Capítulo.⁠。°'²⁴ • Mesmo que levasse mil anos, eu queria ficar ali... [Final]

54 6 2
                                    

O dia estava nublado, ameaçando chover, e o vento soprava, balançando suavemente os galhos das árvores e espalhando as folhas por toda parte, inclusive sobre as lápides daqueles que haviam partido. Quando estávamos próximos do túmulo de Jonghyun, apertei com um pouco de força a alça da minha bolsa.

Ao chegarmos em frente ao túmulo, coloquei as flores ao lado do de Jonghyun, Me agachei e acariciei a lápide delicadamente.

Naquele momento, o vento soprou e balançou meus cabelos.

- Jonghyun, estamos sentindo muito a sua falta. É realmente estranho estar neste mundo onde você não existe, mas estamos tentando ao máximo viver. Esperamos que esteja bem e feliz. - Ainda sinto a falta dele e, mesmo que o tempo passe, é óbvio que ainda terei aquele vazio. Mas, de alguma forma, tentaremos amenizar a dor e prosseguir, mesmo que o mundo se levante contra nós.

Durante estes dias, minha vida estava estranha, mas, de alguma forma, eu conseguia continuar avançando rumo ao futuro onde Jonghyun não existia. E, mesmo que vez ou outra meu coração sangre, estou tentando por ele e por nós.

E Kibum se abaixou e suspirou pesadamente, colocando as flores ao lado das minhas. Sem aviso, as gotas da chuva começaram a pingar sobre nós. Aquela água gelada que vinha do céu trazia de longe as lembranças do belíssimo sorriso de Jonghyun, e lágrimas encheram os meus olhos.

- Obrigada, Jonghyun, por tudo que fez por mim. - E o Kibum abriu o guarda-chuva, protegendo-nos de nos molharmos com a chuva.

- Jong, quero pedir perdão por não ter compreendido você e por muitas vezes não ter te ajudado. Eu pensava que você não queria minha presença, sinto muito por não ter sido capaz de te salvar. Espero que minhas palavras cheguem até você. - Depois de Kibum terminar de falar, tirou da sua bolsa uma pequena vela em formato de rosa, acendeu e colocou perto do túmulo de Jonghyun. O cheiro que emanava daquela vela lembrava as primeiras flores de um jardim. Ficamos ao lado dele, na esperança de que Jonghyun estivesse olhando para nós.

Nos outros túmulos, havia familiares e amigos vindo visitar os seus entes queridos. Ficamos por mais um tempo em silêncio, cada um perdido em pensamentos, tentando se agarrar em algo mais forte que a dor.

A chuva, sem piedade, começou a aumentar, avisando que a qualquer momento os ventos fortes chegariam até nós.

- É melhor irmos embora - Kibum sugeriu, e eu acenei. Antes de ir, olhei para a sua lápide. O vento forte apagou a vela e, nas profundezas do meu coração, disse: "Aonde quer que você esteja, espero que esteja feliz. Eu ainda sinto sua falta. Não dói mais como antes. Sim, há momentos em que tudo parece que vai desmoronar, mas as lembranças boas que você deixou me fazem continuar. Sinto pelas palavras que não pude dizer. Obrigada por ter existido e por ter colorido o meu mundo."

E assim, começamos a nos afastar cada vez mais do túmulo de Jonghyun. Mesmo que houvesse momentos em que eu pensava que não conseguiria sobreviver, Kibum me ajudava a vencê-los e, com isso, não me sentia sozinha.

[...]

Depois de se passarem cinco anos, eu havia voltado para o meu trabalho. Nesta noite fria, todos que trabalhavam naquele escritório já tinham ido embora, cada um para suas respectivas casas. Já estava tarde quando meus olhos olharam para o relógio e a badalada se aproximava da meia-noite. Eu ainda me encontrava no escritório quando terminei o projeto. Peguei minha bolsa e os relatórios e fui em direção à sala do senhor Yoshimura. A porta se encontrava aberta.

- Licença, senhor, estou entrando. - Depois do que disse, entrei e fui direto até a mesa do meu chefe, parando em frente. No entanto, ele não pronunciou nenhuma palavra, apenas continuou com os olhos focados no computador.

Apenas me deixe ir •  ᝰ'Jonghyun゛Onde histórias criam vida. Descubra agora