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Aurora Bitencourt.

- Ela é sua namorada?- o Martin perguntou.

- Não.- eu disse.

- Correção, ainda não.- o Ethan disse e eu sorri surpresa.- Fica aí que eu vou pegar uma coisa.- ele disse e foi pro carro.

- Tu és muy bonita.- falou o Martin meio embolado nas palavras.

- Cala a boca. Liga não, ele é mexicano aí não sabe falar muito bem e fica parecendo um psicopata.- disse a Naomi me fazendo rir.

- O Martin deve ser um pouco demente.- o Nicolas falou olhando pro Martin.

Ele tinha um olhar de maconheiro.

- Demente és tu, maconheiro.- o Martin respondeu.

- Virou a praça dos insultos agora?- o Vinícius perguntou.

- Voltei.- o Ethan disse e eu olhei pra ele que possuía um skate nas mãos.

- Você é skatista?- eu perguntei e ele assentiu.- Você não cansa de me surpreender.

- Eu posso te ensinar a andar de skate, se você quiser.

- Jura?- perguntei animada e ele assentiu sorrindo.

- Primeiro me dá a sua mão.- ele disse e eu dei a minha mão pra ele.- Agora coloca o pé no skate.- eu coloquei o pé e ele segurou a minha cintura.

Acho que não preciso mencionar como estão as minhas borboletas.

- Cuidado. Agora pega impulso com um dos seus pés. Pode ir, eu tô te segurando.- ele disse e eu peguei impulso com o meu pé.

Assim que eu fiz isso me desequilibrei e já ia cair no chão, se não fosse pelas mãos do Ethan que me seguraram firmemente.

- Valeu.- olhei pra ele e percebi que nossos rostos estavam muito próximo.

- BEIJA LOGO!- o Martin gritou.

Eu vi de relance a Naomi tapar a boca dele e o Vinícius dar um tapa nele.

- Porra Martin, depois eu sou o demente da história.- disse o Nicolas irritado.

- Tranquilo, a gente não ia se beijar.- eu disse soltando as mãos do Ethan e saindo do skate.

- Não?- ele sussurrou no meu ouvido.

- Olha o fogo no cu garoto.- respondi no mesmo tom de voz.

- Vem, amiga. Deixa os exibidos fazerem o show deles.- disse a Naomi depois de os meninos pegarem os skates e irem pra pista.

- Moça, você é muito bonita.- eu disse e ela sorriu.

- Você também é. Senta aqui, vou comprar um refri e já volto.- ela disse e eu assenti sentando no banco.

Os meninos estavam na pista de skate. Eles fazem isso muito bem, eles não querem entrar pras olimpíadas não?

- Voltei.- a Naomi sentou do meu lado e me entregou uma Pepsi.- Nem te perguntei se você queria Pepsi, né?

- Fica tranquila, eu amo Pepsi.- eu disse e bebi um pouco do meu refrigerante.

- Ele tá apaixonado completamente por você.- ela disse enquanto eu olhava pra ele.

- Você acha?

- Minha filha, a forma como ele te olha é de um jeito super fofo.- ela diz e eu sorrio boba.

- Ele se tornou meu melhor amigo nesses últimos dias.

- Amigo? Bom, se você diz tá dizido.

Eu rio da frase dela e nós ficamos conversando sobre coisas aleatórias. Ela até me contou que tem uma namorada.

- Quer ir pra casa? Eu já tenho que ir.- o Ethan disse e eu assenti.

- Gente, eu já vou indo pra casa, tá? Eu gostei muito de vocês.

- Tchau, me liga depois hein.- a Naomi disse.

- Pode deixar, tchau gente. Martin, vê se para de implicar com o maconheiro.- eu disse e me despedi de todos.

- Gostou deles?- o Ethan perguntou quando já estávamos no carro.

- Sim, eles são muito legais. Eles parecem ser drogados sem usar nada, menos o Nicolas. Aquele ali deve usar.- eu disse e ele riu.

- O Nicolas pode até ser maconheiro, mas é legal.

- Verdade, todo maconheiro é legal. Inclusive pode ser até mais legal do que pessoas que não usam nada.- eu disse e ele concordou sorrindo.

[...]

Assim que eu entrei em casa não escutei nada.

O que é totalmente estranho se tratando da minha casa.

Sempre tem algum barulho, não importa se seja a televisão, o Cayo fazendo as filosofias dele pros meus pais, meus pais conversando ou até mesmo quebrando o pau, o que é bem comum.

Mas não importa o que seja sempre tem barulho.

Escuto vozes na sala, e eu com medo de ser um assaltante pego a primeira coisa que vejo.

Uma caixa de papelão e uma almofada.

Aí se for assaltante eu taco a almofada na cara, jogo a caixa de papelão no chão pra pessoa tropeçar e pra ganhar tempo pra chamar a polícia, eu também jogo o meu tênis nas partes íntimas ou na cabeça se for mulher.

Se forem duas pessoas, só corre moleque.

Plano improvisado, mas eu achei eficiente.

Vou em direção a sala e suspiro aliviada ao ver meus pais.

Espera aí.

Malas?

- O que são essas malas?- pergunto pros meus pais que olham pra mim.

Minha mãe tinha uma expressão preocupada, meu pai uma expressão séria e o Cayo estava com uma cara triste.

- Seu irmão foi expulso de casa.- meu pai me respondeu.

continua...

O Cara da EscolaOnde histórias criam vida. Descubra agora