Capítulo 5 ☀️

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Adriel

  Me vejo em uma sala branca, tudo branco. Olho para um espelho ali e me vejo com cinco anos. Uma mulher aparece de costas em um canto da sala.

— Mamãe ? — Chamo, mas me assusto quando ela se vira de frente para mim. 

  Ela não tinha um rosto, logo aparece um homem ao seu lado na mesma situação. Eu saí correndo, mas para todos os lugares que eu olhava, eles estavam ali. Até que as coisas mudaram, eu não estava mais naquela sala branca. Agora estava em alguma rua e estava de noite, vi duas pessoas deixarem algo na porta de alguém e logo saírem.

Estava frio e eu me aproximei lentamente da cestinha, ofeguei ao ver um bebê nela. Eu o peguei no colo com cuidado e reparei no seu medalhão, era o mesmo que o meu...Aquele era eu.

  Então o cenário muda novamente e eu me vejo em uma sala escura, com apenas uma luz forte sobre mim e uma cadeira onde estava sentado.

— Olha para ele...Tão imperfeito! Não me admira que ninguém o queira. A melhor decisão que tomamos foi abandona-lo.

— Concordo...Quem iria querer uma criança assim ? Sinto pena de quem o adotar...Talvez ele fique no orfanato para sempre!

— Ah, nós o adotamos. Mas nós arrependemos depois, um garoto muito defeituoso e difícil de amar. — Era a voz de Helena, minha mãe adotiva.

— Nem me diga, ele apenas me dá disgosto. — Magnus, meu pai adotivo dizia.

— Parem! — Pedi, sentindo as lágrimas escorrerem livremente pelo meu rosto. — Por favor!

— Olha como ele é fraco! Uma criança idiota! Ainda acha que aquela menina gosta dele. — Uma risada cruel soou ao meu lado. — Ela merece muito melhor que você.

— Se você fosse alguém que valesse a pena, nunca teria sido abandonado naquele orfanato! — Eu me encolhi, tentando tapar meus ouvidos e não escutar mais as críticas e tudo o que aquelas vozes desconhecidas falavam.

— PAREM!! — Gritei.

  Me sentei na cama ofegante, meu corpo banhado de suor. Eu abracei meus joelhos e escondi meu rosto entre as mãos.

— Não foi real...Não foi real...— Murmurei, tentando acreditar.

  A luz da lua incidia pelo vidro, e lá fora uma noite sombria perdurava...Não conseguia avistar nenhuma estrela. Apenas escuridão. Eu estava tremendo, meu coração estava acelerado e eu tinha certeza de que era muito tarde, mas eu não conseguia...Ainda podia escutar o eco das críticas verdadeiras.

  Eu não merecia ser amado por ninguém. Não merecia nada do que tinha...Se eu fosse alguém que valesse a pena, não teria sido abandonado pelos meus pais biológicos. Eu era apenas um bebê, e eles decidiram que não era bom o suficiente para ficar com eles. Meu celular toca e o deixo ali, sem vontade alguma de ver alguém. Mas como o toque continuou eu fui obrigado a atender.

— Alô ? — Sussurrei, tentando manter a voz normal e límpida.

Υιός? Είσαι καλά ? ξέρω σήμερα το απόγευμα, αλλά είχα άσχημα συναισθήματα στο στήθος. (Filho? Você esta bem ? eu sei que esta tarde, mas eu tive um sentimento ruim no peito. ) — Era Helena, minha mãe.

μαμά (Mãe). — Chamei, sentindo meu coração pesar.

τι συνέβη, γιος; και πάλι εφιάλτες. ( o que aconteceu, filho ? pesadelos de novo ?) — Sua voz suave e doce questionou.

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