Capítulo 6

148 10 0
                                    

    -- Você precisa me escutar!

    Isaac entrou no meu quarto abrindo a porta com força. Eu fiquei olhando para o teto como se aquilo não fizesse diferença na minha vida, mas faz.

    -- Sou toda ouvidos. - digo calmamente.

    -- Ela me beijou assim que percebeu que era você entrando no quarto! - podia ouvir no seu tom de voz que ele estava nervoso. Eu não mexia um músculo.

    -- Por que isso não me surpreende? - ironizo.

    -- Você precisa acreditar em mim.

    -- Por que não acreditaria? - me sento e olho para ele. - O que ela estava fazendo lá?

    -- Ela chegou dizendo que precisava da minha ajuda com a arma dela, que tinha dado algum defeito. Eu me neguei a ajuda-la na hora, mas ai ela sentou na minha cama praticamente me obrigando a concertar a arma, só que ela não tinha nenhum defeito... E o resto você sabe. - disse, só parando para respirar no final. Eu tentava não exibir nenhum tipo de emoção e evitava olhar para ele. - O que você ia me contar?

    Finalmente olho para ele e o conto sobre meu pai vindo em meu quarto e sendo carinhoso comigo, querendo acertar as coisas. Mas ele não pode ter de volta o que nós nunca tivemos. Nunca fomos uma família unida e que se reunia para jantar, eu normalmente jantava no meu quarto com fones de ouvido para evitar escutar a discussão dos meus pais, eu normalmente chorava e era obrigada a comer a minha comida encharcada de lágrimas, elas ficavam um pouco mais salgadas, já que minha mãe tinha parado de colocar muito sal por causa do meu colesterol... Ah, minhã mãe, tenho tantas saudades dela que chega a doer.

    Isaac olhava para mim como se esperasse que eu fosse chorar a qualquer momento, mas eu estava tentando ser forte, pelo menos na frente das pessoas, não quero ser a que chora por tudo.

    -- Isso é tudo muito estranho. - disse, por fim.

    Não disse nada. Me levantei e andei até a escrivaninha, abrindo uma gaveta e pegando um fichário com os desenhos de metade das armas que tinham nessa empresa. Procurei até achar a de Stacy, e sem que eu chamasse, Isaac veio até mim e lhe mostrei a arma.

    -- Ela raramente tem falhas. - digo, ele olha para mim.

    -- Foi isso o que eu disse antes de tudo acontecer. - ele evitava falar que a beijou.

    Então, Isaac ficou mais próximo de mim, tão próximo que nossas respirações se encontravam. E nos beijamos. Derrubei o fichário no chão e peguei em seu cangote, ele apertava bem a minha cintura. O beijo foi ficando mais quente, ao ponto dele apertar minha bunda e me sentar ma escrivaninha, derrubando a única foto de familia que eu tinha e mais alguns cadernos que estavam ali em cima. Abracei sua cintura com a minha perna e tirei sua camisa, ele começou a beijar meu pescoço e tirou meu collant com dificuldade, mas sem estragar o clima. Eu sabia o que ia acontecer, só não acreditava que ia acontecer, não com Isaac, nunca imaginei que a minha primeira vez seria com ele. Sim, aquela seria minha primeira vez.

    Isaac me pega no colo novamente, com minhas pernas ainda ao redor de sua cintura e me joga na cama, fazendo com que ele balance um pouco. Examinei bem o seu corpo nessa hora, ele era bem definido, com tudo no lugar, não é a toa que chamava a atenção das garotas por onde passava, ele tinha apenas uma cicatriz bem à baixo do peito, não era muito grande, mas dava para perceber sua presença naquele corpo magnífico.

    Ele se joga em cima de mim beijando meu pescoço, fazendo com que eu sorria um pouco. Ele começa a desabotoar sua calça quando escutamos 3 batidas na porta.

    -- Querida?

    Era meu pai, o que ele estava fazendo aqui de novo? Será que ele tinha escutado alguma coisa? Fiquei apavorada com essa alternativa. Nos entre olhamos assustados, então ele pulou da cama abotoando sua calça e pegando sua blusa do chão, eu comecei a arrumar a escrivaninha e ele me ajudou. Isaac se escondeu debaixo da minha cama e eu ia abrindo a porta, até me lembrar que estava só de calcinha e sutiã, botei meu pijama e já que meu cabelo estava desarrumado, fingi estar acordando agora.

    -- O que aconteceu? - falo bocejando, encarando um surpreso Robert.

    -- Oh, - disse - sinto muito em acordá-la, mas é que eu ouvi uns barulhos. Está tudo bem por aqui?

    Levantou um pouco para ver por trás do meu ombro se tinha alguma coisa. Eu o encarei como se ele não fosse bem-vindo ali. E não era.

    -- Eu só estava dormindo, pai. - digo. - Devo ter tido algum pesadelo e ter batido minha mão na parede, ou sei lá.

    Ele deu mais uma revistada por cima do meu ombro, então olhou para mim.

    -- Ok. - disse, por fim. - Volte a dormir, nós falamos amanhã.

    Deu um beijo na minha testa e saiu, o observei ir embora até sumir da minha vista, então fechei a porta e tranquei, assim que me virou dou de cara com Isaac ainda sem camisa, adorei essa vista. Ele se aproximou de mim e me deu um selinho.

    -- Continuamos outro dia. - disse, e saiu do quarto.

    Nós dois sabemos que não haverá outro dia tão cedo com essa missão para comprir, mas quando esse dia chegar vai ser diferente, e dessa vez meu pai não irá atrapalhar.

    Olho para a minha escrivaninha e vejo a jaqueta de Isaac em cima dela, um pequeno desespero bate em mim pensando que talvez meu pai tenha a visto. Aqui na empresa é completamente proibido ter relações sexuais, mas ninguém seguia essa regra. Quando eu digo ninguém, é ninguém mesmo. Meu pai engravidou minha mãe de mim aqui na empresa.

    Pensei em ir no quarto de Isaac e devolver sua jaqueta, seria uma boa desculpa de ir vê-lo, mas resolvi dormir com ela pois tinha seu cheiro. Isaac é um cara muito cheiroso.

Serial KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora