Capítulo 4

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Hana

— Graças a Deus você chegou, vou enlouquecer aqui se não encontrar alguém para me dizer que eu sou foda, que eu consigo tudo que eu quero e isso que eu tenho pela frente é fichinha para mim. — Descarrego assim que a Lana entra no quarto com suas muitas malas.

— Como você mesma diz: Qual a pica? — Ela questiona.

— A desgraça da pica foi a melhor que já tive e agora tenho que fingir que nada aconteceu e pior, tenho que garantir que a pica fique dentro das calças — respondo, frustrada.

— Que maluquice é essa, não entendi nada, traduza.

Depois de explicar toda a encrenca para a minha prima fiel escudeira, ela sorrir, se abanar e se descabelar. Agora estamos as duas sérias pensando em como podemos trabalhar com o Rico Vieira. Eu sei que tenho que tentar apagar com uma borracha muito potente tudo que aconteceu e mostrar para ele a profissional que eu sou. Depois tenho que ter certeza do que o sexo representa para ele e traçar junto com a Liga da Alma um tratamento adequado. O trabalho da Lana pode ter ações paliativas, mas só teremos um resultado satisfatório, caso o Rico concorde com o tratamento e nos ajude.

— Vamos começar, mãos à obra. — tenho meu rompante, me levanto e começo a vasculhar as minhas roupas. — Você faz o seu trabalho como seria feito se o objetivo fosse apenas reverter a imagem ruim e eu vou garantir que o meu também seja feito. Sabe lá Deus como, mas eu vou encontrar um jeito.

— Tudo bem. — ela olha para mim — o que está fazendo?

— Procurando uma roupa mais cara de executiva, amanhã tenho que aparecer com outra imagem.

— Vou me dedicar à agenda profissional e incluir rotinas de boas ações na mídia. — Lana também vai para as suas malas para arrumar nos armários — Pelo que vi, ele não tem uma assessoria pessoal muito ativa. As redes sociais estão abandonadas ou muito mal utilizadas. Vou ter que filtrar muito bem as postagens. Transformar esse ogro do sexo em um príncipe encantado.

— Amanhã vou entrar em ação. — Falo decidida — Eu vou acompanhar a rotina dele. Observar de perto e tentar entrar em sua cabeça e provar que ele precisa ter mais controle de suas ações.

— É isso aí Naninha. Não é qualquer foda que vai te tirar o foco. Somos a Liga do Sucesso. Quanto mais desafiante....

— Melhor. — Completo e concordo com a cabeça tentando me convencer de que realmente foi apenas uma foda. Muito boa, mas apenas isso. E só para constar, nós realmente amamos desafios.

***

Não posso madrugar na casa do cara, mas fiz questão de chegar cedo. Às 10 da manhã estou em sua porta, que graças a Deus fica no mesmo condomínio da Manu.

Toco a campainha umas cinco vezes e pela demora em abrir imagino que o Rico ainda esteja dormindo. Respiro fundo mais uma vez para ganhar segurança. Olho minha roupa, vestida para emplacar a versão Hana mulher de negócios, coloquei uma calça social e blazer ambos na cor rosa e uma camiseta preta. Levei quase uma hora para me arrumar, o que não é comum. Sou muito objetiva em tudo nessa vida, mas precisei colocar uma maquiagem refinada, prender meu cabelo e cuidar da imagem séria, totalmente o oposto do estilo piriguete do vestidinho da balada e short curto que vestia ontem.

Não vou desistir de falar com ele hoje. Levo o dedo à campainha mais uma vez, quando a porta se abre. Os olhos verdes estreitos pela claridade intensa daqui de fora me fuzilam. Sua aparência me nocauteia logo de cara. Ele está apenas com um short esportivo. Aqueles curtíssimos que homens usam para correr e pela leveza dos movimentos algo me diz que ele não precisa de cueca. Esse negócio vai ser mais difícil do que eu imaginava.

Meu Prazer (Liga Do Sucesso - Livro 2) Degustação - Livro IndependenteOnde histórias criam vida. Descubra agora