Não é a toa que dizem que pensar com a cabeça do pau faz mal pra saúde. Tobirama tinha acabado de acordar e enquanto encarava o teto branco, um flashback da noite passada acontecia como se fosse um maldito holograma.
Ao deixar a faculdade, saiu para jantar com o irmão e o cunhado, uma pequena comemoração pelas duas conquistas do albino naqueles últimos dias. Ele assinou o contrato com a imobiliária e resolveu o problema da falta de carro. Na própria sexta de manhã, ao invés de correr, foi até o apartamento, deixando algumas malas e caixas. Porém, como o tempo era curto, deixou o resto para depois. Este que nunca chegou, porque assim que entrou no carro, viu a mensagem de Dominique.
No instante em que leu aquelas palavras, foi como se tivesse perdido o controle. Ao invés de ir para o prédio de Hashirama, foi em direção ao seu. A mobília tinha sido entregue e supervisionada por seu irmão durante a tarde, no período em que ele não tinha aulas para dar. Um verdadeiro trabalho em conjunto — que custaria pelo menos duas borras garrafas de vinho no Natal, mas poderia viver com isso.
Quando Dominique perguntou se podia ligar, todo seu sangue ferveu, e antes que aquela miragem desaparecesse, lá estava ele, ligando primeiro, todo desesperado. E ao ser atendido, a voz divertida e arrastada de seu brinquedo favorito chegou aos seus ouvidos, arrancando-lhe um sorriso divertido e uma ereção dolorida.
Bufando, tampou os olhos com o antebraço, amaldiçoando o barulho de plástico do colchão recém comprado — nem isso teve a decência de tirar quando finalmente entrou em casa. Antes mesmo de terminar a pergunta mental sobre por que ele chegou naquele ponto, a resposta já vinha arrebentando por cima. Tobirama não tinha paciência pra coisa real, relacionamentos e coisa do tipo. Mas ele também era um homem saudável de trinta e poucos anos, e quando alguém que achava atraente lhe provocava da forma que seu aluno o fez, era natural que ele acumulasse um pouco de tesão.
Quem ele queria enganar... Estava confuso pra caralho. Não sabia mesmo em quem queria meter mais: no streamer pivô de todas as suas fantasias sexuais ou em Izuna que parecia assombrosamente bom de cama. No fim das contas não importava. Seu encontro com Dominque resultou se esconder na vaga mais escura, torcendo para que ninguém aparecesse enquanto tocava uma daquelas ao mesmo tempo em que o provocava até seu próprio limite.
E porra, ele bêbado parecia ter ficado ainda mais sensual, com aquela falta de vergonha e fala mansa, como se soubesse exatamente que o tinha numa coleira. Tirando o braço de cima do rosto, sentou na cama, ignorando a carne rígida que pesava sobre sua coxa.
— Pode esquecer — ele murmurou para a coisa antes de se levantar e ir ao banheiro fazer as necessidades matinais.
Após lavar o rosto e escovar os dentes, foi na direção da cozinha, descobrindo que se ele não fizesse compras, não teria nada para comer. Já podia dizer que estava com saudades do Hashirama? Tinha ficado mal acostumado demais... O que significava um dia relativamente cheio. Sacudindo os braços como forma de apoio moral, tomou um banho rápido com os restos vivos em sua necessaire da última viagem.
Vestindo uma calça de tactel e uma regata, desceu para a garagem, acenando para o porteiro e seguindo para o apartamento de seu irmão. Para sua surpresa, ele estava em casa, sentado à mesa da cozinha prestes a enfiar uma colher cheia de sucrilhos na boca...
— Atrapalhei? — zombou enquanto fechava a porta.
— Desde que nasceu.
Rolando os olhos, tirou a chave da maçaneta e colocou sobre o balcão escuro.
— Vim pegar o resto das coisas e devolver sua chave.
— Não vou precisar mais dela, pode deixar aí.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Lace and Silk
FanfictionIzuna Uchiha é um stream em um site de conteúdo adulto. Tobirama Senju é um professor de arquitetura que acabou de voltar da Europa. O que eles tem em comum? Os dois não fazem ideia do que o destino lhes preparou.