Begin Blue Eyes - Limp Bizkit

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(Obs: palavras em negrito é POV Castiel)

Abri porta do meu apartamento ainda lutando para controlar o nervosismo. Sai da faculdade antes de todos e voltei  numa caminhada que parecia uma corrida. Exausta, me joguei no sofá pequeno e coloquei uma almofada no rosto. Sem esforço algum gritei até meus pulmões arderem. Faço isto quando não suporto segurar sentimentos ruins. E hoje é o dia perfeito para isso.

O sangue estava por todas as partes, paredes e chão. Nos móveis e objetos.

Tudo era ilusão, mas real demais.

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Minha boca estava doendo e senti um dente mole. O sangue estancou mas tinha que tomar cuidado ao comer.

Fiz um miojo, mas o tempero ardia como fogo.

– Merda.

Joguei a panela e o prato na pia com mais força do que pretendia.

Olhei minhas mãos e estavam machucadas porque acertei a droga do armário ao invés da cara daquele filhinho de papai.

Me sentei no sofá e cobri meu rosto com as mãos. O grito de raiva veio até a ponta da língua mas eu não o fiz e então o engoli com certo esforço.

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Tirei a almofada do rosto para que eu pudesse respirar.

Respirei fundo.

Eu ainda sentia o cheiro de sangue. Fechei os olhos novamente e encostei minha cabeça no sofá. Era melhor ver o sangue do que senti-lo.

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Gritar não solucionaria nada, mas eu sabia como poderia me expressar em sons. 
Peguei meu violão e me sentei no chão.
Posicionei o violão no meu colo.
Não toquei nada, apenas encostei a cabeça no corpo do violão e esperei alguns  minutos até alguma música surgir na mente. 

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Havia apenas o barulho de um aspirador ligado. Um barulho agudo que feria meus ouvidos.

Conectei meus fones no meu rádio  e coloquei em qualquer estação, tentando fugir do barulho irritante.

Foi um alívio grande poder ouvir algo que fizesse sentido.  Algo calmo que me tirasse daquele pesadelo que teimava em seguir meus pensamentos. 

A música parou. Abri os olhos, surpresa. As luzes estavam apagadas.

– Droga, acabou a energia.

Olhei para todos os lados e ficou nítido que uma tempestade se aproximava.

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Quando minha mão tocou nas cordas, as luzes apagaram.

– Que merda!

Me levantei e peguei duas velas.

Tirei meu isqueiro favorito do bolso e as acendi.

As posicionei cada uma de um lado um pouco a minha frente.

Encostei minhas costas na parede vermelha.

Observei o violão em meu colo e fechei os olhos.

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