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Apelo aos deuses meus
Que me levem
Para o bom caminho da vida,
Enquanto me purgo em sal
Para ser digna da minha ida.

E ressuscito minha mente sã
Sem ganas e patifarias
Aquela que Deus me deu
E que me tirou em seguida.

Levito no ar, pesada
Minha cabeça cansada
Escondo me do mundo amor,
Tenho medo de ser encontrada.

Escrevo, não sei o que digo
Falo mas não sou ouvida
E ninguém nunca me dá
A atenção merecida

E canto de coração e alma
Como se andasse perdida
Encontro-me em cada momento
Que por mi madre sou acolhida

E amor é tão belo
Na sua essência pura
Não passa de uma doença
Que no fim não tem cura

E andamos todos loucos
Com medo do submundo
Quem me dera a mim
Ir para esses lados...
Que me acolhia finalmente
Meu padre Hades em seu reinado

Vagueamos entre devaneios
Entre caminhos estreitos
Queria eu me livrar desta alma
E destes meus anseios

E não sei onde vou
Mas também não tenho lugar de ida
Ando aqui
Sinto me perdida

E memórias já as tenho
Não sei se quero marca-las
As ondas do mar são puras
E eu só queria amá-las

Viajo o mundo inteiro
Entre palavras já usadas
Navego mares desconhecidos
Entre livros entreabertos

As minhas asas cortei
Fugi da minha triste vida
Um dia voltarei
E marcarei a minha estadia

Escrevam na pedra o meu nome
Com ganas de nunca partir
Parti mesmo assim, amor
Tive medo da porta do céu não abrir

Ventanias fortes me carregam a alma
Não sei quem fui noutros planos
Sei que me lavo em mentiras
Sempre que me levo em encantos

E acabo aqui estas rimas
Tão belas que o mundo cegam
Acabo aqui este canto
Que as deusas não negam

E sei que procuro a verdade
Mesmo me escondendo na mentira
E sei que vou encontrá-la
Mesmo que me mate de seguida.

Os meus gritos escritos Onde histórias criam vida. Descubra agora