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ANGEL

De todos os momentos e dias do ano, a manhã do dia 25 de dezembro sempre foi minha preferida. Como em todos os natais, fui a primeira a acordar e, às sete e meia eu já estava na cozinha dos meus pais fazendo panquecas, French Toasts e ovos mexidos com bacon.

Eu e Juan chegamos em Healdsburg na semana passada e, desde que eu e minha mãe o deixamos em casa, não nos vimos mais. Passei praticamente todos esses dias com Chris e, quando não estava com minha melhor amiga, eu estava em casa com Lucas.

– Bom dia, filha. – Minha mãe deixa um beijo em minha cabeça antes de colocar café em sua caneca.

– Bom dia. O café da manhã está quase pronto, os Clements já estão vindo?

– Ander acabou de mandar mensagem para o seu pai, disse que saíram de casa agora.

– Eu sinto o cheiro de panquecas! – Lucas entra correndo na cozinha, indo direto até o prato de panquecas.

– Lucas, nem pense em comer essas panquecas! Temos que esperar os Clements. – Meu irmão cruza os braços e fecha a cara.

– A mamãe sempre me deixa roubar uma.

– Uma pena, porque não sou a mamãe.

– Não me diga! – Lucas sai da cozinha batendo o pé.

– Com quem ele aprendeu esse sarcasmo? – Pergunto para minha mãe, indignada.

– Isso é culpa sua e do Juan.

Cinco minutos depois a campainha toca e meu pai abre a porta e a família dos melhores amigos dos meus pais entra. A primeira pessoa que vejo é Kate, que entra na cozinha enquanto estou colocando o ovo mexido em uma grande tigela, meus olhos logo se fixam em sua barriga, sua gravidez ainda imperceptível.

– Angie! – Os braços finos e delicados de Katherine me envolvem em um abraço. – Nossa, o cheiro está ótimo.

– Obrigada, Katie. Como você está?

– Bem. – Ela passa sua mão discretamente pela barriga e sussurra: – Nós dois estamos.

– Ainda não contou para eles? – Minha amiga nega.

– Estou pensando em contar no almoço, acha que eles vão reagir mal?

– Não sei, mas aconteça o que acontecer, você sempre terá o meu apoio para o que precisar. – Kate sorri fraco e eu consigo ver seus olhos começarem a marejar.

– Isso significa muito para mim, Angie. Obrigada.

– Não precisa agradecer.

Kate me ajudou a levar a comida do café da manhã para a mesa de jantar, que já estava arrumada e farta com tudo o que Carla e Miguel prepararam. Lucas passa correndo por mim e pega uma panqueca do prato.

– Lucas!

– Presentes! Vamos abrir os presentes antes do café da manhã, por favor! – Meu irmão implora com as mãos juntas.

– Está bem, vamos abrir os presentes antes que você enlouqueça. – Meu pai o pegou pelas pernas, deixando o mais novo de ponta cabeça em seu colo, e caminhou até a grande árvore de natal na sala.

E então todos começam a abrir seus presentes, Lucas tendo mais caixas embrulhadas destinadas a si debaixo da árvore do que todos os adultos daquela sala juntos. Juan abre o embrulho verde com notas musicais que deixei para ele e faz uma careta assim que vê o que é.

– Muito engraçadinha, Angel, você é hilária.

– Qual é? Eu sei que você amou.

– O que você ganhou, filho? – Carla pergunta e Juan estende o suéter da Grifinória para a mãe.

Unexpected FallOnde histórias criam vida. Descubra agora