Capítulo 74

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Acordei com uma claridade terrível invadindo meus olhos.

Precisei de alguns minutos para conseguir focar bem minha visão.

Quando finalmente o fiz, vejo Parrish sentado numa cadeira um pouco mais a frente da cama de hospital em que estou deitada.

Ele está bem concentrado assistindo um filme que parece ser bem antigo.

Como ele fica bem de uniforme...

-Bom dia - Parrish diz me fazendo dar um pulo e me concentrar em seu rosto.

-Bom dia. O que está fazendo aqui? - falo com a voz calma e rouca.

-Oficialmente vim pegar o depoimento da testemunha, não oficialmente estou procurando alguma coisa pra assistir, mas só tem esse filme de kung fu. - ele aponta com a cabeça para a TV - Gosta de kung Fu?

-Sim, eu sei alguns golpes, mas não é como se eu lembrasse de usar na hora da luta...e você?

Me sento na cama ajeitando minha postura, ignorando a dor na lateral de minha cabeça.

-Eu sei Jiu-Jitsu, no exército ensinam defesa pessoal.

Nada mal.

-Qualquer dia poderia me ensinar?

Por alguns segundos ele pareceu surpreso.

-Quer mesmo aprender Jiu-Jitsu? De verdade?

-Sim, eu quero ocupar minha mente com algo e nada melhor que fazer isso com alguma coisa produtiva. Mas me diz, me ensina?

-Claro - ele diz com um pequeno sorriso.

Lembranças de ontem me vem na cabeça.

-Malia... - falei pensativa - Ela está bem?

-Ela está, mas a Tracy não, ela morreu - ele diz com pesar.

-Eu lembro disso - suspirei perdida.

-Mas e você? Está bem? - Parrish pergunta me olhando profundamente, como se esperasse eu mentir dizendo que sim.

-Não, não estou - suspirei mais uma vez tentando não surtar - Eu treinei muito, eu FIZ, muito...pra ficar forte. Forte pra não precisar passar por isso que eu passei ontem. Olha pra mim Parrish, eu sou patética! - fechei os olhos com força para não chorar de raiva.

-Você tá errada sabia? Você não é patética. Eu não sei quanto aos outros, mas quando eu olho pra você, eu vejo uma mulher forte, decidida. Você só perdeu uma luta não pode deixar isso te abalar.

Ah Parrish, se você soubesse...

-Quem deveria estar assim é aquele cara - ele aponta para a TV onde passa dois homens lutando - Ele só apanha.

Não pude evitar sorrir com ele tentando descontrair a situação.

-Obrigada pelas palavras policial - falo dando um sorrisinho no final.

-Faz parte do meu trabalho afinal - ele sorri.

Fiquei olhando para seu rosto e foi quase impossível resistir, meus olhos desceram para a boca dele e agradeci por ele estar longe pois ele fez o mesmo.

Impressão minha ou a temperatura mudou?

Desviamos os olhares quando a porta é aberta e Melissa, mãe do Scott passa por ela.

-Bom dia Ana - ela me cumprimenta com um sorriso amigável que correspondo.

-Bom dia Doutora.

-Ah não! - ela ri sem graça - Eu não sou médica.

A Bruxa Pistoleira Onde histórias criam vida. Descubra agora