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Aurora Bitencourt.

10:24

- Passa protetor em mim?- peço pra Manu e ela pega o protetor.

Hoje é sábado, estamos na praia junto com o Cayo.

O Cayo tá com uma bermuda preta, a Manu com um maiô da cor favorita dela, branco e eu com um biquíni vermelho.

- Amiga, olha aqueles surfistas no mar.- disse apontando pra alguns meninos.

- Eu não tô conseguindo ver direito, mas eles parecem ser bem gatinhos.- digo tirando meus óculos de sol tentando enxergar os garotos.

- Amiga vai lá falar com eles.

- Não minina.

- Vai sim, tu sempre diz que vai falar com o minino bonito da próxima vez e os caralho, essa é a hora. É o seu momento.

- Tá bom, eu vou mas se der merda a culpa é sua.- digo e me levanto tentando tirar o máximo de areia possível do meu corpo.

Eu amo praia, mas agora tem areia até dentro do meu cu. Que ódio.

Eu vou chegando perto do minino e consegui ver quem era.

Ethan.

Não era esse minino que tava no hospital quase morrendo um dia desses?

Ele estava andando e assim que me viu deu um sorriso e parou de andar.

Ele perdeu o cu na minha cara foi?

- Eu não sabia que você surfava e muito menos que você tinha saído do hospital.

- Me deram alta e eu queria fazer uma surpresa. Eu tô bem por sinal.- diz e me dá um abraço.

Ele intercala os olhares dele entre meus peitos e a minha boca.

Ele vai me beijar?

- Aurora.- o Nathan disse vindo me cumprimentar e cortando o clima.- A Manu tá com você?

- Sua namorada tá bem ali.- disse apontando pro lugar onde ela estava.

- Valeu.- ele disse e foi em direção a Manu.

Quando olhei pra frente tive a visão dos deuses.

Ethan passando a mão entre os cachos ainda molhados. Como ele estava sem camisa, eu tive a vista de seu peitoral com algumas gotas de água.

Calma que a Jussara deu uma piscada.

- Você surfa muito bem, eu sempre quis aprender mais é um esporte muito difícil.- eu disse tentando disfarçar que eu tava olhando demais pra ele.

- Quer aprender?

- Não, obrigada.

- Então bora entrar um pouco na água? Você tá muito seca.

- Não, a água deve estar gelada.

- Tá bom.- ele disse.

Preparem-se pra cena mais clichê da vida de vocês ou pelo menos da minha.

Ele me puxou pela cintura e me carregou no ombro dele como se eu fosse um saco de batatas até a água.

Sinceramente, eu parei de tentar sair do colo dele. O seu toque na parte de trás da minhas coxas estavam totalmente agradáveis.

E eu não tava nem um pouco afim de tirar as mãos dele de lá.

Ele me colocou de pé começando a entrar na água. As suas mãos ainda estavam na minha cintura.

Paramos de andar quando a água atingiu um pouco abaixo dos meus peitos e a cintura dele, já que ele é mais alto.

- Vai, sobe.- ele disse apontando pra prancha de surf dele.

- Eu não sei como sobe.

- Me dá a mão.- eu dei a minha mão pra ele e ele pegou na minha cintura me ajudando a subir na prancha.

Eu coloquei uma perna de cada lado quando já estava sentada na prancha.

Eu não sei o que ele tem que faz eu sentir borboletas.

Nem o garoto que eu dei meu primeiro beijo faz eu sentir tantas borboletas quanto o Ethan faz.

E olha que nós só somos amigos.

- Qual seu filme favorito?- ele perguntou pra mim.

- Meu filme favorito é Barbie e o Castelo de diamantes. E o seu?

- Viva - A Vida É uma Festa. Sua cor favorita?

- Vermelho.

- A minha também, qual é seu signo?

- Áries, qual é o seu?

- Sagitário.

- Comida favorita?

- Churrasco. E a sua?

- Eu também amo churrasco.

- A gente combina muito.- digo sorrindo e ele também sorri.

A pior coisa que eu podia ter feito foi ter olhado pra trás.

- Puta que pariu. Como a gente vai voltar?- pergunto um pouco desesperada vendo que a gente estava longe da costa.

- Calma, tá comigo tá com Deus.- ele disse virando a prancha pra direção da costa.

- Não, a gente não precisa voltar agora. Não se você não quiser.

- Aurora, o que você quer fazer da vida?

- Cara, sinceramente eu já tive muitos sonhos. Um deles era virar mendiga em Nova Iorque.

- Como assim?- ele perguntou rindo.

- Meu plano era que tivesse um passeio escolar pra lá. Aí eu iria me perder "sem querer" e ia começar a pedir esmola pros gringos. Quando a polícia me encontrasse eu ia pegar todos os dólares que eu ganhei e converter em reais.

- Belo plano, mas você já sabe o que quer ser agora?

- Então, eu gosto bastante de dançar e de pintar, desenhar vestidos. Talvez eu faça alguma coisa relacionada a isso, quem sabe eu seja estilista. E você?

- Bom, eu quero administrar o negócio da família.

- Isso é bom.- digo.

- Só um minuto.- ele diz e mergulha na água.

Ele passa embaixo da prancha e eu sinto ele me empurrar na água arruinando o meu coque.

- Filho da puta.- digo após voltar a superfície e vejo que o desgraçado tava rindo.

continua...

O Cara da EscolaOnde histórias criam vida. Descubra agora