Capítulo 19

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Juliette Freire Point Of View

"Esse é Arcrebiano Araújo".

O nome do garoto se repetia diversas vezes na minha mente, olhei para o sorriso superior de minha mãe e cerrei os dentes.

Não seja grossa, Juliette, não seja grossa.

— Sinto muito, mas eu tenho que estudar. – Falei olhando para minha mãe.

— Oras Juliette, você estuda no sábado, não seja mal educada. – Sorri forçada.

— Então me deixa estudar, assim serei educada. – Falei quase implorando para minha mãe.

— Fique com o senhor Araújo, enquanto teremos uma reunião. – Ela se virou para o garoto. – Fique a vontade, sinta-se em casa.

— Bem difícil, na minha casa só tem cinco quartos. – Ele disse fazendo minha mãe rir.

A mulher começou a se afastar me deixando sozinha com um desconhecido, arregalei os olhos e pedi um minuto com a mão, saí correndo atrás da minha mãe.

— Mamãe, você vai me deixar sozinha com ele? – Entrei na sua frente.

— Sim.

Esperei ela dizer mais algo, mas ela apenas se virou e foi embora, me deixando com uma cara incrédula.

O garoto acenou para mim como se quisesse avisar que ainda estava ali. Me aproximei acanhada, ele sorriu e cruzou os braços.

— E ai? O que você faz aqui?

— Eu moro aqui. – Revirei os olhos.

— No tempo vago?

— Estudo (?).

— Coisas para se divertir?

— Temos uma biblioteca enorme. – Ele revirou os olhos, pensei em outra coisa – Ah, temos um salão de jogos, é para os alunos.

— Então vamos. – Ele começou a andar na minha frente, na direção errada.

— Mas… Fica para lá. – Ele me olhou por cima do ombro e riu divertido.

— Eu sabia. – Ele balançou a cabeça e deu meia volta.

Dei risada e andei atrás do garoto, talvez passar algumas horas com ele não fosse tão ruim assim.

Pedi para que meus guardas não me seguissem, eu estava bem e Arcrebiano parecia ser inofensivo.

O garoto falava sem parar o quanto o castelo era bonito, nada passava despercebido pelo seus olhos. Entramos no salão de jogos e vi seus olhos brilharem.

— Minha nossa, que lugar lindo, acho que vou chorar. – Ele disse.

— Por que? – Falei preocupada.

— Esse lugar é simplesmente magnífico. – Ele juntou os dedos e beijou, como um cidadão italiano.

Dei risada e neguei com a cabeça, Arcrebiano correu na frente olhando tudo com admiração, parecia uma criança em uma loja de brinquedos, ele pegou as raquetes do tênis de mesa e me entregou uma.

— Vamos jogar!

— O que? Não! Eu não tenho coordenação motora.

— Ótimo, então eu já tenho uma vitória garantida.

Empurrei seu ombro e marchei até a mesa, peguei a bolinha branca e esperei o garoto se preparar, deixei a bolinha pingar na mesa e então bati a raquete na bolinha, talvez forte demais, já que ela voou para o outro lado da sala, passando próximo ao rosto do garoto, Bil olhou assustado para trás e depois para mim.

𝘿𝙚𝙨𝙩𝙞𝙣𝙖𝙩𝙞𝙤𝙣 𝙏𝙧𝙖𝙞𝙩𝙨 • 𝙎𝙖𝙧𝙞𝙚𝙩𝙩𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora