Apenas me deixe ir • ᝰ'Jonghyun゛

Capítulo.⁠｡°'¹¹ • Como flores artificial o fogo a consumir e vento a levar.

Quando acordei, o som da chuva lá fora deixava-me cada vez mais relaxado. Olhei para o teto naquele quarto escuro e, de repente, Annie veio à minha mente. Quando a sombra do sorriso dela se refletiu nas profundezas da minha mente, levantei-me rapidamente.

— Merda, esqueci do encontro com Annie. — Saí da cama e fui rápido até o guarda-roupa. Abri-o e peguei uma roupa que não usava há um bom tempo. Vesti-me apressado, passei a mão pelo cabelo depois de tê-lo penteado. Fui até o banheiro, escovei os dentes, lavei o rosto e sequei-o. Por último, vesti meu outro sobretudo.

Quando estava saindo do quarto, no corredor perto da minha porta estava Roo sentada em uma caminha, adormecida. Para não acordá-la, andei pé ante pé descendo as escadas, tentando não fazer barulho. Mas esconder o som que a bota fazia era um pouco difícil, mas graças ao cansaço, Roo não acordou.

Passei rapidamente pela sala e avistei Sodam, minha irmã, distraída assistindo a um programa de variedades.

— Tchau, Sodam — Quando ela ouviu a minha voz, rapidamente olhou para trás e me viu, mas eu não parei para conversar. Ela se levantou do sofá e veio atrás de mim.

— Espera, Jong, onde está indo? — Peguei o guarda-chuva, abri a porta e em seguida passei, mas antes de ir, olhei para Sodam e disse: Estou atrasado para um encontro, cuida da Roo para mim. Tchauzinho, maninha.

Armei o guarda-chuva e me apressei, andando rapidamente pelo bairro onde um dia eu, criança, corria brincando com os meus antigos amigos, junto de quedas risadas e a saudade do mundo mágico que só uma criança é capaz de enxergar.

Olhei no monitor do meu celular, mas não havia nenhuma mensagem nova. Apenas o endereço de um restaurante que Annie me enviou ontem. Pedi um táxi e fiquei esperando-o, enquanto observava as gotas de chuva caindo. Quando elas encontravam a superfície, faziam um som que ecoava no vazio dentro de mim. Esse som despertava uma tristeza que me envolvia aos poucos. Quando estava prestes a me abraçar, um som de buzina me despertou da minha angústia. Lá estava o táxi parado em minha frente.

Fui rapidamente até o carro e, depois de fechar o guarda-chuva, abri a porta e entrei.

— Por favor, leve-me a este endereço. — Mostrei o celular e, depois que o rapaz olhou para o endereço, ligou o carro e lá fomos nós rumo a um lugar de esperança ou desespero? Enquanto o motorista dirigia, eu observava em silêncio os carros indo e vindo na avenida de Seul. Naquele momento, eu me sentia como uma formiga em meio a um mundo tão imenso, repleto de coisas boas e ruins. Sem que eu notasse, estava perdido no labirinto da minha mente. Aquelas paredes cinzas enormes estavam por todos os cantos e, ao fundo, uma voz sussurrava para que só eu pudesse ouvir: "Jong, Jong, corra, corra... porque estou chegando mais perto de você." Um vento gelado passou perto de mim e, sem esperar que me envolvesse, me preparei e corri. E ela me perseguia como um adversário em uma corrida. Por mais que eu corresse, a depressão estava sempre um passo mais perto de mim. Mas quando sua mão encostou em meu ombro, fui tirado do labirinto pelo motorista.

— Ei, rapaz, você está bem? — O motorista me sacudiu, mas meus olhos desfocados olhavam para todos os cantos, até que fixaram no vidro e, lá fora, avistei ao longe Annie, lindamente vestida de vermelho naquela noite. Foi quando percebi que havia esquecido de comprar as flores.

— Eu... eu estou bem — Lhe entreguei o dinheiro e saí do carro sem desviar os olhos de Annie, andando vagarosamente.

— Certo, vou esperar você aqui. Quando o seu encontro terminar, vou levá-lo para sua casa — E quando ouvi a voz que me pareceu familiar, desviei os olhos de Annie e olhei para trás. Foi quando percebi que, na verdade, não se tratava de um táxi, e meus olhos arregalaram-se. O motorista sorria despretensiosamente.