[14]. jealousy, jealousy

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A semana passou voando.
Hyunjin obteve boas notas nos exames do semestre numa dedicação que durou alguns dias de estudo dobrado. Não queria perder a chance de morar com o primo, passar nas avaliações da escola era a regra número um estabelecida pelos pais.
Changbin parecia imerso em seu próprio mundo, distante de todos que não fossem os membros do usual grupo de amigos. Além disso, ele faltou algumas aulas durante a semana, o que impossibilitou que Hyunjin o visse, mesmo de longe.

Nisso, os dois garotos não se falaram desde o último ocorrido.
Hwang não queria admitir, mas sentia falta do mais velho.
Resolveu esperar para vê-lo no dia do encontro, já marcado por eles.
Iria pedir desculpas por ter sumido e ficaria tudo bem.
Ele iria finalmente ficar com Dahyun e esqueceria o terrível beijo que ainda o assombrava.

No domingo, um dia antes do encontro duplo, tentou se distrair de todas as formas possíveis, mas continuava com um incômodo estranho martelando a mente.
Changbin era o responsável por tal incômodo.
Como diria isso a ele?
Não queria dizer.

No entanto, já entendia os próprios sentimentos e não tinha mais receio em dizer o que queria.
E queria beijá-lo mais uma vez.
Queria muito e por isso ligou.
Jogado no sofá da sala com o telefone no ouvido, esperava que  a ligação fosse atendida.
A ansiedade corroendo os nervos.

ㅡ Changbin? ㅡ Chamou, quando finalmente notou que estava na linha.

Oi? Aconteceu alguma coisa? Eu estou meio ocupado agora. ㅡ A voz do garoto trouxe certo alívio. Hwang sentiu-se bem por ouvi-lo novamente depois de tanto tempo.

ㅡ Desculpe, não queria incomodar. ㅡ Apertou bem os olhos.

O que houve?

ㅡ Eu gosto de beijar garotos.

Houve um breve instante de silêncio.

E por que está me contando isso?

ㅡ Porque eu quero te beijar de novo. Agora.

Mais um instante de silêncio.

Acho que posso continuar a aula de piano amanhã, estou indo.

O coração de Hyunjin quase saiu pela boca quando desligou a chamada.
Praguejou por falar o que queria e depois se arrepender.
Onde estava com a cabeça quando disse aquilo tão diretamente?
Bateu no próprio rosto algumas vezes e só entendeu o que estava prestes a acontecer quando o estômago revirou ao se lembrar das sensações que sentiu da última vez.

Ia beijar Seo Changbin de novo.

Alguns minutos depois a campainha tocou, ele entrou em pânico.
Estava no banheiro escovando os dentes e quando ouviu o segundo toque tropeçou na toalha de rosto que usou pra secar a boca por tê-la deixado cair com a pressa. Pelo tropeço, o mindinho do pé direito bateu na parede, ele se jogou no chão segurando a própria perna, fazendo um esforço gigante para não gritar de dor.

No terceiro toque, levantou como se nada tivesse acontecido, correu em direção ao espelho do quarto e verificou se estava apresentável o bastante. Parecia meio desesperado, mas fora isso estava normal.
Voltou para a sala correndo e parou na porta, respirando fundo antes de pensar em segurar a maçaneta.

Até ela virar primeiro e Felix aparecer ao lado de Changbin. Os dois riam de algo que foi dito antes do primo usar a chave dele na porta.

ㅡ Ah, você está aí... O Changbin estava quase plantado aqui, não ouviu a campainha?

ㅡ Eu estava dormindo ㅡ mentiu ㅡ o que ele tem na cabeça pra fazer visitas surpresas num domingo de manhã?

O menor abriu a boca para protestar, mas Lee o defendeu primeiro.

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