Moisturizer

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Três semanas se passaram desde que Tobirama se mudou da França, e sua estadia com o irmão estava lhe estressando em níveis altos. Primeiro de tudo porque seu cunhado havia pegado uma gripe forte e caído de cama por uma semana, o que deveria ter sido bom, certo? Mas não foi.

Hashirama o levou para o apartamento, pois o dele havia precisado passar por uma reforma de última hora já que os canos do vizinho de cima estavam vazando bem em cima deles.

E como se não pudesse ficar pior, na semana seguinte, quando Madara melhorou, seu irmão pegou a mesma coisa. E lá se foi mais uma semana inteira vendo o irmão gemendo e resmungando sobre a cama de casal enquanto ele se espremia no maldito quarto com caixas até o teto.

Por fim desistiu e ao encontrar uma posição onde seu pé ficava sobre a mala de chão e seu braço se enfiava debaixo de uma pilha de roupas, ele enfim conseguiu dormir honráveis seis horas e meia de sono.

Faltou a cereja do bolo que foi: seu passatempo favorito havia sido abruptamente interrompido graças a vizinhança intrometida que forma os outros dois homens. Não teve tempo para nada, exceto assistir aos shows públicos na calada da noite, observando-o apenas com os olhos famintos enquanto ele dançava e se exibia para a câmera.

Deu as moedas virtuais que lhe conveio e recebeu um aceno passional de Dominique por isso, o que fez valer todas as frustrações sexuais que poderia ter naqueles últimos dias. Mas bem como dizem que a única coisa certa na vida é que o tempo passa, as coisas melhoraram, e hoje, quinta feira, era o primeiro dia com a casa vazia. E bônus: ele não sentia nada, ou seja, grandes chances de não ficar doente. O que era necessário demais, as provas estavam começando na semana seguinte, a partir de terça feira, precisamente.

Nas primeiras aulas, deu uma avaliação para cada uma de suas novas turmas, e ao ver o resultado, ficou aliviado de vê-los antenados com o nível do curso. Então ele prosseguiu as aulas de onde o antigo professor estava, seguindo o mesmo cronograma pré estabelecido no início do ano.

Olhando o smartwatch em seu pulso, notou que já tinha corrido quase cinco quilômetros. Foi então que percebeu que tinha entrado em um bairro muito bonito, e que não conhecia. Parecia ser do tipo planejado, com calçadas largas, árvores e prédios enormes e amplos.

Aquele parecia um bom lugar para se morar, e Tobirama fez uma nota mental de procurar sobre quando fosse encontrar com a imobiliária mais tarde naquele dia. Por ora diminuiu o passo, voltando a caminhar enquanto seus olhos admiravam para parapeito, cada viga. E assim que virou a esquina, uma loja de conveniência apareceu, bem quando mais desejava, pois estava com muita sede.

Tirou o excesso de suor da testa antes de puxar a porta para fora. O vento refrigerado foi prazeroso demais, sua vontade era de ficar ali parado por cinco minutos inteiros, mas não podia, por isso tratou de se mover direto para a geladeira, buscando uma garrafa de meio litro de água.

Virando na direção do caixa, ergueu as sobrancelhas ao encontrar seu aluno, Izuna Uchiha escrevendo algo em um papel. Aproximando-se, viu a surpresa dele espelhar-se na sua quando os olhos se encontraram.

— Olá, Sr. Senju. Como está?

— Só Tobirama, por favor.

Izuna sorriu enquanto pegava a garrafa de sua mão e a passava no leitor infravermelho.

— Olá, Tobirama. Como está?

— Bem — respondeu enquanto segurava um riso torto. — E você?

— Também. Como veio parar tão longe? Hashirama mora lá do outro lado.

Pegou o cartão no bolso da bermuda, inserindo-o na pequena máquina, efetuando o pagamento.

Lace and SilkOnde histórias criam vida. Descubra agora