Doce

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A lua brilha no céu estrelado
Ou não tão estrelado assim,
Não sei o que quero da vida
Mas sempre achei que sim.

Um quarto de hora
Para outro dia raiar,
Os segundos passam calados
E eu já não sei o que é amar.

Apaixonada nos versos tolos
Que escrevo neste papel
Um texto parvo e sem valor
Mas sem dúvida que escrever sabe a mel.

Sou doce como o açúcar
Mas sou amarga como o café
Porque todos somos instáveis
E eu já não tenho razões para me manter em pé.

Fujo e corro das minhas obrigações
E desculpem ,de certo, o desabafo.
Mas o mundo não é mais o mesmo
E está perdido, isso é facto.

Romance e amor são esquecidos,
Noutros tempos não era assim
Só querem o sabor dos corpos despidos,
E um cigarro que não tenha fim.

Dou mais um tragada na poesia,
Vício que não me deixa em paz.
Escrevo, escrevo, escrevo
E de deixar não sou capaz.

Nasci numa circunstância de amor
E com um propósito nato
Mas viver sem vida me tirou
Tudo aquilo que eu achava intacto.

E corro e me escondo
Não quero ser encontrada.
Tirem me do buraco escuro,
Levem-me para onde sou amada.

E queimo mais um carta
E espalho as cinzas pelo ar
Espero que cheguem a algum lugar
Pois a mim, já me pesa respirar.

Digo adeus a esta prosa,
Me despeço destes versos
Foi-se embora uma linda rosa,
Levada por desejos perversos.

Os meus gritos escritos Onde histórias criam vida. Descubra agora