Serial Killer

Capítulo 12

    Todos ficaram paralisados, ninguém conseguia se mover, ou se virar. Todos nós pensávamos na mesma coisa: "corremos ou nos viramos?". Esse pensamento ficou ecoando na minha cabeça "corro ou me viro? Corro ou me viro? Corro ou o encaro?"
    Me virei e olhei para meu pai, ele estava com alguns espiões ao seu lado e a van logo atrás dele com a porta aberta.
    -- O que você está fazendo? - perguntou com as mãos no bolso. Algo em seus olhos me diziam que isso não vai acabar bem.
    -- Oi tio, quanto tempo - falou Michele, todos foram se virando aos poucos. - quem diria que a próxima vez que nos veríamos você mandaria sua filha, que por acaso foi minha melhor amiga, me matar. Irônica a vida, não?
    A olhei com um olhar de reprovação, ela deu de ombros e disse "O que foi?", mas não reproduziu nenhum som. Robert deu um leve sorriso e trocou o peso de uma perna para a outra, ainda com as mãos no bolso.
    -- Filha, - começou - venha aqui, não me obrigue a fazer o que eu não quero fazer. Se você vier, deixa que mato Michele eu mesmo e você não leva nenhuma punição por isso. Mas se você não vier, serei obrigado a matar todos vocês por traição.
    Olhei para Michele, ela continuava a encarar meu pai desafiadoramente, olhei para Isaac e ele balançou a cabeça como que concordasse com qualquer decisão que irei tomar, assim como Tyler e Larissa. Stacy olhava para meu pai apavorada, é nessas horas que eu queria poder ler a mente dela, até sua opinião valeria alguma coisa. Olhei para Isaac novamente, dessa vez foi diferente, ele parecia ler minha mente e saber o que eu queria fazer.
    De repente, Isaac grita: "corre!" e todos nós saímos correndo, sem ter tempo para pensar nem nada, apenas seguimos a voz de Isaac.
    -- Por aqui, por aqui! - exclamava enquanto o seguiamos.
    -- Podem ir em frente. - escutei meu pai falar tristemente, logo depois escutei a porta da van sendo fechada e pneus cantando. Logo veio o barulho de balas e gritos. As pessoas mesmo distantes começaram a correr, corria em direção a elas, algumas paravam para ver o que estava acontecendo, outras nem se mexiam.
    Isaac atirava flechas, algumas acertavam na perna de uns espiões, outras na cabeça. Stacy, Larissa, Tyler e Michele atiravam. Larissa lançava suas facas, enquanto eu e Michele usavamos nossas armas de fogo, enquanto Stacy e Tyler jogavam algumas bombas e gás e outra explosivas mesmo.
    Tyler jogou uma bomba de gás e um grupo de espiões ficou sem ver, nem conseguir respirar, logo depois Stacy jogou um explosivo, explodindo os espiões em pedacinhos.
    Isaac não errava uma, parece que a adrenalina do momento faz você fazer coisas incríveis que nem mesmo você sabia que podia. A mira de Larissa também não tava nada mal, só errava algumas vezes atingindo a parede, mas logo algo caia na cabeça de um e ele desmaiava, creio que era proposital.
    Apontei minha arma para trás e atirei inconscientemente, então olhei para trás e vi que minha bala tinha entrado na cabeça da Kate, a moreninha. Me senti mal na hora, eu gostava tanto dela, e agora tinha a matado. "Ou era matá-la, ou morrer" repetia para mim mesma, mas isso não mudava a tristeza que eu estava sentido. Continuei a atirar até eles nos perderem de vista. Acho que sobrou apenas 5 deles, e 5 de nós.
    Corremos mais um pouco, com medo deles ainda estarem atrás de nós. Paramos assim que avistamos um local seguro, estávamos todos cansados e respirando profundamente.
    -- Esse é só o começo, amiga. - falou Michele, observando o quanto eu estava cansada e triste ao mesmo tempo. - As vezes, as pessoas que nós nos importamos, não ligam para nós. O jeito é matá-las.
    -- Filosofou. - disse Isaac com as mãos no joelho e suando. Michele sorriu para ele.
    Escutamos passos se aproximando e ficamos logo em alerta. Observamos um Stephen aparecer com as mãos para cima, mas armado.
    -- Calma, sou eu. - disse.
    -- Seu louco! O que você está fazendo aqui? Ta querendo se matar? Volte para lá imediatamente e trate de ficar vivo! - exclamou Stacy. Exclamou não, gritou.
    -- Agradeço sua preocupação, acontece que foi Robert que me mandou para vir atrás de vocês e pegá-los. - disse, nós olhamos para ele. - Claro que não vou fazer isso, fingi um ataque aqui perto e joguei minha escuta no chão, eles queriam saber de seus planos também. Agora não posso mais voltar para lá, estou do lado de vocês.
    Olhamos um para o outro pensando se aceitariamos Stephen em nosso time. A resposta é: Claro! Quanto mais gente, melhor. Todos nós concordamos na hora, até abraçamos ele, menos Stacy.
    -- Não quero que nada de mal aconteça com você. - disse com voz de choro.
    -- Nada vai acontecer comigo, nem com você. Somos um time, lembra? Eu cuido de você, você cuida de mim. Não desisto de você, e nem você de mim. - (~le interrupção sonora~ vamos até o fim, dá a mão pra mim) - Se você cair, estarei lá por você. Se eu cair, você se vingará por mim. - Michele sorriu e o abraçou, o dando boas vindas ao grupo.
    Depois dessa cena bonita, tivemos de continuar com a nossa jornada, mas estava ficando tarde, então fomos procurar algum lugar para dormir. Encontramos um beco abandonado - mas com saída - para passarmos a noite, assim que fomos mais para o fundo, avisto uma menininha olhando fixadamente para nós, me aproximo sorrindo para ela, mas ela não se move, apenas pisca e me encara.
    -- Tudo bem, amiguinha? - pergunto com a voz mais doce que consigo. - Cadê seus pais? O que faz sozinha aqui na rua uma hora dessas?
    A garotinha tinha olhos bem cinzentos, cabelos castanhos e pele morena. Ela me lembrava alguém, mas não me recordava de quem.
    -- Não tenho pais, fui abandonada quando mais nova. - responde com a voz mais doce que eu já escutei.
    -- Onde você vive? - pergunto. Ela aponta para um orfanato não muito longe dali. - Acho melhor você voltar para lá, está tarde eles podem sentir sua falta.
    -- Eles não vão sentir minha falta. - disse firmemente.
    -- Como você sabe disso?
    -- Foram as meninas de lá que me jogaram aqui na rua, não quero voltar para lá. - olhou para trás, logo depois voltou sua atenção para mim. - Tenho que ir agora, foi ótimo te conhecer, Kate.
    -- Espera, como você sabe meu nome? - pergunto já gritando pelo fato de ela ter se afastado tão rápido.
    -- Eu estou sempre por perto. - grita de volta. - Meu nome é Alice, afinal.
    Então ela desaparece na escuridão.
    -- Alice. - sussurro - Bonito nome.
    -- Falando sozinha? - Isaac aparace atrás de mim, me fazendo levar um pequeno susto.
    -- Apenas fiz uma nova amiguinha. - respondi com um sorriso bobo na cara, o sorriso que só Isaac conseguia tirar de mim. Ela sorriu de volta.
    -- Imaginária? - perguntou. Olhei de vota para onde a menina tinha ido e fiquei.
    -- Talvez. - repondo suspirando.
    -- Vamos. - me abraça de lado e me leva até onde estava montado algumas barracas, sim, levamos barracas. Quer dizer, Michele levou barracas.
    Entro em uma barraca junto com Michele e Isaac. Stacy, Larissa e Tyler ficaram em outra, e claro, Larissa se deitou no meio. Eu fiz o mesmo, e dormi abraçada com Isaac, com ele fazendo carinho em meus cachos. Talvez aquela fosse a ultima noite de um sono tranquilo, nunca se sabe o que o amanhã guarda para nós.

Olá Galerinha, não sei vocês, mas eu amei muito esse capítulo, comentem e me digam o que vocês acharam, a opinião de vocês é muito importante. "Vocês acham que Kate deve voltar para o lado de seu pai e deixar que ele mate Michele, ou deve continuar naquilo que ela já começou?"
Essa vai ser a pergunta de hoje, beijinhos e continuem lendo. Talvez não poste muito ultimamente pois estou em semana de prova, mas farei o máximo.
                                   Com amor, Manu K.