Vienna - Billy Joel

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A aula passou rapidamente. Suiika passou metade da aula comparando Nathaniel com um Semi-Deus, alegando que ela tem certeza que ele tem Dislexia e demonstra características idênticas a de um Semi-Deus. Acho que não preciso dizer que passei todo o tempo rindo de suas teorias conspiratórias a respeito de pessoas da escola que poderia muito bem ser servo de Hades ou Cronos, estudando ali unicamente em busca do seu querido Semi-Deus (Nath).

Me despedi de Suiika antes que Ann surgisse e me prendesse em uma conversa animada, porem longa, a respeito de algum ator bonito.

Andei por alguns corredores até  ver a porta com o número  correspondente a aula andei à passos largos em direção a ela mas minha passagem foi barrada por Ambre, provável namorada do Nathaniel.

– Veja o que achei, Novata. – ela estendeu a mão e vi um pequeno papel. Não, não era um simples papel, era uma foto. Não, não era uma foto qualquer. Me assustei quando reconheci que era...

– EU?! O que...? – Era a foto que eu tirei para a matricula, ela estava rabiscada com um bigode patético.

– HAHA! – ela gargalhava – Você não é nada fotogênica hein? Pode ficar com esta, eu tenho dezenas de cópias. – ela jogou algumas fotos em minha direção e saiu gargalhando.

Eu realmente estava sem palavras. Quando olhei para o pátio vi as paredes cobertas por cópias  das fotos.

“ Ela me paga...” – pensei.

Me esqueci completamente da aula  e segui em rumo a sala dos representantes. Aquilo não poderia ficar assim.... Foi ela, tenho certeza!

Ela só teve acesso a esta foto por meio do namoradinho. E ele também vai pagar por ter a ajudado.
A raiva por ter acreditado que eram diferente me consumia por dentro.

"A única diferença é que um deixa bem claro sua hipocrisia e o outro a esconde muito bem atrás de uma cara de 'bom moço responsável'.”

Cada pensamento me impulsionava a andar mais rápido. E impulso era o que não faltava.

Meu punho estava cerrado concentrando nele toda a pressão que a raiva trazia, e tive que fazer certo esforço para abri-lo e girar a maçaneta. Olhei para minha mão e a palma dela estava marcada por minhas unhas.

Abri a porta sem cerimônia. Nathaniel estava la dentro, como sempre, e me olhou assustado pelo barulho.

– Tudo que tenho a te dizer, Nathaniel, é que estou simplesmente chocada com seu comportamento. Eu nunca imaginei que o mesmo garoto que foi me buscar ontem seria capaz de fazer algo como isto! – joguei algumas fotos na mesa. – É simplesmente... totalmente... completamente infantil ! Afinal estamos em uma faculdade e não em um prézinho! Somos adultos!

Enquanto eu falava sua surpresa aumenta gradativamente. Ele pegou uma das fotos e a analisou, sério.

– Você  está me acusando de ser responsável por isso? – sua voz expressava amargura e mágoa e seu olhar era duro.

– Você  não, porque tenho certeza que Ambre sente mais prazer nisto. Mas você  ajudou, foi cúmplice ou simplesmente permitiu,  o que é a mesma coisa.

Ele colocou as fotos na mesa, irritado.

– É decepcionante saber que você  cedeu a um pedido como este só porque ela é sua namorada, eu nunca...

– Namorada?! – ele interrompeu – Ambre é minha irmã!

Ele respirou fundo algumas vezes, tentando ficar calmo novamente. Eu permaneci calada.

– É completamente inadimissível tais acusações, Senhorita Melissa! Não sou de tão baixa índole. Você simplesmente não sabe quem sou, nada além m de meu nome e que sou representante, cargo que busco honrar. Portanto, é justificável sua conclusão precipitada. No entanto, pelo mesmo motivo, por não me conhecer, não saber nada a meu respeito é que digo que é péssimo tal ato de acusação. Porque quando não teve maiores informações se apegou justamente ao negativo? Porque não me deu o benefício  da dúvida ? – ele pegou as fotos novamente - Não sei como aconteceu isto. Arquivei sua foto e entreguei a diretora. Ela, por sua vez, deve ter deixado em cima da mesa e a sala dela permanece sempre aberta. Se não confia no que eu disse sinta-se a vontade para perguntar a ela. – colocou as fotos em minhas mãos. – Quanto a minha irmã, saiba que não tenho qualquer vínculo a mais com ela alem do fraternal e seus atos não devem ser atribuídos a mim. No entanto, sou representante e não permitirei que ela deixe as fotos espalhadas. Não posso fazer nada alem de mandá-la recolhe-las. Espero que fique satisfeita com isto. Agora me dê  licença.

Ele recolheu alguns papéis  e passou por mim indo até a porta.

Me virei, não podia deixar ele sair desta forma.

– Espere! – pensei ter gritado,mas tudo que saiu foi um sussurro: - Desculpa.

E a porta se fechou.

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