10

8.5K 641 121
                                    

Aurora Bitencourt.

-... seu nariz tá sagrando

- Nathan, me ajuda aqui.- chamo ele que está se escondendo atrás da arquibancada.

Se não fosse pelas circunstâncias eu estaria rindo pela posição que ele tava.

- O que aconteceu? Ethan?- diz ele assim que eu consigo me aproximar dele com dificuldade, porque eu tava carregando o Ethan no meu ombro.

- Me ajuda aqui, a gente precisa levar ele pro hospital.

- Gente o que aconteceu?- a Manu perguntou vendo o Ethan.

- Depois eu explico, agora eu preciso levar ele pro hospital.- digo e saímos da quadra tentando não apanhar.

Saindo de lá, eu vi a Lavínia ainda apanhando dei um sorriso de leve e sai correndo da escola.

- Até que enfim a Cinderela chegou do baile...- assim que o Cayo viu o Ethan sem ar e quase desmaiando ele parou de falar.

- Manu, abre a porta do carro pra mim por favor?- ela assentiu e abriu a porta do carro.

Eu entrei atrás junto com o Ethan e o Nathan foi na frente com o Cayo.

- Levo vocês pro hospital?- o Cayo perguntou?

- Não, leva a gente pra boate. Claro que é pro hospital né, o minino tá quase morrendo.- ele saiu com o carro.

Durante todo o caminho pro hospital, eu segurei a mão do Ethan em uma tentativa de acalmar ele que olhou pra mim e tentou sorrir, mas sem sucesso.

Eu acho que ele tava mais preocupado em tentar controlar a respiração do que sorrir.

[...]

Já tem um tempo que o Ethan foi pra emergência.

Eu tô com o Cayo e o Nathan esperando notícias.

- Você acha que a gente liga pros pais dele?- perguntou o Nathan.

- Sei lá, mas os pais dele não tão viajando?- o Cayo perguntou.

- Sim, mas o Ethan tava quase morrendo.- digo.

- Então eu ligo.- assim que o Nathan disse isso o médico chegou e nós três nos levantamos.

- Vocês três que trouxeram o Ethan Sánchez pra cá?- o médico pergunta.

- Sim, foi a gente.- o Nathan responde por mim.

- Então, o Ethan teve uma crise de ansiedade. Ele passou por alguma situação de estresse muito forte, alguma coisa que possa ter deixado ele nervoso ou muito triste?

- Aconteceu uma briga na escola muito grande, também teve porrada.- respondo pro médico.

- Sim, ele deve ter passado por essa situação que resultou em uma crise. Sobre o nariz sangrando, ele me disse que começou a ficar tonto e bateu ele na parede.

- Ele quebrou o nariz?- perguntou o Cayo assustado.

- Não, só bateu mesmo. Ele pode ficar alguns dias em observação e no soro, nós descobrimos que ele está com anemia. Tem alguém da família dele presente?

- Não, mas nós vamos ligar pros pais dele e avisar. Muito obrigada, doutor.- digo por fim.

- De nada, quando ele puder receber visitas eu volto a falar com vocês.- diz e nós concordamos.

- Eu vou ligar pros pais dele.- o Nathan disse e levantou se distanciando um pouco.

Depois de um tempo ele voltou.

- Eu falei com os pais dele e amanhã eles estão voltando.

- Ok, obrigada Nathan.- agradeci e ele sussurrou um 'de nada'.

Uns 30 minutos se passaram e o médico voltou pra falar com a gente.

- Ele já pode receber visitas, mas só pode um por vez. Quem vai primeiro?

- Vai você Nathan, ele deve tá querendo falar com você.- o Cayo disse e eu concordei.

- Eu acho melhor a Aurora ir primeiro. Ela ajudou ele né? Vai que eu vou depois.

- Obrigada.- digo e abraço os dois.

- Me acompanha?- o médico perguntou e eu assenti.

Ele me levou até a sala onde estava o Ethan.

- Eu só vou fazer algumas recomendações, ok? Se ele acordar, não fale coisas que podem deixar ele nervoso e tente manter a conversa em um tom de voz calmo .

- Claro, pode deixar.- ele agradeceu e abriu a porta me deixando passar, depois saiu do quarto fechando a porta.

Lá estava ele, o garoto que me deu um belo susto. Ele dormia tão calmamente que parecia um anjo.

Ele mantinha a respiração calma com ajuda do aparelho.

Seu cabelo estava um pouco bagunçado, seu rosto pálido e seus lábios levemente rosados como sempre.

- Que susto, pensei que você iria morrer. Ainda bem que não aconteceu, não tenho vestido preto.- disse praticamente sussurrando.

Devagar, comecei a fazer carinho no cabelo e rosto dele. Não queria acorda-lo, ele precisava se recuperar da crise que teve anteriormente.

- Eu vou chamar o Nathan, depois eu volto.- digo depois de um tempo só observando ele.

Me levanto e solto a mão dele, mas sinto ele apertar ela. Vejo ele abrir os olhos lentamente.

- Fica mais um pouco.

continua...

O Cara da EscolaOnde histórias criam vida. Descubra agora