O Vaso de Salomão

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"Por isso dediquei-me a aprender, a investigar, buscar a sabedoria e a razão de ser das coisas, para compreender a insensatez da impiedade e a loucura da insensatez."

Eclesiastes: 7:25

Após um tempo, Matt ainda descrente, aceitou, embora não confiasse plenamente naqueles dois. Na realidade confiança era algo que Matt não depositava em ninguém; alguns traumas firmavam isso e uma alma machucada precisa de um tempo significante para ser curada.

- O que você tem em mente, Levi? – questionou Erick, tão confuso quanto o baterista maldito, que embora tivesse esse apelido, era muito mais normal do que os boatos afirmavam.

- Vocês conhecem Salomão, certo? – iniciou o demônio com os olhares atentos para os que estavam a sua frente. – Há alguns milhares de anos, ele recebeu um anel, o anel do poder. E esse item lhe deu a autoridade necessária para evocar setenta e dois demônios que trabalharam para ele, o ajudando e administrando os eventos. Os demônios em questão, foram mantidos em um vaso de bronze, presos pela sabedoria de tal homem, que esculpiu desenhos e símbolos para aprisionarem eles em um cárcere. O aguilhões eram cruéis e a sua condição era semelhante à de um escravo.

- Eu já escutei algo assim nas minhas aulas de Goteia! Mas Anna sempre me disse que era bobagem, uma cética! – falou orgulhoso de ter razão, se empolgou e continuou a dizer. – As coisas fazem sentido agora, eu tinha lido que ele acabou perdendo esse anel do poder e os demônios se rebelaram contra ele. Que loucura. – falou apontando seu dedo indicador para Matt.

- Eu te disse que não éramos comuns!

- Realmente, eu suspeitei desde que vocês entraram por aquela porta. – arqueou a sobrancelha e cerrou o cenho. – Eu espero não me arrepender de ser gentil.

- Gentileza gera gentileza. – falou uma frase clichê como se fosse algo poético, estufou o peito e concluiu. – Sei que vamos formar uma grande parceria, eu, Erick Jones me comprometo.

- Ele sempre é assim? – perguntou como por um sussurro para Levi que estava ao lado.

- Ele é sim.

- Mas me explica Levi, aonde você quer chegar com essa história?

- Lembra do nosso trato né, riquezas por favores, a displicência já me condenou uma vez, mas dessa não; vamos criar um portal para que possamos pegar esse anel e esse vaso, eu sei com quem está, porém nunca pude me aproximar, por alguns motivos.

- Mas por que é tão importante esse conjunto de artefatos?

- Você não entendeu né, esse conjunto pode dar um poder absurdo a quem estive com ele e preciso pagar uma promessa também que fiz ao príncipe.

- Que príncipe? – questionou interessado, Matt se aproximava de ambos, com os olhos altivos e interessando-se pelo que estava escutando, embora a sua discernirão o orientara a abandonar aquele amontoado de crendices.

- Vamos abrir o portal para o quarto véu! Olhou empolgado para os dois humanos, que desorientados, escancaram a impressão quando questionaram o que seria "quarto véu" e "se os demônios que estavam no vaso eram tão poderosos, porque eles convenientemente estavam lá?"

- Eu sei que vocês têm muitas perguntas, vou explicar no caminho, não sou de me gabar, mas tenho certeza de que essa parceria gerará grandes frutos.

- Eu já sinto que vou me lascar, mas o que é um pedido pra quem já né... – não concluiu o pensamento avido de trivialidades, Matt estava inseguro, mas sentia um brilho de verdade nas palavras dos irmãos, "eles são incrivelmente loucos" e nisso ele tinha razão, porém as coisas que estava preste a sentir e presenciar iria marcar a sua concepção de loucura.

The GrootsOnde histórias criam vida. Descubra agora