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23:00PM| hospital Leblanc, Rio de Janeiro, Brasil


Para Maria Luiza carregar o sobrenome Leblanc parecia um fardo em alguns momentos, a residente de medicina e blogueira de moda escondeu uma gestação por longinuos 9 meses, foi um peso esconde-la até mesmo dos próprios pais, mas era a única forma que encontrou de não interromper a gravidez.

Faltava pequenos detalhes que separavam ela do tão sonhado momento do parto, mas em um jantar que sua família oferecia para amigos íntimos, as contrações começaram a surgir com extrema força e a loira entrou em trabalho de parto.

Agora ela estava ali deitada em uma maca de hospital gritando de dor, criando forças que nem sabia que tinha para que a pequena Ella vinhese ao mundo.

Malu não ouviu o choro da nenem mas sentiu quando seus olhos pesaram e se fecharam lentamente a colocando em um sono profundo

Na recepção, Antonie Leblanc junto com Laura, os pais da blogueira e donos da rede de hospitais mais famosa em todo o globo, esperavam ansioso por notícias da caçula do casal.

- Ela vai morrer! Você viu como ela estava no carro, quase se vida, pálida, fria, quase não falava- Laura disse sentando-se na mais pura paz em uma poltrona

Para falar a verdade, a energia ruim sempre saia dela quando o assunto era Maria Luiza Leblanc

- Cala essa boca- Sussurrou Antonie andando de um lado para o outro na sala quase abrindo um buraco no chão- Minha filha é forte e saudável! Ela irá viver juntamente de Ella.

- Anto?-  um médico chamou a atenção do casal, era amigo da família e trabalhava a anos no hospital- Sua filha está bem! Só precisa de um repouso- relatou.

- E Ella? Minha neta esta bem?- pergunta a mãe da residente se levantando de onde estava

- Infelizmente o bebe não resistiu e veio a óbito- completou dando um sorriso sem mostrar os dentes- Mil perdões, eu poderia ter feito algo a mais

- Tudo bem, essas coisas não somos nós que decidimos né?- triste Antonie disse dando um abraço fraco no amigo- Laura cuida do velório que irei ver Malu

A mulher apenas deu de ombros e concordou saindo em direção ao elevador

*

22:20 PM| mesmo local

Bruno levou as mãos a cabeça deixando pequenas lágrimas escorrer pelo rosto, ele estava perdido naquela situação. Tinha desejado sua afilhada com todas as forças e amor possível mas nunca imaginou que se ela vinhese ao mundo a vida de sua melhor amiga seria levada embora.

Olhou fixamente a parede branca e jurou sozinho que daria tudo e o impossível para que a vida da bebê fosse a melhor possível.

- Eu sinto muito!- Ludmilla, enfermeira e prima dele, sussurrou puxando para um abraço sincero.

- Eu poderia ter feito tudo melhor- murmurou ele depois de longos segundos em silêncio

Ele não estava tendo o melhor relacionamento com sua melhor amiga, e para ser sincero, ficava mais ao lado dela para não perder nada da gravidez de sua afilhada, Giulia. Mas naquele momento parecia que algo tinha sido tirado dele, o que o mesmo iria fazer com uma criança recem- nascida em que o pai abandonou e a família da mãe abandonou?

𝘽𝙖𝙗𝙮- ᵇʳᵘⁿᵒ ʳᵉᶻᵉⁿᵈᵉOnde histórias criam vida. Descubra agora