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Aurora Bitencourt.


- Fica mais um pouco...

- Ethan? Você tá bem?

- Acho que agora eu tô.- ele fala e eu me sento.

- Desde quando você tá acordado?

- Desde a hora que você entrou na sala.

- Nossa, fofoqueiro.- ele ri.

- Sou mesmo, uma Maria fifi.- diz e nós rimos.

- O Nathan ligou pros seus pais e eles estão voltando amanhã.

- Você não vai perguntar o que aconteceu?- ele perguntou confuso.

- Não, o médico me aconselhou a não falar nada sobre isso pra não causar outra crise em você.

- Eu tô bem, Aurora. Eu quero falar sobre isso com alguém, acho que esse alguém é você.

- Tá bom, mas se você tiver outra crise eu não me responsabilizo.- digo e ele assente.

- Eu comecei a ter essas crises quando meus avós morreram. Eu fiquei muito mal e tive a primeira crise.

- Ah, eu sinto muito.- digo.

- Eu tinha 12 anos e achei que finalmente meus pais iriam ficar mais vezes comigo. Mas invés disso, apareceu uma viagem de negócios e eles foram.

- Sua mãe não ficou nem um pouco triste?

- Sim, antes de eles irem eu via minha mãe chorando toda noite no quarto deles. Mas ela colocou na cabeça dela que ela é essa mulher durona que não sofre e acha que tem que ser assim sempre.

- Ah, mas você não contou sobre essa crise pra ela? Sei lá, talvez ela ficasse.

- Sim e eu sabia disso, mas não contei. Queria que eles ficassem em casa porque queriam ficar comigo e não porque eu tava mal ou alguma coisa do tipo.

- Mas você precisava de ajuda. Não tinha ninguém pra te ajudar ou ficar com você?

- Minha tia ficava comigo lá em casa. Mas foi nessa época que eu conheci o Nathan e nós viramos melhores amigos. Eu tava quase entrando em depressão e ele me ajudou.

A gente ficou conversando mais um pouco sobre isso.

- Quer que eu chame o Nathan?

- Sim, eu me esqueci completamente.

- Eu vou chamar ele então. Tchau, fica bem tá?

- Tá, tchau.- eu dei um abraço nele antes de sair do quarto.

- Nathan, pode ir.

- Ele tá bem?

- Sim.

- Obrigada.- ele diz e vai pro quarto do Ethan.

- Vamos pra casa?

- Sim, você não vai querer falar com ele?

- Ele vai ficar cansado depois de conversar com o Nathan.

- Ok, vamos eu tô bem cansada.

[...]

Acabei de tomar meu banho. Dia cansativo pra porra.

Saio do banheiro já vestida com o meu pijama amarelo de ursinhos. Sim, eu amo esse pijama.

- Eae Aura.- a Manu diz sentada na minha cama.

- Ai que susto, filha da desgraça.- digo com a mão no peito.- Como você tá?

- Tô bem, mas quem tinha que fazer essa pergunta era eu né.

- Verdade, eu tô bem e o Ethan também tá bem, graças a Pantera Celestial.

- Que bom, eu pensei que ele tava morrendo.

- Sim, eu fiquei desesperada. Mal conheci o minino e ele já morre.- nós duas rimos.

- Bora fazer uma noite das meninas?

- Bora, já tava com saudade disso.- digo e vamos no banheiro colocar as máscaras.

Eu fui fazer a pipoca enquanto a Manu escolhia o filme.

Acabei de fazer a pipoca, peguei os refrigerantes e sentei com a Manu no sofá.

- Qual filme você escolheu?- digo entregando o balde de pipoca dela.

- Não achei nada legal, até pensei em botar Homem de ferro 2, mas eu lembro que ele morreu e Nat também e fico com depressão. Então a gente pode continuar vendo Elite?

- Sim, pode dar play.

O episódio começa e a gente fica prestando atenção.

Depois que nós vemos mais 2 episódios depois desse, fomos lavar a louça.

- Minina, tu viu que a Lavínia tava apanhando?- a Manu pergunta após nós discutirmos se o Polo merecia uma 2ª chance.

- Vi, eu tava saindo da quadra com o Ethan.

- Bem feito, tomara que esteja careca.- diz e eu ri.

- Sim, a gente bem que podia armar pra cobrir ela de porrada né? Ela e aquele Matheus lá.

- Sim, o Matheus é muito idiota. Ele é daqueles hétero top que acha que todo mundo tá apaixonado por ele, sabe?

- Sei, eu tô com muita vontade de quebrar o nariz dele.

- Eu vi o soco, tu bate bem hein. A cara que ele ficou foi a melhor.

- Sim.- digo lembrando do momento e rindo.

- Ah ah, uma môlher bateu em mim.- diz imitando a voz dele e o cara do Tik Tok que falou môlher.

- Môlheres são tão fracas, eu tenho certeza que era um homem fantasiado de mulher.- digo fazendo ela rir.

- Esse foi o melhor jogo que teve na história da escola inteira.- diz ela limpando as lágrimas que escorreram enquanto ela ria.

- Eu nunca participei de nenhum, mas foi muito bom.

Terminamos de lavar a louça e fomos dormir.

- Boa noite, Aura.- diz e se deita do meu lado.

- Boa noite, Manu.- digo e me cubro pronta pra dormir.

continua...

O Cara da EscolaOnde histórias criam vida. Descubra agora