Hidrafix

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Sentado em uma das cadeiras pintadas de rosa, Izuna sugava o refrigerante gelado pelo canudo igualmente rosado. Tinham ido até ali conhecer o novo café e, pasme, era tudo, absolutamente tudo, cor de rosa. Itachi ficou obcecado com o doce em forma de sapato — o garoto já tinha comido uns quatro, enquanto ele e os outros dois tinham optado por sanduíches e bebida.

Era sexta feira a tarde, estava mais quente do que deveria para a época do ano, e se não fosse pelo ar-condicionado no máximo, ele tinha certeza que estaria derretendo em algum canto do campus. E por esse motivo, jamais diria nada pelo excesso de rosa daquele lugar. Seu guarda-roupa secreto podia facilmente fazer parte daquela decoração, então quem era ele para julgar, certo? Puxando a coca cola entre as bochechas, encarou o grupo de amigos que tagarelavam.

— Vocês vão amanhã no bar da Mito? — Itachi perguntou enquanto mordia outro salto comestível. — Ela disse que ia ter promoção do hambúrguer que a gente gosta.

— Ei, devagar nesse açúcar todo ou você vai dormir sozinho essa noite — Shisui ameçou.

— Você sabe o quanto é difícil eu achar um doce gostoso, larga de ser chato.

— Tachi, ele tá certo. Você fica insuportável — Izuna riu. — E sim, Obito, é óbvio que eu vou ou você acha meeeesmo que eu vou perder a chance de comer aquela beldade até passar mal?

— Ah sim. Perguntei por que né...

— "Por que né" o que? — inquiriu franzindo o cenho.

Os três se entreolharam, mas de nada disseram.

— Desembucha, caralho!

Obito puxou o ar uma, duas vezes.

— Quando é que tu finalmente vai dar pra ele?

A coca jorrou feito uma cachoeira, saindo pelo nariz enquanto ele engasgava de um jeito muito humilhante. Quando finalmente se acalmou, conseguiu voltar a falar.

— Ele quem?

— Você sabe — o Uchiha mais novo rolou os olhos. — Aquele garoto que tava de dando mole ontem, ora bolas, quem mais seria? Tobirama?

Outra série de tosses miseráveis e Izuna nunca quis tanto enfiar a cabeça em um buraco e morrer.

— Jamais — disse após dar outro gole no refrigerante. — Sério, aquele ali tem zero chances comigo.

Obito colocou os dois cotovelos sobre a mesa, apoiou o queixo em um dos punhos e abriu um sorriso maléfico.

— Então quer dizer que o professor é seu objeto de desejo?

— É o que?!

— Rá! Peguei no ato, não adianta mais negar.

Confuso, virou para o casal de namorados que brigavam em um volume menor sobre a decisão do maior em comprar mais uma unidade do doce caramelado.

— Que porra ele tá falando?

Foi a vez de Shisui suspirar.

— Ele tá querendo perguntar isso há dias: você e Tobirama estão ou não estão se comendo?

— O que? Não!

— A voz fina entrega, incrível — Obito riu alto.

— Meu Deus, você é insuportável.

— Entãaaaao, sim ou não?

— Não...

Pausa dramática onde todos o encararam com os olhos astutos.

Lace and SilkOnde histórias criam vida. Descubra agora