sorri de lado.

— Você está muito ousada, princesa Juliette  – Ele balançou o dedo indicador na minha direção. – Mas essa pança é por causa do chope.

— Ainda não parou com isso? – Balancei a cabeça.

— O que eu posso fazer? – Ele deu de ombros. – Conheço os melhores bares de New York.

Dei risada e abri a porta para a sala do rei, reservada apenas para o famoso chá com os amigos.

— Papai, tio Alexandre chegou. – Falei.

Meu pai abriu um largo sorriso e puxou o homem para um abraço amoroso e carregado de saudades, as risadas grossas e os apelidos entre os dois preencheram o ambiente.

— Clifford, você está velho. – Alex bateu no ombro do meu pai.

— E você está gordo, meu amigo.

— Deixe-me em paz. – O homem falou fingindo irritação.

— Tio Alex me procure depois, para conversarmos sobre os passaportes. – Falei brincando com a maçaneta.

— Claro, querida.

— Aproveitem, com licença. – Meu pai piscou um olho com um sorriso nos lábios.

Fechei a porta e sorri sentindo meus ombros leves. Balancei a barra do meu vestido enquanto andava animadamente sem rumo pelos corredores do castelo. O castelo estava muito silencioso para uma quinta feira.

𝘿𝙚𝙨𝙩𝙞𝙣𝙖𝙩𝙞𝙤𝙣 𝙏𝙧𝙖𝙞𝙩𝙨 • 𝙎𝙖𝙧𝙞𝙚𝙩𝙩𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora