A ausência da sensibilidade pressionava o peito de Emma, que ao ver suas mãos espasmódicas, teve um noção do que acaba de fazer, comprimiu seus lábios e entendia que sem seus remédios as coisas não ficariam da melhor forma possível. A couraça determinada de uma guerreira lhe caiu muito bem, mas essa guerreira possuía pequenos disparates que cobravam um valor bem alto.
- Está tudo bem Emma? – questionou Giulia
- Estamos livres! Eu estou bem. – comprimiu os lábios e cerrou o cenho.
- Será que alguma embarcação vai ver esse fogo todo? – disse Erick que observava o horizonte, torcendo para que a guarda costeira ou algum pescador de bom coração pudesse presenciar o que estava acontecendo ali e pudessem os ajudar.
A dança das chamas estava hipnotizando Levi que observava tudo inerte em pensamentos, "como Belzebu conseguiu este cenário?" "Por que ninguém reagiu ao Daniel?" E observando o semblante de alívio de cada um suspirou e pôde perceber que os humanos possuem camadas que demônio algum poderia ter. A sensação de estar vivo de novo era o foco do sorriso fluido de cada mulher e criança. "Queimado na terra e será queimado pela eternidade no inferno, parabéns Daniel. Você tem seus méritos."
Uma embarcação estava há poucos quilômetros da ilha e um dos comandantes chamou um dos marujos.
- Isso é fogo? – questionou o comandante
- Sim, parece até que estão queimando um casebre para chamar a atenção.
- Você acredita que devam estar perdidos?
- Às vezes me pergunto como que você é o capitão e eu o marujo. – disse com insolência, clima que foi quebrado por risos.
- Devemos resgata-los. – disse o comandante. – hoje é nossa noite de herói. Fale para os rapazes que iremos nos aproximar daquela ilha.
Matt estava encarando o chão, falando para si mesmo que tudo que estava vivendo só poderia ser um pesadelo, deu múltiplos tapas na testa. Simplesmente não acordava. Enfim, não era um pesadelo. É assim mesmo.
- Estamos chegando para resgatar quem quer que seja que esteja nessa ilha. – disse o comandante sentindo orgulho pela postura filantrópica que escorria pelas suas mãos.
- Senhor. – chamou um outro marujo. – tem um homem nos dando sinal.
- Apenas um! – achou estanho, mas não se relutou.
- Vamos parar e conversar com ele, vocês já sabem o que devem fazer nessa situação.
- Sim. Nós sabemos. – falaram todos juntos em um uni som, o que não significava que estavam alegres ou satisfeitos. Estavam vivos.
Phillipe teve a ideia de se distanciar do grupo na conclusão improvável de pegar um ar para raciocinar sobre tudo que havia acontecido. Quando observou em dos cantos da arbórea baixa, um pé. Os dedos de uma criança, julgou pelo tamanho e delicadeza, estavam crestados. Ao se aproximar observa os tocos necróticos e enegrecidos saindo de suas articulações, saindo. Fluindo e chegando até a metade do possível caminho que havia sido feito há um tempo. O nojo fluiu por todo o seu corpo e ao distanciar seu olhar do pé, observou as pedras que cortavam a ilha. "Nunca mais vou ver nada que tenha ilha no nome" a promessa foi feita e decidiu de imediato que tinha tomado uma péssima ideia e voltou para o grupo.
- Está tudo bem com você meu rapaz? – perguntou o marujo que cravou os olhos no jovem esbelto que estava em sua frente.
- Por que eu não estaria? Tenho tudo que quero aqui. Vocês precisam descansar, devem estar horas à fio nesse trajeto. – expressando um sorriso de canto que fora ignorado pelo carisma de sua voz e o traquejo com que conduzia.
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The Groots
ParanormalErick Jones decidiu tomar uma decisão que irá mudar a sua vida para sempre, com o sonho de montar a maior banda de rock de todos os tempos ele entrega seus serviços para Leviatã, afinal, nenhum dos dois achava a sua alma lá grande coisa. E assim so...