Perfume

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Tobirama entrou no carro com pressa, partindo de volta na direção do bar que ia toda semana tendo a mais plena certeza de que conseguiria fazer aquele caminho de olhos fechados. Seu peito batia acelerado, a ansiedade correndo solta com tanta intensidade que o fazia temer pela própria vida tamanha velocidade que seu órgão se movia.

Estacionando na mesma vaga, por acaso, acionou o alarme e as travas elétricas, abandonando o carro e focando em procurar apenas uma pessoa em específico. Entrando pelas portas, foi para o bar e pegou outra cerveja, bebendo tudo em um gole só enquanto seus olhos procuravam com acuidade pelo resto do salão.

Para seu desespero interno, não conseguia localizar Izuna em lugar algum, e pensamentos intrusivos começaram a fazer sua mente girar, desesperada ao visualizar os piores cenários possíveis. Pedindo outra cerveja, entornou esta para dentro no dobro da velocidade da primeira e quando ergueu o dedo pedindo pela terceira, Mito, a dona dor bar e sua velha amiga de infância sorriu ao lhe entregar o vidro.

— Uma moeda por seus pensamentos.

— Vai morrer pobre.

A ruiva deu uma risada audível mesmo por trás de toda aquela música.

— Você só fica de mau humor assim quando algo tá te incomodando. Desembucha, o que houve?

Tobirama deu um longo gole no gargalo da cerveja e então suspirou pesadamente.

— Não vale nem o esforço de contar.

— Hmm... — ela murmurou. — Tem algo a ver com o irmão mais novo de Madara?

— O que? Claro que não.

— Eu te vi crescer, seu arrombado. Te conheço, lembra disso — ela se serviu de água e então bateu o copo pequeno em sua garrafa. — Se vale de algo, eu acho que vocês ficam uma gracinha juntos. E ele acabou de sair do banheiro.

Virando-se, ficou zonzo por um segundo, mas logo seu equilíbrio voltou ao normal, pois seus olhos focaram na figura linda que vinha rindo por dentro da pista de dança. Os cabelos agora estavam presos em um coque úmido, provavelmente de suor misturado com água da pia.

— Vê se não faz merda, hein.

Tobirama sorriu para a amiga.

— Vou tentar.

Afastando-se, a ouviu assoviar. Levantando o rosto na direção dela, riu alto quando ela gritou:

— Apronta uma e eu te expulso do bar. Eu tenho esse poder!!!

— Vou me lembrar! — gritou de volta.

Bebericando mais um gole, parou perto de uma marquise e observou atentamente enquanto Izuna ria com seu pequeno grupo, agora de volta as cadeiras. Um dos funcionários chegou logo em seguida com algumas porções de comida, e então vou algumas doses de chope.

Ele esticou o braço para pegar a primeira batata frita quando seus olhos enfim se encontraram. Sorriu ao vê-lo se assustar, mas em seguida corar como um adolescente. Tobirama não estava escondendo nada. Ali, parado, com a cerveja na mão e as pernas cruzadas, fazia questão de encará-lo com clareza. Estava ali por ele. E ficaria ali até que ele o quisesse de volta. Havia cruzado a linha, e agora precisava apenas que Izuna o encontrasse no meio do caminho.

Parecendo ter entendido, Izuna o ofereceu um sorriso que já conhecia bem. Era o tipo de sorriso que recebia quando estavam brincando na câmera, quando era só eles dois, quando Izuna estava receptivo. Isso era um bom sinal. Deu outro gole na bebida, e estava prestes a pegar o celular para mandar uma mensagem, quando uma voz familiar o interrompeu.

Lace and SilkOnde histórias criam vida. Descubra agora