Hana
A casa do Rico não é tão grande e sofisticada quanto da Manu e certamente não tão limpa. Encontrei pratos, copos, camisetas, tênis, meias espalhados por vários locais e não foi muita surpresa quando me deparei com camisinhas usadas, jogadas juntos com suas embalagens, em um canto ao lado do sofá. Arg! Dei meia volta.
Não sei se ele gosta de morar sozinho ou se ninguém suportaria morar com ele. Acredito que nem mesmo uma empregada fixa ele tenha. Do contrário, não estaria ele mesmo tendo que preparar seu café da manhã. O triste disso tudo, exceto pela camisinha jogada de todo jeito, não é muito diferente do meu apartamento, infelizmente eu também não sou a pessoa mais organizada do mundo. Só que ninguém precisa saber disso.
Olho para a poltrona imaginando quanto de fluidos corporais devem ter por ali, depois constato que ela é muito pequena e desconfortável demais para que ele tenha trepado com alguém ali. Decido sentar e aguardar o seu retorno. Quando ouço passos vindos do corredor, endireito a postura e respiro fundo para aguentar mais um pouco dessa tentação, principalmente quando ele não esconde que fica me secando descaradamente.
Ele passa direto até a ampla porta de vidro que vai praticamente do chão ao teto, abre a cortina parcialmente, permite que a claridade invada a sala. Aproveito para observar que ele foi generoso na escolha da roupa. Colocou uma calça de moletom e uma camiseta regata, ambas pretas, permanece descalço e se dirige até onde estou sentada. Passa por mim e recolhe parte das coisas que estão espalhadas por todo lado e coloca sobre a mesa.
— Acredito que não tenha ninguém para te ajudar na limpeza — comento enquanto ele leva os pratos e copos até a pia que fica próxima.
— Prefiro eu mesmo cuidar disso, no momento que estou a fim.
— Entendo, também não gosto de pessoas andando pela minha casa, infelizmente o preço que pagamos por isso é ter que nos virar. — digo enquanto ele volta para se sentar no sofá à minha frente.
— Diga o que pretende comigo. — fala como se esse fato fosse um peso para ele — Não me importo com as decisões que tomam lá com a minha irmã. Podem cuidar da imprensa e tudo mais, desde que me deixem em paz.
— Nada que possamos fazer por lá terá efeito se você não contribuir. Isso não é uma besteira qualquer. Você pode ter a sua carreira arruinada. Nós só vamos adaptar a sua rotina e evitar que seus hábitos sejam expostos de forma tão predatória — isso é claro, se não existir um vício para tratar.
— O problema é que eu não estou a fim de deixar de lado o que mais gosto. — fala com ironia, ele se irrita quando é ameaçado de restringir sua vida sexual, Hugo vai ter que me ajudar nisso, eu suspeito que seja mais sinais de dependência.
— Eu imagino, mas eu posso te ajudar. — tento mostrar que estamos do seu lado — Meu trabalho é levar prazer às pessoas ou ajudá-las a encontrar, pode ter certeza que sou capaz de ajudar você.
— Não tenho dúvida, pude comprovar pessoalmente.
— Agradeceria se você tentasse deixar o que passou para trás — peço e tento focar no trabalho — Pelo que a Manu me passou, seus hábitos estão atrapalhando o seu trabalho de várias maneiras.
— O único problema é que a Manu se importa demais com a opinião dos outros, deixa a mídia se lascar...
— Ela não se referia apenas ao que a mídia publica. Ela citou que você anda abandonando ensaios, houve atrasos em shows e ela se preocupa que isso venha piorar.
— A Manu é um saco.
— Tudo bem que você não pense como ela, mas nós poderíamos tentar encontrar um meio termo em que os dois fiquem bem. Você deveria me dar uma chance de tentar resolver esse impasse. — um pouco contrariado, ele respira fundo, contorce a boca e balança a cabeça.
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Meu Prazer (Liga Do Sucesso - Livro 2) Degustação - Livro Independente
RomanceO que você faria se te privassem do seu maior prazer? Hana Bernard, sexóloga da Liga do Sucesso chega a Goiânia para um trabalho desafiante: Tratar um cantor com a vida sexual desregrada. Por ironia do destino, o primeiro encontro com o seu cliente...