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Aurora Bitencourt.

- Seu irmão foi expulso de casa.- meu pai me respondeu.

- Oi?- eu perguntei torcendo pra ter escutado errado.

- Seu irmão está sendo expulso de casa.- meu pai reafirmou.

- Por que? Vocês não podem expulsar ele assim sem mais nem menos.- eu disse começando a me estressar.

- Calma filha.- disse a minha mãe tentando me acalmar.

- Mãe, diz pra ele que ele não pode fazer isso com o Cayo, mãe por favor.- eu implorei pra ela.

- Eu posso e eu tô fazendo. Vai embora logo Cayo.- o meu pai disse.

- Por que vocês vão fazer isso com ele?

- Filha, o seu irmão usa drogas.- meu pai disse e meus olhos se encheram de lágrimas.

- Amiga, calma tá? Respira.- a Manu disse e só aí eu percebi a presença dela.

- Ele vai parar, ele vai eu sei disso.- eu disse tentando proteger o Cayo.

- Faz dias que ele tá assim, ele não vai parar.- meu pai disse bravo.

- Eu podia ajudar.- eu disse desesperada e percebi que a Manu estava estranha.- Você sabia disso né?- eu perguntei secando as minhas lágrimas.

Ela que olhava pra mim abaixou o olhar e assentiu.

- Caralho, Manuella.- eu disse decepcionada.

- Anda Cayo, vai embora logo.- meu pai esbravejou e o Cayo foi em direção a porta de casa.

- ELE NÃO VAI!- gritei sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

- Deixa ele ir filha.- minha mãe me puxou.

- Se ele for eu vou com ele.- eu disse.

- Você nunca se importou muito com ele, você não vai e para de drama.- meu pai disse.

- ELE É MEU IRMÃO PORRA, EU SEMPRE ME IMPORTEI COM ELE. QUEM NÃO SE IMPORTOU FOI VOCÊ SENHOR STEVE.- gritei indo pra perto do meu irmão.

- NÃO GRITA COMIGO ASSIM, SEU IRMÃO É UM DROGADINHO DE MERDA QUE MERECE TODA A MERDA QUE ACONTECE NA VIDA DELE.

- Filha não faz isso, por favor.

- Mãe, eu te amo tá? Não esquece disso.- eu disse e beijei a testa dela.

- Fica aqui, você não tem nem pra onde ir.- o Cayo disse.

- E você tem?- eu perguntei e abri a porta de casa.

- Aura, espera...- a Manuella sussurrou e eu olhei pra ela.

- Não fala comigo, nunca mais.- eu disse e fechei a porta de casa.

Eu fui andando até a praça e eu só conseguia chorar.

- Aurora, volta pra casa. Vai ser melhor ficar longe de mim, eu sou um lixo mesmo.- ele disse e eu dei um tapa no rosto dele.

- Nunca mais fala isso na sua vida.- eu disse e ele começou a chorar.

Eu dei um abraço nele que retribuiu. Eu só queria mostrar pra ele que eu estava ali com ele.

É verdade que a gente briga e se xinga o tempo inteiro, mas ele é meu irmão porra.

Eu só não conseguiria ficar com ele se ele fizesse algum mal a alguém. Mas ele só fez mal a ele mesmo.

- Me promete uma coisa?- eu perguntei olhando pra ele e ele assentiu.

- Nunca mais na sua vida use drogas, entendeu? Isso não serve pra nada, a não ser pra te levar pro fundo do poço. Foda-se o mundo, somos só nós dois, lembra?- perguntei lembrando de fala dele de anos atrás.

- Foda-se o mundo, somos só nós dois.- eu dei o meu mindinho pra ele e ele cruzou o dele com o meu sorrindo.

- Pra onde a gente vai?- ele perguntou.

- Não faz pergunta difícil não, amor.- eu disse lembrando que eu briguei com a Manu e não tenho pra onde ir.

- Já entendi, a solução é ir pra Cracolândia.- ele disse me fazendo rir.

- Só você pra me fazer rir agora.- eu disse.- Eu tenho uma ideia de pra onde ir.

- Onde?

continua...

O Cara da EscolaOnde histórias criam vida. Descubra agora