Capítulo 11

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Sarah Andrade Point Of View

Já se fazia quase duas semanas desde a tentativa de invasão dos rebeldes, o Rei organizou uma reunião no mesmo dia para um pedido de desculpas aos alunos por tal incômodo, aumentou o grupo de guardas e criou novas normas.

A notícia foi espalhada pelo mundo, o que fez com que a família real tivesse que esclarecer os pais dos alunos, cidadãos de Londres e do mundo, ele prometeu resolver o assunto o mais rápido possível.

Nesses últimos dias Juliette estava sempre com os pais, porém eu achava que a garota estava me evitando ao máximo. Julia e Carla estavam mais próximas de mim, assim como as meninas.

Eu já conhecia uma boa parte das salas e dos professores do castelo, conseguia andar pelos corredores sem me perder.

Eu ainda entrava no estábulo escondida, e, graças a minha insistência tive uma evolução com Trevor, consegui colocar a sela no cavalo, porém o mesmo não deixou eu montar nele.

Paciência.

Os alunos estavam ansiosos para o baile, comentavam sem parar, corriam para cima e para baixo atrás de informações sobre o evento, ou sobre novos tecidos.

Hoje era sábado, estava calor e o sol brilhava no céu, os alunos aproveitaram para nadar na piscina, tomar um banho de sol no grande gramado, os garotos optaram em jogar futebol, e eu?

Eu estava enfiada em uma sala estudando, cumprido minha consequência por ter quebrado uma regra e ter entrado na adega.
 
— Bom, Carolline quero que você vá na biblioteca e pegue um livro do autor próprio Platão, o nome do livro é “Alegoria da Caverna”. – O senhor Lawler encerrava sua aula de filosofia. – Quero um resumo para o próximo sábado.
 
— Quantas páginas tem esse livro?
 
— Se eu não me engano, 390 páginas.
 
Revirei os olhos e fechei meu caderno.
 
— Sugiro que comece a ler por agora. – Ele falou enquanto guardava as folhas em sua pasta.
 
— Tenho outra opção? – Perguntei indiferente.
 
— Infelizmente não. – Ele arrumou seu paletó. – Bom sábado e ótima tarde. – Ele saíu da sala.
 
— Que merda! – Falei sozinha.
 
Terminei de arrumar minhas coisas e saí da sala, graças a nova norma do Rei Clifford, eu não tinha só Edgar que ficava atrás de mim, agora tinha o novo guarda, Billy, um moreno alto, forte e engraçado.
 
— Eu tenho que ir para a biblioteca. – Falei para os homens que me esperavam do lado de fora da sala. – Eu sei ir sozinha, vou ficar lá até a hora do almoço.
 
— Certo, ficaremos do lado de fora. – Edgar falou, revirei os olhos e ele riu. – Vai Andrade, toma cuidado, vamos ter que ir para um treinamento, isso fica entre nós, certo?
 
— Yes! – Dei um soco de leve no seu braço e corri para o corredor.
 
Sim, eu já havia decorado o caminho para a biblioteca, às vezes eu me encontrava ali com Carla depois da janta, ficávamos conversando ou lendo livros infantis para Julia.
 
Os guardas me cumprimentavam com um aceno de cabeça, as garotas conversavam no primeiro hall e outras corriam para a piscina, olhei descaradamente algumas meninas que passaram correndo de biquíni, não me importei com os olhares tortos para mim.

Virei o corredor e entrei.
 
— Oi, Christine. – Cumprimentei a senhora que agora cuidava da biblioteca.
 
— Olá, senhorita Andrade. – Ela sorriu simpática.
 
— Onde fica os livros de filosofia?
 
— No último corredor à esquerda. – Ela apontou para o lado direito da grande biblioteca.
 
— Valeu!
 
Andei até a mesa e coloquei meus cadernos em cima.

Eu amava aquele lugar, o cheiro de livros e o silêncio, olhei para cima admirando os anjos pintados no teto alto.

Caminhei até a estante onde a senhora me instruiu e dei de cara com Juliette sentada no chão, lendo um livro, ela levantou o olhar e me viu.
 
— Oi. – Acenei com a mão.
 
— Olá. – Ela sorriu sem vontade.
 
A garota abaixou a cabeça e voltou a ler seu livro, aproveitei para encontrar o livro que o senhor Lawler tinha passado, por sorte, os livros estavam enfileirados em ordem alfabética, isso ajudou a minha procura.
 
— Se importa se eu ficar aqui? – Perguntei para a garota, ela deu de ombros sem me olhar. – Ok.
 
Me sentei de qualquer jeito no chão e comecei a ler a primeira página.
 
“Alegoria da Caverna”
 
Por que a Juliette está assim?

𝘿𝙚𝙨𝙩𝙞𝙣𝙖𝙩𝙞𝙤𝙣 𝙏𝙧𝙖𝙞𝙩𝙨 • 𝙎𝙖𝙧𝙞𝙚𝙩𝙩𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora