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Aurora Bitencourt.

- Eu lembro que na última sexta-feira você foi parar no hospital.- eu disse pro Ethan.

Estávamos na Cachoeira dos Papagaios e eu fazia carinho no cabelo dele.

- Realmente, mas dessa vez eu tô aqui. Muito bem e com você.- ele disse e olhou pra mim.

- Que bom, tô com trauma de hospital.

- Só por causa de mim, amor?- ele perguntou com um sorriso.

- Não vem com esse amor não que eu pensei que você fosse morrer naquele dia.

- Eu já tô bem.- ele disse isso e eu voltei a fazer carinho no cabelo dele.

- Vou ter que voltar pra casa rolando.- eu disse depois de olhar o meu relógio.

- Ué, o Cayo não te levava pra casa?

- Sim, mas ele não vai poder mais e acho que nem me trazer pra cá.

- Tá, eu te levo.- ele disse levantando.

- Não precisa.

- Eu não perguntei, querida. Eu afirmei que vou te levar pra casa.

- Tá bom, nem fazer meu drama eu posso mais.- eu disse pegando na mão dele e ele riu.

Nós saímos do lugar com muito cuidado, pra que ninguém pudesse nos ver.

Entrei no carro dele e notei algumas coisas no banco de trás, parecia ter um objeto coberto com o casaco dele.

- Eu sempre quis saber como você tem um carro sendo que tu tem 17 anos.- digo assim que ele entra no carro e sai com ele.

- Eu sou emancipado desde os meus 15 anos.- ele me respondeu e eu assenti.

O vidro do carro estava aberto e a leve brisa fazia os cachos dele voarem.

E eu aqui sofrendo pra tirar meu cabelo da cara, esse moleque é sortudo.

O sol iluminava os olhos dele, que se transformavam em um quase mel.

Meus olhos cor de rio sujo choram se sentindo ofendidos com a beleza dos olhos desse menino.

Ficar com ele é muito bom, eu não sei o que tem nele que me faz ficar tão bem. Será que ele fez macumba?

Olhei pra janela do carro e percebi que eu não estava indo pro caminho de casa.

- Eu não sei se você percebeu, mas esse não é o caminho pra casa.

- Eu sei, meu bem.- ele disse sorrindo e eu comecei a me desesperar.

- Caralho, pra onde você tá me levando?- eu perguntei e ele não respondeu.

- Eu acho que você não deve ter ouvido direito. Pra. Que. Lugar. Você. Está. Me. Levando?- perguntei separadamente.

E novamente sem resposta.

- Meu Deus, eu vou chamar a polícia.- digo e ele pega o celular da minha mão.

- Me dá essa porra agora, Ethan.- eu digo tentando pegar meu celular de volta.

- Espera, olha a gente tá quase chegando. Relaxa.

- Isso é sequestro. Eu te odeio.- eu digo me acomodando no banco do carro.

- Nós dois sabemos que isso não é verdade e que você gostou do meu sequestro.- ele disse sorrindo.

Vou ter que concordar com ele, realmente eu amei o sequestro.

Depois de um tempo ele parou o carro e saiu dele. Ele abriu a porta pra eu sair e eu comecei a bater nele.

- Filho da puta.- disse quando ele segurou meus pulsos pra se defender.

- Vamos.- ele soltou os meus pulsos e segurou a minha cintura me levando pro tal lugar.

Era uma pista de skate que tinham algumas pessoas que pararam pra olhar pra gente.

- Opa, quem é essa?- perguntou uma menina.

Ela tinha o cabelo cacheado de um loiro escuro com as pontas tingidas de azul e ela tinha um piercing no nariz. A pele era bronzeada e ela usava um vestido azul clarinho.

- Essa é a Aurora.- o Ethan disse.

- Muito prazer, eu sou a Naomi.- a menina disse sorrindo e eu retribui.

- O prazer é todo meu.

- Esse é o Martin.- ele disse e apontou pra um menino.

Ele parecia ter alguma descendência mexicana e sorriu pra mim.

- Esses são Vinícius e Nicolas.- disse e os meninos sorriram também.

- Ela é sua namorada?- o Martin perguntou.

continua...

O Cara da EscolaOnde histórias criam vida. Descubra agora