Capítulo 16

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Sarah Andrade Point Of View

Um encontro.

Okay, eu já tive vários encontros, mas era com meus amigos ou familiares, nunca com uma pessoa que eu realmente gostava.

Céus, eu gostava de Juliette, nunca pensei que fosse gostar tanto de alguém.

Depois dos nossos vários beijos, Juliette disse que tinha que resolver algumas coisas com o Rei, eu concordei e vi a garota ir embora.

Corri para meu quarto e fiquei pensando no que acontecia em um primeiro encontro.

Roupa bonita, presente, comida gostosa e... amor?

Eu não fazia a mínima ideia, eu precisaria de ajuda.

Desci para o primeiro hall e encontrei ela, a pessoa que eu tinha certeza que poderia me ajudar.
 
— Oras Toni, eu não sei. – Roberta levantou as mãos. – Eu nunca tive um encontro. Aliás você vai se encontrar com quem? Aqui no castelo?
 
— Não se finja de desentendida, Lodge. Sei que a Giu já deve ter contato para você, sobre eu e Juliette. – Revirei o olhos e me sentei no sofá perto das escadas, longe dos ouvidos dos alunos.
 
— Touché. Ela me contou, mas eu queria que você me falasse. – Ela deu de ombros.
 
— Giu também me contou sobre a aposta de vocês. – Fuzilei a garota com os olhos, ela riu sapeca. – Muito obrigada por ficar do meu lado.
 
— Sarah, Sarah... – Ela riu e se sentou ao meu lado. – Eu estava torcendo por vocês, mas Giu é competitiva, e por qualquer coisa a gente aposta, entende? Como iríamos apostar por uma coisa só? Teríamos que ser rivais. – Ela deu de ombros.
 
— Parece que temos alguém apaixonada aqui. – Falei olhando para a garota.
 
— Oh sim, está se vendo no espelho?
 
— Não, idiota. Estou falando de você!
 
— Eu não estou apaixonada coisa nenhuma.
 
Ela abriu um sorriso divertido, como se negasse a própria fala, gargalhei e neguei com a cabeça, ela me empurrou de leve com o ombro e sentou de frente comigo.
 
— Voltando ao seu encontro... Nos filmes que eu assisti, os jantares românticos são românticos.
 
— Sério? – Falei sarcástica.
 
— Sim, e sempre o homem dá um buquê de flores para a mulher. Eu não sei se você percebeu, mas tem um monte de rosas em volta do castelo, é só você arrancar e levar para Princesa. – Roberta sorriu. – Espera, você vai ser o homem?
 
— Não, eu vou ser a Sarah. Mas obrigada pela dica.
 
— Outra coisa muito importante, sempre elogia ela, diga que a noite está perfeita com a presença dela, e pague o jantar.
 
— Eu vou pagar como, gênio?
 
— Ah, é verdade, é de graça. – Ela falou pensativa, gargalhei mais uma vez.
 
— Mais alguma coisa, senhorita cupido?
 
— Vá gostosa!
 
— O que?
 
— Escolhe uma roupa daquelas, sabe? Faz uma maquiagem que realça esses olhos, um batom vermelho, perfume, essas coisas. Se quiser eu posso te ajudar.
 
— Não, não…
 
— Eu vou te ajudar, vamos! – Roberta me puxou do sofá como se eu não pesasse mais do que 2kg.
 
Ela correu me puxando para as escadas, subi tropeçando nos degraus e esbarrando nas pessoas, Roberta tinha pernas largas e subia pulando dois em dois degraus, ela virou o corredor e me fez bater na parede, fechei a cara e olhei para ela, a garota sorriu mostrando todos os dentes.
 
— Ai desculpa, vai ficar vermelho? – Ela apontou para o meu rosto.
 
— Provavelmente. – Soltei meu braço da sua mão e entrei no meu quarto.
 
Escutei ela conversando com Edgar antes de entrar no meu quarto e bater a porta, sentei na minha cama e olhei para Roberta.
 
— Sempre achei seu quarto muito escuro. – Revirei os olhos. – Por que seu quarto é cinza?
 
— Eu gosto de cinza.
 
— Okay, né. Vamos ver suas roupas. – Ela esfregou uma mão na outra e abriu meu closet. – Olha Sarah, acho que você tem problemas.
 
— Hã?
 
— Talvez daltonismo ou psicológico.
 
— Do que você está falando?
 
— Aqui só tem roupa preta, cinza e azul escuro.
 
— Eu tenho algumas roupas coloridas. – Falei pensativa parando ao seu lado.
 
— Tem vermelho?
 
— Hum… não. Olha, eu tenho verde. – Mostrei minha camisa verde.
 
— Uma. – Ela revirou os olhos. – Okay, vai ser um jantar, preto é bom, combina com a noite. – Balancei a cabeça positivamente. – Vamos ver, esse não, esse também não, esse nem pensar. Nada de calça ou shorts. – Roberta ia jogando minha roupas para fora do closet.
 
— Roberta…
 
— Esse é transparente, você usa roupa transparente? – Ela jogou um vestido na minha cara. – Safada!
 
— Foi uma amiga que me deu. – Me defendi.
 
— Roupa de frio, roupa de frio. – Ela continuava jogando os vestidos por cima de seus ombros.
 
Comecei a pegar minhas roupas do chão, percebi que eu realmente precisava comprar roupas coloridas, eu tinha várias em preto, ou em cinquenta tons de cinza.
 
— ESSE! – Ela gritou, me assustei.
 
Roberta se levantou e mostrou um vestido rodado de alças grossas, era um pouco curto e preto, ganhei de Angel, mas sabia que minha mãe que tinha ajudado a escolher.
 
— Eu não posso ir de calça? – Fiz uma careta.
 
— Não! – Roberta puxou meu braço me fazendo largar as roupas novamente no chão. – Você vai ficar linda! – Ela colocou o vestido na minha frente.
 
— Tenho escolha?
 
— Tem! – Ela sorriu. – Esse ou o transparente.
 
Estalei a língua, aceitando que era melhor aquele mesmo, joguei o vestido em cima da cama e olhei para o chão.
 
— Você vai arrumar isso!
 
— Suas roupas, seus problemas. – Ela correu para a porta. – Volto depois!
 
— Filha da pu… – Escutei a porta sendo batida.
 
Resmunguei e comecei a pegar minhas roupas, fiz uma montanha, embolei tudo e joguei no closet, fechei a porta rapidamente impedindo as roupas de caírem.
 
Olhei para o vestido na minha cama e suspirei, eu estava mais nervosa do que o normal. Não era para menos, eu nunca pensei que poderia ter um encontro com uma Princesa, ou melhor, com alguém que eu nutria sentimentos verdadeiros.

𝘿𝙚𝙨𝙩𝙞𝙣𝙖𝙩𝙞𝙤𝙣 𝙏𝙧𝙖𝙞𝙩𝙨 • 𝙎𝙖𝙧𝙞𝙚𝙩𝙩𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora