Acordei com um beijo delicado na testa, depois foi descendo para meu nariz até chegar em minha boca. Estiquei os braços sorrindo e abri os olhos, dando de cara com Stephen. Levantei em um pulo, assustada e confusa.
-- O que você está fazendo? - minha indignação era com certeza evidente.
-- Tentando dizer como eu me sinto. - falou inocentemente.
-- Não tentou apenas dizer? - ainda continuava assustada.
-- Me desculpe! - disse com lágrimas nos olhos. - É que a Stacy disse...
-- Stacy... - o interrompi - como isso não me surpreende?
-- Não é culpa dela, ela pensou que ajudaria. - falou cabisbaixo
-- O problema é que eu to com Isaac agora. - tentei ser o mais doce possível, não sei se deu muito certo, pois Stephen começou a soluçar. - Stephen?
-- Isso sempre acontece. - falou em meio aos soluços. - Está tudo bem.
Se levantou e saiu da barraca. Então vi seu corpo sendo empurrado para o chão.
-- O que você estava fazendo dentro dessa barraca com a minha namorada? - gritou Isaac.
-- Sua namorada? - escutei Stacy sussurrar para ela mesma, mas alto o suficiente para que eu pudesse escutar.
-- Eu não sabia que ela era sua namorada. - gritou Stephen de volta. Sai da barraca e todos olharam para mim. Estava saindo fumaças de Isaac.
-- Não é nada o que você ta pensando, Isaac. - falei
-- Nem me venha com essa frase clichê! - abaixou o tom de voz comigo, mas continuava falando alto.
-- Você tem razão. - disse. - Você tem razão. E se quiser saber o que aconteceu, venha aqui dentro conversar apenas comigo. Nada de gritar ou bater, apenas conversar, guarde sua fúria para as empresas.
Ele entrou na barraca com a cara fechada, sentou de frente para mim e me encarou.
-- O que foi isso? - perguntei.
-- O que ele estava fazendo aqui? - perguntou, ignorando minha pergunta.
-- Ele me beijou enquanto eu dormia. - falei, Isaac virou a cara com raiva, se reculsava a olhar para mim. - Ele não sabia que nós estávamos namorando, então ele me acordou assim. Eu pensei que era você, mas assim que abri os olhos e vi que era ele, o afastei e disse que estava com você. Por favor, não vamos mudar o nosso foco aqui, isso foi tudo um mal entendido.
-- Eu te amo. - falou olhando em meus olhos. Congelei. Isaac nunca tinha falado isso para mim, todos esses anos que nos conhecíamos. Poucas pessoas tinham falado isso para mim. Eu fiquei sem reação, não sabia o que dizer, por mais simples que pareça, não passava nada em minha cabeça. Fiquei o encarando, incrédula, e então todos os nossos momentos juntos passaram em minha cabeça como um flashback, tive vontade de chorar, mas não o fiz.
-- Eu também te amo. - falei um pouco baixo, mas alto o suficiente para ele poder escutar e pular em cima de mim, me dando um beijão.
Fomos nos deitando lentamente, tinha em mente continuar o que não tínhamos terminado antes, mas Larissa gritou por 'Socorro!' do lado de fora, saímos da barraca no desespero. Quando olhamos para fora demos de cara para os 5 espiões que tinham restado. 4 deles seguravam meus amigos, e apenas 1 estava se preparando para lutar conosco.
-- 2 contra 1, muito injusto, não acha? - falou com um sorrisinho maléfico.
-- Entra na barraca, eu lido com isso. - sussurrou Isaac para mim.
-- Nem a pau! - disse. - Ficarei aqui, e foda-se esse 2 contra 1!
Isaac sorriu para mim e depois voltou sia atenção para o espião em nossa frente, ele estava com uma espada na mão, o que era bem estranho para mim. Para todos nós, na verdade.
Stacy deu um chute nas partes baixas do cara grandalhão que a segurava, e ele foi ao chão. Michele fez o mesmo. Larissa derrubou a mulher que a segurava pelo pescoço, dando um golpe de judô. Tyler fez o mesmo. Stacy deu um chute na cabeça do cara que segurava Stephen e ele caiu inconsciente no chão. Isaac juntamente comigo, derrubamos o cara grandão que reclamou que éramos 2 contra ele, mas ele valia por 2. Ou 3. O cara era realmente grande que chegava a me dar medo. Isaac deu um chute em sei estômago e eu bati uma pedra que achei no chão em sua cabeça, ele caiu inconsciente. Todos olharam para mim assustados, mas não tinhamos tempo para ficarmos chocados, um estava começando a se mexer. Saímos correndo, sempre olhando para trás, verificando se não tinha ninguém nos seguindo.
Paramos quando ninguém mais conseguia ir em frente. Todos estávamos com as respirações bem profundas. Stephen deu uma bela olhada no lugar.
-- Corremos tanto que paramos na China? - disse.
Estantaneamente olhamos ao redor, e vimos as decorações da China, com as luzes em uma bola com desenhos de flores e os corredores com propagandas chinesas.
-- Isso foi a junção dos EUA com a China, estamos em uma parte onde só chineses moram, e mais alguns amantes da cultura chinesa. - disse Isaac completamente cansado.
-- Devíamos procurar um lugar seguro para ficar. - disse Stacy.
-- Para vocês vai fácil, já que é só aparecer uma menina bonita que os chineses cedem tudo. - olhei para Isaac pensando que ele estava brincando, mas falava sério.
-- Não são muito diferentes. - disse Michele mascando um chiclete e segurando um chicote. Onde ela tinha arranjado aquilo?
Seguimos em frente e entramos em uma rua bem movimentada. Era gente indo e vindo de todos os cantos, todos com os olhinhos bem puxados. Alguns não. Todos que passavam olhavam para nós. Realmente estávamos um trapo, com as roupas todas sujas e os cabelos bagunçados, meu cachos estavam desfeitos e tínhamos algumas manchas de sangue em nossas roupa. Sangue de outras pessoas.
Continuamos andando, ignorando os olhares, até encontrar um lugar para ficar. Simples, mas útil, já que tínhamos perdido tudo naquele ataque surpresa. Entramos e o atendente olhou para nós dos pés a cabeça.
-- Posso ajudar? - perguntou em chinês.
-- Somos americanos e queremos um quarto. - disse Isaac.
O chinês, que por acaso se chama Rui Sasumiki, se levantou pegando uma chave e mandando o seguir. Subimos as escadas e ele nos colocou em um quarto abafado, onde dava para escutar o barulho dos carros do lado de fora e a vista da nossa janela era a janela de um outro cara. Rui disse que se precisacemos de algo era só descer e o chamar, e o almoço saia em alguns minutos. Fechou a porta com força e um quadro caiu.
-- Isso aqui é uma espelunca. - Michele quebrou o silêncio, arrancando um pedaços do papel de parede.
-- Michele! - a repreendi. - Não acabe mais ainda com esse lugar.
Ela levantou os braços e saiu de perto da parede, se sentando na cama.
-- Não vamos dormir aqui, vamos? - perguntou Stacy com os braços e dando uma olhada no lugar, como se tivesse nojo de tudo que estava ali.
Michele tirou os sapatos e se jogou na cama quase quebrando suas molas frágeis.
-- Sinto que o teto vai cair na minha cabeça. - comentou Larissa.
-- Sinto que o ventilador vai cair na minha cabeça. - retrucou Michele.
-- Sinto que um rato vai passar pelos meus pés. - disse Stacy, tirando a paciência de todos.
-- Vocês preferem dormir na rua? - perguntei.
-- Não! - responderam Larissa e Stacy em uníssono. Os meninos começaram a sorrir.
-- Pensei que vocês estavam preparadas para o melhor ou para o pior. - retrucou Stephen.
-- Não pra tão pior assim. - disse Stacy olhando para o chão como se estivesse procurando algo, ou como se tivesse alguma coisa em seu sapato. - Sinto que meu pai foi a falência.
-- Não vamos nos preocupar com nossas pais agora. - falei. - Todos que estão aqui foram porque quiseram, não porque foram obrigados. Não vamos falar sobre nossos pais agora ou sobre nossas condições. Estamos melhor do que eu pensava que ficaríamos, então não reclamem pois ainda estamos vivos. Agora vamos lutar por aquilo que queríamos que acontecesse. Que as mortes acabem. Estamos aqui pela paz, e tudo irá ficar bem no final.
Todos ficaram calados. Rui bateu na porta dizendo que o almoço estava pronto. Descemos os degraus calados e comemos calados. Só voltamos a falar quando começamos a planejar como invadir a Super e a GZ sem sermos vistos. Até agora as coisas estavam bastantes complicadas, pois quando tínhamos meu pai e seus agentes era tudo muito mais fácil. Ficamos a tarde toda tentando resolver algo. E conseguimos. De madrugada nosso plano iria acontecer, estávamos todos nervosos, nada poderia dar errado, e dessa vez não iria dar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Serial Killer
AcciónKate foi mandada para sua primeira missão, mas nada saiu como ela esperava, na verdade, foi tudo totalmente ao contrário.