06

86 10 16
                                    

JUAN

Hoje é um dia feliz. Por que hoje é um dia feliz? Porque é sábado! E o que acontece aos sábados? Exatamente. Nada! E com nada, entenda que eu não tenho que trabalhar no mercado. Não é um trabalho nem um pouco ruim. O estabelecimento passa a manhã inteira vazio e eu só tenho que organizar as prateleiras e ficar em um dos caixas. Basicamente, não faço quase nada durante a manhã inteira, além de poder puxar assunto com algumas universitárias ou recém formadas que passam ali pra comprar algo para comer.

Mas aos sábados, não trabalho no mercado, me dedico totalmente à banda. Nesse exato momento, estou no apartamento dos meninos esperando por John, que saiu cedo e ainda não voltou.

– Olha, eu juro que se o Miller não passar por essa porta agora eu... – Noah para de falar assim que a porta do apartamento é aberta pelo moreno. – Caralho! A palavra tem poder mesmo moleque!

– Meus súditos, curvem-se diante de mim e me aplaudam. – John fala erguendo os braços como se, realmente fosse um rei.

– Ih, esse enlouqueceu de vez. – Bruce fala encostando no sofá, dando um gole na cerveja.

– Perdemos nosso tecladista – falo bebendo minha Coca Cola.

– Vocês são ridículos, sabiam disso? Acabei de conseguir uma apresentação para a Night Out Dudes, mas acho que vou achar outra banda pra se apresentar.

– Você o que!?

Bruce cospe a cerveja que estava bebendo enquanto eu, Matt e Noah nos levantamos bruscamente do sofá, surpresos com a notícia que foi jogada em nós como se fosse algo casual.

– É isso aí!

John grita e no mesmo instante todos nos abraçamos enquanto pulamos e gritamos na sala. Parecemos cinco adolescentes idiotas, mas eu não poderia ligar menos para isso nesse momento.

– Como assim? Onde? – Matt pergunta assim que paramos de agir como crianças.

– Naquele bar que eu mencionei esses dias, o Brian's. Falei com o Dan, o dono do lugar, ele disse que a boate tem estado muito vazia ultimamente porque o lugar virou referência de restaurante de família ou um negócio assim. Ele reformou o lugar todo e a balada fica do lado agora, separado do restaurante. Dan disse que vai inaugurar no sábado que vem e já ia começar a procurar um DJ, então, como o incrível empresário provisório que eu sou, consegui colocar a gente pra tocar.

– John, eu te amo cara. Vem aqui. – Noah apertou nosso amigo em um abraço, colocando uma careta no rosto do moreno.

– Me larga Noah! Já chega de demonstração de afeto.

O loiro não se importou nem um pouco com a insatisfação de John e ainda fez questão de deixar um beijo estalado e, aparentemente, muito molhado na bochecha dele, que logo em seguida, limpou com cara de nojo.

– Enfim, como eu ia dizendo, vamos nos apresentar às 23:00 e vamos ter duas horas pra tocar, depois o DJ volta com a playlist e a gente vai poder aproveitar a festa, com bebida e comida de graça. E vamos precisar de identidades falsas pra vocês três. – John apontou para mim, Noah e Bruce, que ainda não tínhamos idade suficiente para entrar em boates com open bar, algo que mudaria logo.

– Isso é o de menos, precisamos ensaiar, decidir o que vamos tocar e avisar as pessoas que nos seguem nas redes sociais e que moram em Chicago e nos arredores para atrair clientela.

– Bruce está certo, temos que divulgar a volta da boate se queremos um trampo garantido nos finais de semana e quem sabe nas noites de semana também. – John fala e nós concordamos.

Unexpected FallOnde histórias criam vida. Descubra agora