Capítulo 20 ☀️

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Adriel

  Está chovendo muito e faltou luz em metade da cidade. Eu saí tarde do restaurante, pois tivemos que ligar o gerador reserva, não poderíamos deixar as coisas que precisam de refrigeração estragarem. Eu paro em um sinal e mal consigo ver algo lá fora, mas eu estreito os olhos ao ver uma figura pequena parada na parte coberta do ponto de ônibus. Estacionei o carro e vi que é uma menininha, ela está encolhida e encharcada.

— Céus! Ei! Cadê seus pais! — Desci do carro e corri até ela. Ela se encolheu quando me viu. — Calma, não vou te fazer mal. Você não pode ficar sozinha na rua a essa hora! É perigoso!

  Ela não me respondeu e eu suspirei, sentindo minha roupa ensopada pela chuva. Olhei ao redor e não estamos em uma parte segura da cidade, não tem uma alma viva a vista e eu não posso deixar ela aqui. Eu me aproximei e estiquei os braços. Ela me analisou e veio no meu colo, eu corri de volta para o carro e entrei. Me inclinei para pegar um casaco da Melissa que estava no banco de trás e vesti nela por cima das roupas.

— Qual seu nome ? — Ela se encolheu no banco e passou as mãozinhas pelo rosto molhado. — Tudo bem, quando chegarmos na minha casa conversamos.

  Eu e Mel nos mudamos para uma casa no mesmo condomínio que meus sogros e meu cunhado vivem. A casa tem mais espaço e é perto da família. Eu liguei o aquecedor do carro e sempre que parava em algum sinal eu observava a pequena garotinha encolhida no banco do motorista, eu fiz ela colocar o cinto e como não demoraria a chegar em casa eu a deixei ali, mesmo que o certo fosse colocar ela atrás.

  Eu estacionei na garagem e desliguei o carro, ela estava dormindo e eu suspirei, passando a mão no rosto. Peguei minha mochila e depois peguei ela no colo com cuidado, por sorte ela não acordou. Melissa estava na sala, encolhida com um cobertor e lendo um livro diante da lareira acesa.

— Bebê, eu...Isso é uma criança ? E por que você está ensopado ? — Mel questionou e se aproximou de mim rapidamente.

— Eu estava dirigindo e ela estava parada sozinha no ponto de ônibus em uma zona perigosa e deserta da cidade. Não tinha ninguém a vista e eu não podia deixar ela lá! E se algum cara com intenções ruins passasse e quisesse abusar dela ? Eu sei que meio que sequestrei ela, mas eu não podia deixar ela lá. — Encarei a menina deitada no meu como e vi que ela parecia suja, como se estivesse nas ruas há certo tempo.

— Eu não estou julgando, amor. Sei que fez o que achou melhor...Ela disse o nome ? Ou o motivo de estar na rua ? — neguei e ela fez carinho no cabelo loiro da menina.

— Me dá ela, ela está molhada também, vou ver se tem alguma roupa antiga da Maya aqui, mas acho que vai ficar grande. Ela é tão magrinha e pequena. — Mel pegou ela no colo e a garotinha acordou, se assustando e segurando minha camisa mais forte.

— Calma, pequena. Ela não vai machucar você, está tudo bem. — Garanti e ela me olhou desconfiada.

— Eu me chamo Melissa, qual seu nome ? — Diante do silêncio a Mel sorriu de lado. — Você está com frio ? Que tal um banho quentinho e depois colocar algumas roupas sequinhas ?

  Mel ganhou um aceno positivo em resposta e logo a menina estava em seu colo.

— Vai tomar banho e se troca, não quero que você fique resfriado. — Mel beijou minha bochecha e subiu para um dos quartos de hóspedes.

Melissa

A princípio eu fiquei chocada e surpresa ao ver Adriel entrar em casa com uma garotinha, mas agora entendi a atitude. Amanhã temos que procurar os pais dela. Eu fiquei surpresa com o qual leve ela é, não parece ser saudável. Eu a coloquei sentada na pia e agora parei para analisar. Ela tem o cabelo loiro claro e olhos verdes lindos.

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