Unexpected Fall

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⚠️ Alerta de Gatilho: Assédio ⚠️

ANGEL

– Amberly Reese Devine, você vai sair sim!

– Naomi Stella Cox, você não pode me obrigar!

O horário do almoço está acabando e Naomi passou todo o tempo que temos para comer tentando convencer Amber a ir para uma festa na casa de um garoto de sua aula de História da Moda. E Amber passou esse tempo todo tentando convencer Naomi a deixar ela ficar no apartamento.

Quando saímos do apartamento de Nate no domingo passado, Naomi ofereceu seu apartamento para ela. Disse que a colega de quarto pediu transferência para a SDSU e agora tinha um quarto livre. Amber não pensou duas vezes antes de aceitar.

– Ambs, eu entendo que você só quer estudar e dormir para não pensar naquela cria de Chernobyl. Mas você não pode sofrer pra sempre.

– Eu tenho que concordar com ela, Ambs. – Minha amiga me encara incrédula. – Você tem que sofrer e chorar, faz parte, mas não pode ser tudo o que vocẽ faz. Sair pra dançar, beber e se divertir vai te fazer muito bem.
– Exatamente. Além disso, nós vamos estar lá com você, vai ser perfeito.
– Nós? – pergunto já que não me lembro de ter sido chamada, muito menos ter aceitado ir para essa festa.
– Sim, nós. Vou chamar os meninos da NOD também, vamos fazer um deles ser o sóbrio da vez.
– Eu não tenho como negar, né? – O tédio na minha voz é evidente. Naomi sorri como resposta e eu reviro os olhos. – Tá.
– Ok então, eu vou. Mas no momento em que eu quiser ir para casa chorar, eu vou e vocês vão comigo!
– Combinado. – A garota de cabelos rosa sorri orgulhosa.

Chego em casa exausta depois do trabalho, meu corpo implorando por um banho e uma noite completa de sono, mas os trabalhos não finalizados e as matérias acumuladas são prioridade.

Encontro Juan largado no sofá, com um saco enorme de batatas chips no colo, o cabelo bagunçado e os olhos presos na TV.

– E aí? – Ele me cumprimenta, sem se dar o trabalho de desviar o olhar do que estava assistindo.
– Oi. – jogo as chaves na mesa e ando direto até o sofá, me jogando no sofá ao lado dele.
– Como foi seu dia?
– Cansativo. O movimento no café estava uma loucura, acho que nunca trabalhei tanto. – enfio minha mão no saco de salgadinho e pego algumas batatinhas. – Inclusive, tive muito autocontrole por não gritar ou acabar com a cara daquele nojento do Nate na sala dos funcionários.
– Parabéns. Você bem que poderia ter esse autocontrole aqui em casa e parar de gritar comigo. – O encaro incrédula e empurro seu ombro com o meu.
– Deixa de ser idiota. – Coloco as batatas na boca e bato uma mão na outra, tentando me livrar dos farelos. – Vou pro quarto estudar, se precisar de mim, não me chama. – Me levanto e Juan me encara com uma careta.
– Estudar?
– É, aquele negócio que as pessoas costumam fazer pra passar na faculdade e arrumar um emprego.
– Engraçadinha. – Sorrio cínica. – Mas estudar por que? O calendário da geladeira diz que as suas provas só começam na metade do mês que vem.
– Tenho matéria acumulada.
– Angel, você adiantou tudo antes de viajarmos! Você tá adiantando matéria de que minha filha? Do último ano do doutorado? – reviro os olhos e me viro para ir ao meu quarto. – Nada disso! Vai sentar aqui e assistir alguma coisa comigo. Tem uma série nova na Netflix de um monte de adolescente latino com fogo no rabo usando droga em um internato de música. Parece interessante.
– Primeiro, não quero assistir essa série. Segundo, só tenho que passar a limpo as anotações de aula que peguei com um cara da minha sala.
– Então você vai fazer um pouco hoje e depois vai vir pra sala comer e assistir alguma coisa. Até deixo você escolher um desses filmes de crimes reais que você gosta.
– Mas-
– Mas nada. Da última vez que você se afundou na faculdade eu tive que te levar pro hospital. Não tô afim de te carregar até a ambulância de novo, ok? Então você vai estudar e depois vai vir comer. E não tente contestar.
– Você é chato pra caralho. – Juan dá de ombros.
– Não ligo.