"Oh queridos deuses,
Porque assim sois
Tão cruéis e duros
Para aqueles que tão bem te querem
Para aqueles que tão bem te idolatram
Oh queridos deuses,
Porque levastes embora
Tão inocente alma que...
Embora parecesse perdida
Se encontrava pois
Todos os dias em su escrita
E escrevia no papel todos seus pensares
Todos seus pesares
Que carregava em mente tão brilhante.
Oh deuses,
Porque teve de ser assim,
Porque não levastes eu...
Em vez de mi amada, que tanto se esforçava
Que escrevia todos os poemas de amor
E todas as mais belas cantigas do mundo
Dizei-me deuses,
Porque sois tão cruéis, tão mortíferos
Porque arrancaste de mi seu sorriso
E arrancaste do mundo su beleza,
Porque me tiraste seus versos
E seus longos cabelos...
Dizei-me de uma vez por todas,
E eu vos deixarei.
Pois não entendo o porque de tirarem
A pureza ao mundo
E me deixarem aqui,
Um eterno vagabundo pecador,
Que não tem alma decente,
Que mente tanto quanto tem dente
Que vagueia nas ruas sem volta pra casa,
Que os únicos objetivos de vida são a cirrose e o cancro no pulmão
E a cada tragada dada no cigarro, já não perde mais nada,
Porque ele não tem alma e arrancaram-lhe agora o coração.
Dizei me deuses, porque continuais a arrancar as árvores da terra,
E deixais aqui as chaminés fumarentas, e os canos de esgoto,
Dizei-me deuses..."
E de tanto que louvei, protestei, resmunguei, argumentei, que obtive resposta.
Lá estava eu, deitado em cima de campa de meu amor, enquanto proferia argumentos baratos e sórdidos para os deuses me ouvirem.
E lá estava eu, quando...
Uma luz branca, ofuscaste, brilhante,
Se materializou em mi frente,
E dela saiu uma bela mulher,
Cabelos vermelhos, longos como cachoeiras,
Olhos verdes, tão verdes como a grama,
Lábios do inferno, que escaldavam mal lhe pusesses em cima a vista,
Vestida de um tules branco, enrolado em su corpo,
Que marcava suas curvas divinais.
Assim que meu espanto passou, a mulher começou a falar,
Com sua voz harmoniosa, mais parecia uma melodia, proferiu:
"Sou Érato, e vim de longe,
Tão longe que nenhuma vista humana la consegue chegar,
Que nenhum cavalo consegue adentrar, e nem mesmo o maior exército conseguia cheirar o ar de onde vim,
Vim do Olimpo, e se não sabes onde isso é,
Espero que continues em tua ignorância,
Pois só mostra a tua indignidade para tal conhecimento,
Porém, não vim para aqui disso falar, mas sim te trazer as respostas que tanto anseias,
E espero que no fim te vás, e não voltes aqui, porque tua paixão aqui não está.
Sou Érato, musa da poesia, apreciadora da prosa, sensível a beleza de versos,
Mis irmãs, e mi, observamos tu esposa de longe,
Líamos todos sus textos,
E admirávamos ,pois então, su beleza e intelecto,
Era esplêndido que tal ser conseguisse caminhar na terra,
Com tanta ignorância a su volta, com tanto pecado, tanto ladrão e vigarista.
Por isso nós a levamos,
Pois nenhum anjo como tu dama, deve vaguear por estas bandas,
Nenhuma pureza igualada a dela,
Deve permanecer aqui, neste lugar pútidro, fétido e corrompido.
E é por isso que assim,
Arrancamos a daqui e a levamos para longe,
Para um lugar onde ela pode fazer poesia,
Cantar e respirar ar puro,
Onde pode escrever as mais belas canções, e tocar uma harpa fina em baixo de uma cerejeira,
Onde ela pode ir ao rio e observar os peixes, pois a água é mais límpida que os espelhos da terra,
Onde ela pode ser feliz.
Não a vamos trazer de volta, ela é uma de nós agora.
Por isso levanta-te cidadão, e não abraces mais essa pedra feia, fria e suja.
Tu dama não pertence mais aqui.
E mentir-me-eis se disseres que nunca ansiaste um lugar melhor para ela
E mentir-me-eis mais ainda se não disseres que estás contente com tu respostas.
Sei quanto a amas, e por isso,
Sei que vais deixar que ela fique lá,
Mas mesmo que não deixasses e continuasses tu protestos,
De nada adiantaria, pois és ignorante.
De mi parte, só atenção tiveste, por teu amor por tu princesa,
Pois resmungavas para os deuses,
Sem nem saber sus nombres, ou suas riquezas.
Argumentavas barato e sordidamente,
Sem nem saber o que estavas fazendo,
Porque querias tu amor de volta,
E isso é amor, um amor com ignorância, mas é amor.
Então vai pobre homem, e quando quiseres notícias de tu linda esposa,
Lembra te do quanto amavas ela e seus poemas,
Que obterás uma resposta.
Pois o amor e a arte são coisas magníficas e esplêndidas,
E quando juntas são imbatíveis.
E quero que uses teu amor,
Para chamar pelas artes.
Assim me despeço,
Vai para casa, e num voltes mais aqui,
Este lugar é indigno para tu amor."
E assim a mulher se foi,
Deixando um vagabundo de novo com coração,
Indo embora da campa de sua sonhadora.
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Os meus gritos escritos
Poésie-Traguei o pútidro cigarro que em mi mão descansava. Inalei su fumo e senti meus pulmões se encherem daquilo que mais tarde viria a ser mi morte. Pessoas que passam me olham com censura...Pobres almas que não sabem por onde vagueiam e tudo o que as...