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Aurora Bitencourt.

Alguns dias depois...

- O Nathan vocês já conhecem, essa é a Manuella e essa é Aurora.- o Ethan disse nos apresentando para os pais dele.

E pra você que não tá entendendo nada, a gente tá na casa do Ethan.

Nós precisamos fazer o trabalho de Ciências e apresentar na frente da turma. Sabe aqueles trabalhos sobre o funcionamento do corpo humano?

É isso que a gente vai fazer.

- Você é a menina que levou o nosso filho pro hospital?- a mãe do Ethan perguntou.

- De certa forma, fui eu sim.- eu digo e ela me abraça.

- Seja muito bem vinda, venha sempre que quiser e sinta-se em casa. E você também, Manuella.

- Muito obrigada.-ela diz com um sorriso.

- Vamos pra sala.- o Ethan disse indo até a sala.

Todos sentamos no chão e colocamos a cartolina em cima da mesa de centro que tinha na sala.

- Vamos começar fazendo o desenho do corpo e depois a gente coloca os papéis em cima pra dar um efeito 3D.- digo pegando os materiais que a gente ia precisar pra fazer o trabalho.

- Tá, então eu vou cortando os papéis com o Nathan, Ethan vai separando nossas falas e escrevendo as informações sobre o trabalho, e você desenha. Pode ser?- perguntou a Manu e todos concordamos começando a fazer a nossa parte no trabalho.

Depois de um tempo consegui terminar o desenho e fizemos os detalhes 3D.

- O título tem que ter uma cor chamativa, pras pessoas verem de cara.- o Nathan disse.

- Verdade, tem que ser mais chamativa do que o próprio cu do vagalume.- eu disse tentando pensar em uma cor forte.

- Vermelho e amarelo?- o Ethan sugeriu.

- Virou MC Donald's essa porra?- eu disse e eles deram risada.

- Verde e vermelho?- o Nathan sugeriu dessa vez.

- Uma vibe mais melancia e afins.- a Manu disse e ligou o Fusca dela.

A risada dela fez a gente rir também.

- Eu gostei da ideia do vermelho, é uma cor chamativa.- eu disse.

- Então pode ser vermelho com glitter azul?- a Manu perguntou.

- Gostei, então a gente pode pintar o título de vermelho, passar a cola transparente por cima e dar uma pincelada e depois tacar o glitter?- o Ethan perguntou e todos nós concordamos.

[...]

Depois que a gente terminou o trabalho, fomos pra praça tomar sorvete.

- Mas vocês ainda podem ser aliens que estão tentando me abduzir.- a Manu disse sobre a conversa que estávamos tendo sobre aliens e o espaço.

- Se acontecesse uma invasão alienígena acho que iria passar no jornal nacional.- o Nathan disse.

- Inclusive eu tô até vendo o dia que o William Bonner vai começar a reportagem dizendo: advinha a merda que aquele desgraçado fez hoje?- eu disse me referindo ao Bolsonaro.

- Por que não deixaram só os dinossauros? Mas não, tinha que colocar humano na Terra né?- o Ethan disse.

- Que cu, hoje em dia tudo tá uma injustiça.- a Manu disse indignada.

- Né? Aí o maconheiro não pode mais usar drogas que acham que ele é bandido.- eu disse e eles riram.

- O contrabandista não pode contrabandiar na paz que já é preso.

- Pois é. Hoje tá todo mundo muito careta.- disse o Ethan concordando com o Nathan.

- E outra se a pessoa quiser dá o cu pra geral no cabaré chamam ela de puta.

Quando eu disse isso percebi que passávamos por um grupo de crianças que olharam pra mim assustadas.

- Ih gente, como vocês acham que seus pais fizeram vocês?- perguntei parando na frente do grupo de crianças.

- Vocês ainda acreditam na história da cegonha?- a Manu perguntou.

- Esquece gente.- o Ethan disse me pegando na minha cintura e me fazendo andar.

- Não usem drogas crianças, vocês são muito novos pra tomar Toddynho sem agitar. E não aceitem menos do que um velho rico quando crescerem.- disse enquanto o Ethan me tirava de lá.

- Você é doida, elas só devem ter 7 anos.- disse o Ethan sorrindo surpreso.

- E daí? Elas tem que aprender a se virar na vida e mais cedo ou mais tarde elas iam aprender isso, eu só dei um empurrãozinho no tempo.

- Não você jogou o tempo de um penhasco de 900 metros.

- Calma cilindro não precisa se descontrolar. Chato.

- E você fede.- ele disse ironicamente e eu fingi me sentir ofendida.

- Nossa, grosso.

- E grande, igual a minha piroca.- ele disse e eu ri.

- Só acredito vendo e tocando.- eu disse e ele riu desacreditado.

- Vamos logo antes que as mães daquelas crianças cheguem e elas fiquem chorando dizendo: mamãe mamãe, aquela garota disse que você deu o cu.- eu dei uma risada e nós saímos da praça.

- Gente, eu vou levar a Manu em casa, tá?- o Nathan perguntou e nós concordamos.

- Tchau Manu.- dei um abraço nela.- Leva ela em segurança pra casa, Nathan.

- Tchau amiga.- ela disse e entrou no carro do Nathan.

- Posso te levar pra casa, princesa?- o Ethan perguntou colocando a mão na minha cintura e sussurrando no meu ouvido.

Meu amor, desse jeito você pode me levar até pra sua cama se você quiser.

- Sim.- eu disse e entramos no carro.

Ele estava indo muito devagar com o carro e olha que nem estava trânsito.

- Se você for mais devagar uma tartaruga idosa vai ficar com inveja de você.- assim que eu disse isso ele acelerou o carro.

Parecia velozes e furiosos. Meu coração estava a mil por hora e eu pensava que a qualquer momento eu podia morrer.

O moleque foi tão rápido que chegamos em casa em menos de 10 minutos.

- Você é doido.- eu disse quando ele parou o carro.

- Por você.- ele disse sorrindo.

- Eu não tô brincando, Ethan.

- E quem disse que eu tô?

-  Você é idiota assim com todas as garotas que você flerta?

- Não, só com você.- ele diz ainda com aquele sorriso no rosto e eu ri.

- Tchau, princesa Aurora.- ele disse depois de me abraçar.

- Tchau, Sapo.- eu digo e entro em casa.

Fechei a porta e sorri pensado no que o Ethan disse.

- Por que você tá sorrindo igual uma idiota?- o Cayo perguntou parando de descer as escadas.

- Vai se fuder.- eu disse passando por ele indo pro meu quarto.

- De graça assim?- eu escutei ele perguntar quando eu fechei a porta do meu quarto.

continua...

O Cara da EscolaOnde histórias criam vida. Descubra agora