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ANGEL

O final de semana passou rápido e em um piscar de olhos já estamos no aeroporto novamente, esperando o embarque do nosso voo. Chris e Tom nos deixaram aqui algumas horas atrás, fazendo a mesma divisão nos carros de quando chegamos. Me despedir da minha melhor amiga de novo foi ruim, muito ruim. Tê-la morando tão longe e não podendo vê-la sempre que bem entender ainda não é algo com que estou acostumada.

Nosso voo de volta não é tão cedo, então Noah não está mau humorado e todos estão mais acordados.

– Vou comprar um café. Alguém quer? – Juan se levanta e ajeita o cabelo bagunçado que precisa muito de um corte.

– Eu. – Sou a única a se manifestar diante da pergunta, todos os outros negam com a cabeça.

– Então levanta e pega o seu dinheiro. – Ele sorri cínico, se vira e anda em direção ao Starbucks. Reviro os olhos e pego meu dinheiro, andando até ele.

– Se você não ia pegar o café, por que ofereceu?

– Não ofereci pagar nem levar o café, perguntei por educação. Você aceitou e agora terá minha ilustre companhia. – Juan sorri para mim, mas eu ignoro.

Ficamos na fila — enorme por sinal — por alguns minutos. Fazemos nossos pedidos e pagamos, indo para o balcão esperar por eles.

– Como você está se sentindo? – Pergunto e Juan franze o cenho.

– Em relação a que?

– A esse final de semana. A inauguração, a apresentação.

– Me sinto realizado. De verdade, acho que nunca vou conseguir agradecer Chris e Henry o suficiente. A você também, inclusive.

– Me agradecer? Pelo que?

– Por fazer tanto pela banda. Tirar nossas fotos, ajudar a nos colocar na inauguração, você poderia ter escolhido não fazer nada, até porque eu não merecia a sua ajuda.

– Você acha que fiz de graça? Ainda estou pensando no que quero em troca. – Meu colega de apartamento solta um riso baixo e nega com a cabeça.

– Você não precisava ter vindo, sabe?

– Eu sei. Mas estava com saudade de Chris. Além do que, foi uma apresentação importante para a Night Out Dudes. É uma honra estar acompanhando desde o início.

Não sei porquê, nem como acontece, tudo o que eu sei é que segundos depois meus braços envolvem o pescoço de Juan e nossos corpos colidem. Não me lembro de ter abraçado ele uma vez na vida sem ser obrigada, mas agora, o ato genuíno apenas faz sentido. Meu colega de apartamento retribui o abraço, envolvendo seus braços fortes — o que me surpreende pelo fato de Juan não ir à academia — em volta da minha cintura.

– Eu tô orgulhosa de você, Clements. – Sussurro em seu ouvido, com meus olhos fechados. – E se você contar isso pra alguém eu te mato. – Não consigo ver, mas de alguma forma sei que ele sorriu, tenho a certeza disso quando ele se afasta minimamente e vejo o sorriso que ilumina seu rosto.

Seus olhos brilham e eu não entendo como os odiei por tanto tempo. Não tem muito espaço entre nós e nossos braços ainda envolvem nossos corpos. É um daqueles momentos em que parece que nada existe lá fora, não é importante, porque os olhos verdes e brilhantes de Juan Puerto Clements sorriem para mim, e isso me deixa confusa, feliz e puta, tudo ao mesmo tempo.

Unexpected FallOnde histórias criam vida. Descubra agora