13

54 9 5
                                    

ANGEL

Cheguei mais cedo no trabalho, queria falar com a minha chefe para tirar uma folga e conseguir viajar para Nova Iorque com os meninos. No salão do café, Paige passava o esfregão pelo chão, enquanto Jeremy começava a ligar as máquinas atrás do balcão.

Dou bom dia para eles e vou direto para a porta que diz "Somente pessoal autorizado", contendo a sala dos funcionários, sala do zelador e a sala da gerente do café, mais conhecida como Meredith Hawkins, minha chefe. Ando até sua porta, que se encontrava fechada, e dou três batidas fracas, logo ouvindo um "entre" do outro lado.

– Bom dia, senhora Hawkins.

– Bom dia, Angel. Como vai?

– Muito bem, obrigada senhora Hawkins.

– Quantas vezes vou ter que pedir que me chame de Meredith? – Ela pergunta com um sorriso simpático no rosto, me deixando sem graça.

– Perdão, força do hábito. – Meredith assente.

– Aconteceu algo?

– Não. Na verdade, vim pedir algo. – Me sento na cadeira de sua mesa, de frente para ela. – Sei que não trabalho aqui há muito tempo e que é cedo para pedir isso. Mas eu meio que preciso tirar a última semana de setembro de folga. Tenho uma viagem de última hora e realmente não consigo adiá-la. Posso trabalhar em mais turnos quando voltar, não será um problema...

– Angel, respire. Está tudo bem, você é uma ótima funcionária, não vejo problema em tirar essa folga. Mas vou querer esses turnos extras pela próxima semana e meia, tudo bem? – Assinto.

– Muito obrigada, Meredith.

– Não me agradeça. Isso era tudo?

– Era sim, obrigada. – Me levanto da cadeira e me dirijo para fora da sala.

Volto para a salinha dos funcionários e visto meu avental marrom do uniforme. Amarro meu cabelo em um coque baixo e vou para o salão do café, onde algumas pessoas já faziam seus pedidos e bebiam ou comiam algo. Pego meu bloquinho no balcão, colocando o objeto no bolso do avental, junto de uma caneta preta.

– Ei, Stuart. – Me viro para a janela da cozinha, vendo Joni, o velhinho que trabalha na chapa, colocando pratos no parapeito de metal. – Pedido da mesa 6.

Pego os três pratos com pães na chapa com requeijão e os coloco em uma bandeja e me dirijo à mesa 6. Duas garotinhas loiras tomavam seus sucos coloridos com carinha de sono, enquanto a mulher de cabelos castanhos, que supus ser a mãe, mexia em seu celular.

A mulher agradece com um sorriso simpático no rosto, enquanto as garotinhas têm que lutar para não caírem no sono ali mesmo naquela mesa. Me viro para voltar para o balcão quando vejo Nate e Paige conversando, algo que seria completamente normal e inocente, se eles não tivessem aqueles sorrisos duvidosos e todos aqueles toques durante a conversa.

Meu sangue começa a ferver e na mesma hora meu instinto me implora para que eu pule no pescoço do loiro e grite com ele por sequer pensar em olhar para outra mulher quando tem Amber ao seu lado, a garota mais incrível que um homem poderia desejar ter. Porém me contenho, deve ser algo da minha cabeça, devo estar lendo a situação de forma errada.

Nate tem todos os defeitos do mundo, é possessivo e ciumento até demais, mas ama Amberly, sei que ama. Ele não teria coragem de traí-la. Pelo menos eu espero que não. Ignoro minhas paranóias e volto a trabalhar, servindo refis de café, anotando e servindo pedidos.

Já eram nove horas em ponto e eu estava organizando e fechando a cafeteria com Paige. Geralmente não fico até tão tarde, mas um dos funcionários teve uma emergência, então fiquei com seu turno. Estava fechando o caixa quando a garota de cabelos loiros claríssimos se aproxima.

Unexpected FallOnde histórias criam vida. Descubra agora