Capítulo.⁠。°'²⁰ • Não sou bom para ti, não sou bom para mim

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Depois das palavras do médico, cada um que estava ali esperando uma boa notícia desabou e, naquele momento, tudo o que eu poderia fazer era ficar sentada naquele chão gelado, olhando para aquele chão enquanto as lágrimas caíam.

— Por que, Jong? Por que você me deixou aqui neste mundo solitário e vazio? Toda essa dor que estou sentindo, eu não sei se consigo mais aguentar. — Enquanto me afundava na minha tristeza, o meu mundo aos poucos perdia a cor, se tornando cinza com algumas gotas azuis. Mas, antes que eu caísse na escuridão, senti uma mão em meu ombro. Quando olhei para o lado, era o Kibum.

— É melhor você ir para casa e trocar de roupa. Você pode acabar pegando um resfriado. — Suspirei profundamente antes de desviar o olhar.

— Eu não posso voltar para casa. Não tenho um lar para o qual voltar. Acho que nunca tive. Não se preocupe, eu vou ficar bem.

— Você vai ficar bem mesmo? — Quando olhei em suas órbitas, não avistei aquela nuvem cinza. Agora havia um pouco de brilho, talvez esperança?

— Quem eu quero enganar? Eu não estou bem. Tudo que quero é que este pesadelo acabe. Só queria ver o Jonghyun. — Meus olhos ardiam e as lágrimas voltaram a escorrer pelo meu rosto.

— Eu te entendo, também quero vê-lo, mas sei que isso não é possível. Não se preocupe, você pode ficar na minha casa até encontrar um lugar. Vamos — Kibum se levantou e estendeu a mão em minha direção. Encarei-o e, em seguida, agarrei. Ele me puxou, ajudando-me a ficar de pé, mas Kibum ainda estava segurando minha mão. Até que ele percebeu o que estava fazendo e soltou.

— Desculpa.

— Tudo bem — Ele foi na frente e fez sinal com a mão para eu segui-lo. E lá fomos nós. Passamos perto dos outros, mas ninguém ousou dizer uma palavra. Quando saímos para fora do hospital, o céu tinha voltado a ficar azul, e algumas estrelas iluminavam junto com a lua, clareando aquela noite.

Kibum abriu a porta para mim e eu entrei. Ele entrou em seguida e começou a dirigir. No caminho para a casa dele, fiquei olhando pela janela. A maioria das pessoas que passavam pelas calçadas estava feliz com seus amigos e outras com namorados. Era evidente a luz na vida de cada um. Por outro lado, eu estava um pouco invejosa. Eu queria que o Jonghyun estivesse aqui ao meu lado. Mas, mesmo que eu desejasse, ele tinha ido e era impossível fazê-lo voltar. Agora, ele tinha voltado para o pó de onde viemos. Mas como seria a minha vida daqui pra frente sem ele? Sem motivos para continuar viva neste mundo? Tudo que eu queria era ir para junto dele e finalmente poder ficar ao lado de Jonghyun. Mas, neste momento, lembrei-me do seu sorriso e de como ele me fazia feliz. Durante todo o caminho, não houve um só segundo em que eu não pensasse em meu amigo. Mas fui interrompida dos meus pensamentos por Kibum, que me olhou e disse: "Chegamos".

Sem que eu notasse, havia chegado na casa dele. Kibum foi o primeiro a sair e abriu a porta para mim. Saí e olhei para o lado: era um pequeno prédio de apenas quatro andares. Ele me chamou e eu o segui. Quando entramos no corredor, ele continuou em linha reta. No final do corredor, havia uma porta que ele abriu e fomos recebidos por dois cachorros, um cinza e outro marrom. Eles eram pequenos e adoráveis, latiram vorazmente com a minha súbita chegada.

— QUIETOS, PEQUENAS ABERRAÇÕES — E os dois ficaram em silêncio após os berros de Kibum, que em seguida me olhou e sorriu.

— Eles não mordem, entre e fique à vontade. — Entrei e ele veio logo atrás. Eu olhava para todos os cantos; a casa era pequena e aconchegante. Tinha algumas molduras em uma das paredes e, ao lado, vasos de flores. Tudo estava de alguma maneira no lugar e não havia nenhuma visível poeira ou desorganização.

— Sua casa é estranha, digo, você é bem organizado. Eu nunca vi um rapaz que gostasse de deixar a casa tão perfeita assim. — Ele sorriu, fechou a porta, veio até mim e os cachorrinhos vieram atrás.

Apenas me deixe ir •  ᝰ'Jonghyun゛Onde histórias criam vida. Descubra agora