Lentamente, abri meus olhos e, inicialmente, minha visão estava embaçada. Aos poucos, minha visão voltou. Quando olhei para o lado, na poltrona, estava Hana com os olhos vidrados no celular e um sorriso no rosto. Naquele instante, me perguntei por que ela estava tão feliz. Mas, de repente, ela se levantou e me olhou.
— Annie, parece que o Jong te mandou uma mensagem. Você quer ver? Vou ser legal e vou ler para você. — Foi quando a ficha caiu para mim, Hana tinha me nocauteado ontem no momento da ligação com Jong. Olhei para ela com descrença.
— O que você quer de mim, Hana?
— Silêncio, sou eu quem fala aqui e você fica quieta. Primeiro, vamos ler o que o seu amiguinho lhe disse. Bem, eu já li, então toma e leia por conta própria. — Hana me entregou o celular, já na tela de mensagem. Quando os meus olhos caíram sobre a mensagem, lentamente minha mente começou a ler: "Adeus, Annie". Quando terminei de ler, uma rachadura se formou em meu coração, como se fosse feito de vidro, e lágrimas encheram os cantos dos meus olhos. Tudo o que eu queria naquele momento era ver Jonghyun e saber se ele estava bem. Mas o que eu poderia fazer naquele momento?
— Será que aquele patético se matou? Fez foi um favor. — Quando olhei para ela, cerrei os punhos e me levantei do chão. Já sentia uma mistura de raiva e força me envolver, avancei rapidamente para cima de Hana e não lhe dei tempo para revidar. A derrubei no chão e comecei a desferir socos um atrás do outro, enquanto as lágrimas rolavam pelo meu rosto.
— Não fale dele assim, com essa sua boca suja. — Os olhos de Hanna se arregalaram e ela me empurrou, fazendo-me cair para o lado. Minha irmã gêmea correu para fora do meu quarto. Tudo o que eu pensava naquele momento era em sair daquela casa e ir atrás do Jong. Me levantei rapidamente e olhei para os lados, procurando uma forma de sair dali. Foi quando avistei a janela, pela primeira vez aberta. Me aproximei e saí para fora, comecei a correr, deixando tudo aquilo que me fez mal para trás. Não importava se eu estava fugindo, tudo o que eu queria era sair daquela família tóxica. Pulei o muro e continuei correndo, indo em direção à única fonte de vida que aos poucos estava sendo tirada de mim.
Enquanto avançava a mensagem de Jong, me veio à mente: "Adeus, Annie”. Quando eu li a mensagem de Jonghyun, senti no coração que aquilo significava um adeus definitivo. Eu precisava ir vê-lo, não dava para esperar até amanhã, tinha que ser hoje, tinha que ser agora. E aos poucos, o desespero me rodeava.
— Por favor... quando eu chegar lá... que ele esteja bem... por favor, Deus, eu não posso perdê-lo. Eu não sei se vou suportar. — E de repente, as nuvens que estavam cinzas e cheias de água finalmente puderam molhar a cidade. Os pingos de chuva que caem sobre mim eram gelados e solitários, e meus batimentos cardíacos disparavam como um carro em alta velocidade.
E as lágrimas que eu havia segurado durante estes dias saíram uma atrás da outra, encharcando meu rosto. Novamente, senti um aperto no meu coração, como se ele estivesse se dividido em partes.
— Isso não pode ser verdade. Como vou viver sem você aqui, Jong? Você era tudo que eu tinha e o único que me fazia sorrir enquanto o mundo me colocava no chão. Você me levantava. — Era verdade que a taxa de suicídio havia subido. Todos que tiravam a própria vida de alguma forma só queriam escapar das tristezas que este mundo lhes fazia passar. Mas por que você? Por que você não me disse que também estava passando por isso? Por que fui a última a saber que você não queria mais viver? Por que.
Os pingos da chuva continuavam a me molhar, e aquele frio que havia sentido quando meu pai morreu retornou e me abraçou. Com a apenas a sua presença, Jonghyun tinha me aquecido nos dias mais escuros e tristes, mas agora eu teria que suportar o inverno sozinha.
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Apenas me deixe ir • ᝰ'Jonghyun゛
Fanfiction﹆ᝰ Concluindo ₊ Ao ir a uma recepção de casamento, Jonghyun conhece uma garota que desperta um sentimento que há muito não sentia e com isso ele começa uma amizade com a garota e os seus dias sem cor passar a ter cor, mas ainda sim os dias cinzentos...